21 janeiro 2012

Fla em desvantagem

Vai começar o Cariocão. Serão 4 meses onde teremos emoção em apenas 5 ou 6 fins de semana, pois os emocionantes jogos contra Boavista, Resende, Olaria e Friburguense não permitem nossa total diversão. Mas, nos trará de volta o gosto de ver as equipes cariocas em campo, já que Copinha não mata a fome de ninguém.

O ano de 2011 trouxe de volta a badalação ao futebol do Rio de Janeiro. A excelente atuação das 4 equipes que representavam a cidade maravilhosa no Campeonato Brasileiro, em certo ponto, surpreendeu, tamanha superioridade paulista nos últimos anos. O que fez o Rio voltar a ser protagonista no futebol brasileiro.

Sensação na temporada passada, o Vasco fez uma ótima escolha em manter a base vitoriosa. As contratações foram as chamadas "cirúrgicas". Jogadores que chegam para conquistar a titularidade.

As chegadas de Rodolfo, ex-Grêmio e Flu, Thiago Feltri e, principalmente, Carlos Tenorio são essenciais ao Cruzmaltino. Dedé voltará a ter um companheiro ao nível de Anderson Martins, a lateral esquerda deixará de ser uma incógnita e a camisa 9, enfim, parece ter um dono confiável.

Com isso, as transferências de Jumar e Élton não trarão prejuízos e a saídas de Márcio Careca e Irrazábal tornam-se reforços.

Se Abelairas, ex-River, será titular, ainda não se sabe. Mas, mesmo não estando entre os 11, é um jogador importante para o grupo.

Assim, o elenco mais homogêneo da competição é o do Gigante da Colina.

O mesmo não pode ser falado sobre o grupo do Flamengo. A crise reina no Rubro-Negro. Foi a pré-temporada mais tumultuosa dos últimos anos para o Fla. Discussões, divergências, imbróglios e mais todos os fatores que contribuam para um ambiente não-estável.

Não se sabe quem manda no departamento de futebol. Luiz Augusto Veloso é o dono do cargo, mas parece não exercer. Junto com Isaías Tinoco, Veloso é a banana da diretoria Rubro-Negra.

Patrícia Amorim, com sua mente fraca, deixa qualquer um mandar e desmandar na Gávea. Com isso, Levy, Luxemburgo e até Ronaldinho pensam poder fazer o quiser.

Uma verdadeira bagunça, que quase não deixa espaço para comentários sobre a equipe dentro das 4 linhas. Que, aliás, não promete um bom desempenho para 2012, principalmente no Estadual.

De fechado, apenas Magal e Itamar, que não resolvem problemas nem no Mogi Mirim. A perda de Alex Silva pode ser reposta com o possível acerto de Marco González, mas a derrota para o Flu na negociação com Thiago Neves deverá trazer um enorme prejuízo para o Flamengo nesta temporada. Quanto à Vágner Love, resta aguardar a resposta dos russos em relação à última cartada da diretoria para ter o atacante. Caso acerte, são outros 500.

Na Taça Guanabara, como a prioridade é a Pré-Libertadores, o Rubro-Negro talvez entre como o grande com menos chance de triunfo.

Pelo nomes, talvez o Fluminense seja o principal favorito ao título. As vindas de TN7, Wágner, Wellington Nem, Jean e Bruno Vieira, somada às ilustres presenças de Fred, Deco, Rafael Moura e Lanzini, tornam a equipe Tricolor como a mais "preparada" para a disputa.

As saídas de Diogo, Ciro, Fernando Bob e André Luis são desprezíveis. A principal perda, sem dúvidas, foi Mariano. Porém, muito bem reposta com a contração de Bruno.

Acho que o grande erro da diretoria do Flu foi não a não preocupação com a zaga, que não passa segurança. Acredito que Anderson, ex-Atlético-GO, não seja a salvação. É preciso mais.

Por último, o Botafogo, meu favorito ao título, por razões simples. Base mantida, bom elenco e um treinador que, não sei porque, cismei que dará certo. Somo a isso o foco Alvinegro apenas no Estadual, enquanto os três rivais só pensam em Libertadores.

A grande perda, Cortês, foi muito bem reposta com a contatação de Rojas, ex-La U. Andrezinho chega para completar esse bom meio-campo, repleto de peças talentosas, que tem o Bota.

E, se Loco Abreu mantiver seu poder de decisão, acredito que o Alvinegro possa chegar à 20ª conquista.

Quanto às equipes pequenas, creio que uma delas chegará às semis da TG, na vaga de um dos três que estão na Liberta. Acredito eu, o Flamengo.

Pelo elenco, dá Vasco. Pelos nomes, Flu. Pelo foco, Botafogo leva. Qualquer um fora os três, é zebra.

De começo, não há espaço para o Fla.

O que pode ser até bom para o Rubro-Negro.

@_LeoLealC

18 janeiro 2012

Se perdendo

Ele não é traíra. Ele não deixou de cumprir com sua palavra, pois, simplesmente, não a deu. O que fez com que vários boatos pudessem correr pela mídia e por mais quem se achasse o dono da verdade.

Verdade que, ao meu ver, ainda não foi exposta. E nem será. O que fará (se não já fez) Thiago Neves perder grande parte do prestígio que tinha com a torcida do Fla e diminuindo a imensa idolatria que lhe seria dada com sua volta ao Flu.

Se dentro de campo, seu comportamento é exemplarmente profissional, suas atitudes fora das 4 linhas são, no mínimo, confusas e ininteligíveis. Vide 2007, onde o meia assinou um pré-contrato com o Palmeiras, quando pertencia ao Fluminense e tinha parte dos direitos ligados ao Paraná!?

Boatos de que o jogador teria ligado para amigos do Tricolor para avisar que estaria chegando nas Laranjeiras, declarações de Patrícia Amorim, nas quais dizia que o jogador já teria se apalavrado com o Rubro-Negro e as confusas entrevistas de Léo Rabello, seu empresário. Cenário estranho e uma história muito mal contada.

Não sabemos a verdadeira vontade do jogador, nem saberemos. E se existe algo concreto nessa história, é a errada postura de TN7 com relação a seu destino.

Se, para ele, não importasse o desfecho da negociação, é óbvio que seu interesse era apenas o dinheiro. Se sua vontade era ficar na Gávea, bastava contactar o Fla da proposta do Flu. Se seu desejo era realmente voltar para Laranjeiras, Thiago deveria avisar a seu empresário, o que evitaria tais entrevistas, nas quais ficávamos ainda mais confusos quanto à negociação.

Resumindo, Thiago Neves não "botou a cara", não se expressou publicamente. Mas enquanto, supostamente, deixava o destino nas mãos de seu empresário, o jogador negociava diretamente com Celso Barros e, ao mesmo tempo, não dava a resposta para o Fluminense.

Assim, o meia fez Flamengo, Fluminense e seu empresário de bobos.

Com isso, perdeu todo o respeito que tinha no Rubro-Negro, onde estava a passos de se tornar um ídolo e deixou os tricolores, que já o tinham com esse status, ficarem com um "pé atrás" com relação a sua volta.

No fim, o menos tolo foi o Flu, que, tendo uma atitude tão malandra quanto a do meia, obteve sucesso na negociação.

Poderia ter se saído mais vitorioso, se apenas sua atitude fosse de malandragem e não combatesse com a do jogador. Thiago, que chegaria aprovado por unanimidade, sofrerá uma grande resistência até se firmar na equipe.

Quanto à equipe da Gávea, obviamente, perder o craque faz a crise aumentar no clube. Sem peças para repor no elenco, o Rubro-Negro levou um prejuízo de suma importância para a temporada.

Mas, sem dúvida, quem mais se prejudica nessa história, principalmente nas questões de ética e respeito, é Thiago Neves, que vai se perdendo em suas decisões a cada negociação.

Atitude, acima de tudo, covarde.

@_LeoLealC

05 janeiro 2012

Eterno

Infelizmente, o adeus se tornou inevitável. Em 4 de janeiro de 2012, numa coletiva de César Sampaio na sala de imprensa do Palmeiras, chega ao fim a carreira de uma lenda do futebol brasileiro. Um ser que nunca sairá da memória dos torcedores, sejam eles palmeirenses ou não.

Após 20 anos de uma brilhante e vitoriosa carreira, Marcos não aguenta mais as dores que sente em seu joelho e decidiu pendurar as chuteiras e as luvas, abandonando o futebol. Uma despedida que, mesmo que esperada, nos entristece.

Sim, o sentimento é de tristeza. Não veremos mais esse ícone em ação nos nossos estádios, orgulhando não só adeptos do Porco, mas todos nós brasileiros, amantes do futebol.

Um cidadão que fez sua idolatria ultrapassar as barreiras da rivalidade, lhe tornando adorado e, acima de tudo, respeitado por qualquer outra torcida no Brasil.

A admiração conquistada pelo goleiro não é restrita apenas às suas memoráveis atuações debaixo das traves. Seu jeito simples, seu caráter e sua personalidade também foram sua marca nessas duas décadas defendendo as cores da equipe do Palestra Itália. Um ídolo não apenas nas quatro linhas.

São Marcos foi um dos poucos jogadores a poder, sem sentimento de culpa, beijar o escudo da equipe defendida. Sua paixão pela Sociedade Esportiva Palmeiras era notória, sempre explícita em suas atitudes.

Como em 2003. Em sua maior prova de amor ao Porco, o arqueiro recusou uma oferta de 45 milhões de reais do Arsenal, o time a ser batido no Campeonato Inglês na época, para continuar defendendo seu adorado Verdão, mesmo que na Série B. Paixão admirável, que deixava de lado a tentação dos cifrões na Europa.

Sua demonstração de caráter ao reconhecer suas falhas era digna de aplausos. Esse mito de nosso futebol nos fez observar que para se ter o papel de ídolo, é preciso ser craque não só enquanto pisa no gramado. Sua sinceridade em não se preocupar com sua imagem em suas declarações a fez sempre ser vista de forma positiva.

Um exemplo a ser seguido, uma história inesquecível, um legado a ser deixado no futebol brasileiro. Vinte anos de carreira, quatorze títulos e infinitos elogios a serem recebidos. Reconhecimento indimensionável, agradecimentos inacabáveis.

Ídolo. Essa é a palavra mais próxima da descrição dessa bela passagem de Marcos pelo planeta da bola.

Passagem que, lamentavelmente, chegou ao fim.

Dizem que jogador de futebol morre duas vezes. E, em sua primeira morte, deixo aqui meus pêsames à família futebol por essa perda inestimável.

E, a ti São Marcos, deixo, principalmente, minha gratidão pela sua história, por você ter ajudado a escrever diversos capítulos inesquecíveis do futebol em nosso país.

Sua carreira terminou, mas suas lembranças serão eternas.

Idolatria sem fim.

@_LeoLealC