28 novembro 2012

Boa, CBF!

Nem se ressuscitarem Telê Santana, um técnico para a Seleção será unânime. Não, Guardiola não era a preferência nacional. Era, sim, a preferência do Twitter, que não representa 5% da real torcida.

Muricy? Não seria muito legal a escalação com Rafael, Thiago Silva, David Luiz, Réver, Dedé, Leonardo Silva, Luisão, Cris, Castán, Rhodolfo e Neymar. Como é um cidadão virado para a Lua nas horas erradas, ganharia da Inglaterra com um gol de bola parada ou num lance genial de Neymar e seria "o gênio".

Tite? Se ele mesmo diz não estar preparado, que argumentos podem ser utilizados a seu favor?

Guardiola? Uma incógnita. Os citados acima também são, em parte, mas não se pode avaliar a qualidade de um técnico em 3 anos e meio de trabalho. Sim, foi competente no único clube que comandou, mas com aquele time do Barça, Nelsinho Baptista também brilharia e Cuca seria o melhor treinador do mundo. 

Mas será que Pep levaria esse time do Palmeiras ao título da Copa do Brasil? Será que ele faria o Criciúma ter seus únicos 15 minutos de fama como time grande? E ainda levaria Portugal ao 4º lugar da Copa com Maniche, Nuno Valente e Costinha?

No comando da Canarinho, faltavam 3 coisas fundamentais: currículo, personalidade e, acima de tudo, aceitação. O vasto currículo de Scolari nem precisa ser mencionado. Ao mesmo tempo, não dá ouvido a palpites. Faz o que acha que deve ser feito e banca suas decisões. Em 2002, fez o povo voltar a vestir a Amarelinha com orgulho, que havia sumido, como hoje.

Felipão pode não ser um técnico que combine totalmente com o futebol moderno. Mas, analisando os resultados brasileiros nos últimos anos, vemos que a própria Seleção não combina.

Vemos com ainda mais nitidez que não nos damos bem quando seguimos uma tendência. Temos é que criar uma! E se Scolari mudou tudo em 2002, por que não pode mudar agora?

Enfim, a CBF pensou. Finalmente, não escolheu na base do "não tem tu, vai tu mesmo".

Tinha como opções várias incógnitas. Escolheu uma que já deu certo. Assim, arriscou racionalmente.

Tem muitos problemas, e foi buscar a única peça que pode solucioná-los em uma mesma tacada.

Felipão é o nome. Já é ídolo de muitos. Agora, pode se transformar, de vez, em ídolo dos "exigentes". Que tem cacife para isso, já não precisa mais provar.

Muito bom, CBF! Pensou, mas não enrolou. Apostou num cidadão que todos sabem de sua capacidade. Não teve lenga-lenga. Não fez loucura.

Bela escolha!

Não inventou. E isso basta.

@_LeoLealC

13 novembro 2012

Incontestável

(Foto: Yasuyoshi Chiba/ AFP)
Eles sofreram a eliminação mais dolorosa da Libertadores.

Eles aguentaram, durante todo o tempo, torcida e mídia contestando a capacidade deste time, melhor da fase de grupos da Liberta e melhor em todos os quesitos no Brasileirão.

Eles foram perturbados ao extremo por uma torcida reclamando de um técnico "retranqueiro". Retranca que magistralmente resultou no melhor ataque e no maior número de vitórias do campeonato.

Eles não perderam nenhum clássico até agora.

Eles se sentiam em casa no Nordeste, em São Paulo ou no Sul.

Eles perderam para o lanterna. Em casa!

Eles se reergueram, com 5 vitórias seguidas. E foram chicoteados por uma suposição de um complô da arbitragem nos triunfos.

Eles trapacearam. Não jogaram bonito, mas sempre havia alguém para decidir.

Eles são covardes. Podem ganhar o jogo na hora que quiserem. Tentam uma mesma coisa o tempo todo, sabendo que uma hora vai dar certo. E dá. Porque quando Fred não resolve, Nem está lá. Quando ele não dá conta, lá está Thiago Neves. E por aí vai, até que alguém resolva.

Eles tem o melhor meia em atividade no Brasil, que jogou apenas metade dos jogos bem fisicamente. E não fez falta nos outros.

Eles tiveram o goleiro mais decisivo de uma edição de pontos corridos.

Eles têm a zaga "fraca" mais eficiente do Brasil.

Eles têm um cidadão que nasceu virado para Lua, que está sempre no lugar, no momento certo.

Eles deram emoção, com tantas vitórias sofridas, a um campeonato que, olhando friamente, foi "sem graça".

Eles são o time a ser batido.

Eles fizeram história.

Eles, enfim, convenceram.

Fluminense, campeão com todas as letras, com todos os créditos.

Campeão porque é o melhor. Campeão porque é Tricolor.

E ai de quem chiar!

@_LeoLealC

08 novembro 2012

Fim

(Foto: Cezar Loureiro - O Globo)
Ele teve tudo que um "doente" precisa: segunda, terceira, quarta, milésima chance, acompanhamento psicológico, gente que confia no seu potencial. Tudo isso no seu clube de coração, perto da única torcida que ainda acreditava no novo/velho Adriano.

Desistiu mais uma vez, e não é um coitadinho por isso. Coitados são os que ainda acham que há saída para essa carreira, já jogada fora pelo craque.

Eu acreditava, confesso. Se quisesse, Adriano hoje seria o melhor atacante brasileiro em atividade, um dos melhores do mundo. Estaria liderando a seleção brasileira, que é ótima, mas carece de um líder mais experiente.

Não quer, não quis. Tinha faca e o queijo nas mãos, mas não usou. O "doente" não merece mais que sintam pena.

Sua doença psicológica é maior que a do alcoolismo. E nenhuma das duas ele procura tratar. Assim, não acha o futebol.

Ele não tem que parar de beber, dormir 10 da noite e usar boné no sereno. Ele precisa respeitar. Respeitar à instituição pra qual presta serviço, aos profissionais que lhe dão tudo que precisa e acima de tudo, a si próprio.

Não se respeitou e deu brecha pro jornalismo inútil. Deixou a imprensa fofoqueira se fazer em suas costas. É inútil, mais existe, e não adianta reclamar se não foge dos vendedores de revista.

E então sai do Flamengo dizendo que pretende voltar em 2013. Antes, poderia voltar na hora que quisesse, dominava o Fla. Agora, Zinho faz pelo menos sua parte e diminui a bagunça na Gávea. Não tem mais volta.

O Flamengo, o Brasil, todos querem o Imperador de novo, mas não há mais por que ainda acreditar.

Ele acredita, mas não quer.

Acabou!

Triste fim de uma carreira que poderia ser mais brilhante do que já foi.

Agora vai viver sua vida, que sem o futebol, é um perigo. A chance de curar a "doença" é menor.

Mas, sem a ligação com a bola, passa a ser menos vigiado. Tem a liberdade que tanto procura.

Fato é que não é de agora que Adriano não merece e nem precisa ser o principal assunto, seja falando bem ou falando mal.

Aliás, nem sei porque ainda escrevo sobre isso. Chega!

@_LeoLealC