25 janeiro 2013

Explicando aos poucos

O Flu pouco foi visto nas notícias de contratações, especulações, novelas, etc. Em dezembro, apareceu apenas levando um dos laterais que mais destacaram no returno no Brasileirão e um bom ponta, que no meio dos ignorantes, levou a fama de centroavante que não faz gol.

Tranquilo, na dele, sem badalação, fez sua pré-temporada. Em paz, priorizando o torneio que realmente importa neste primeiro semestre. Priorizando, não levando como obrigação. Tática que já mostrou dar certo ano passado, com o Timão.

Por não chamar a atenção no período preferido para os palpites da mídia, os jornalistas tentaram fazer do Tricolor notícia, de qualquer forma.

Não. O Fluminense não está "muito relaxado", como dizem alguns, para um time que irá disputar a Libertadores. Não há o que questionar em seu planejamento, de trabalhar com os pés no chão, satisfeito com o que já tem.

Cá entre nós, um elenco com Fred, Nem, Thiago, Deco, Cavalieri, Sóbis, Jean e outros bons coadjuvantes precisa tanto assim de ser reforçado?

Veio Felipe, uma incógnita. Se pôr na cabeça que, em condições, Deco será titular, é uma boa. Caso contrário, seria um problema desnecessário que o Flu teria arrumado. Mas, para o bem da mídia, vem o meia e o atual campeão, enfim, vira notícia.

Começa o carioca, e o time misto, a mini-máquina já despacha dois pequenos, já é líder do grupo.

Domingo, o primeiro clássico. Se com o time que começou jogando contra o Olaria, condições iguais. Se com todos os titulares, o Flu é favorito. Não que esteja 100% pronto, mas seu adversário, o Botafogo, ainda é um projeto do que possa existir.

Então, poderá vir a primeira resposta. Ainda abstrata, um pouco artificial, pois é só o começo. Mas antes disso tudo, o Tricolor já mostra para o que vem.

Aos poucos, o Flu vai esclarecendo as coisas. De grão em grão, vai dando o porquê de seu "sumiço".

Afinal, já entrosado, com um elenco campeão brasileiro, sem perder nenhuma peça, há como se esperar algo ruim para o Tricolor na temporada?

Continue em silêncio, Fluzão! Fale apenas com os pés.

@_LeoLealC

24 janeiro 2013

Bem vindo, Tricolor!

Meu querido Tricolor,

Por onde andas? Como tem vivido sem mim? Há três anos você não me visitava. Por quê? 

Para muitos, alguns até com grandeza parecida, é um período "normal". Para você, o normal é estar aqui, comigo, vivendo meu mundo paralelo.

Me acostumei com sua participação na década de 70. Adorava suas visitas nos anos 90. Hoje, exijo sua presença. Sem você, meu ano é chato. E o seu, não negue, também é. 

Em sua primeira final, perdoe-me, nada pude fazer. Os argentinos, aqueles apenas, eram imbatíveis. Não houve como eu fazer outra coisa que não fosse lhe tornar uma das vítimas daqueles hermanos.

Na década de 80, fui cruel com você, confesso. Em suas poucas visitas, lhe expulsei cedo e sem dó. Perdão. Minha consciência ainda pesa por isso. 

Então, você chegou à sua segunda final. Assim, me redimi e mesmo você vacilando comigo, sofrendo 3 x 0 do Criciúma, lhe dei a chance de se vingar dos argentinos. Não os mesmos, mas também argentinos. Com isso, fui brindada com Raí, Zetti, Cafu, Müller e Palhinha. E ainda treinados pelo mestre Telê. 

Gostei tanto, mas tanto do que vi, que quis de novo, no ano seguinte. Os mesmos craques, o mesmo mestre, o mesmo Morumbi. Como foi bom ver aquilo de novo, São Paulo. Do mesmo jeito que foi, para você, viver aquele momento novamente.

Mas três anos seguidos é demais, não é Tricolor? A era das hegemonias já havia passado. Portanto, não lhe proporcionei uma nova glória, e sim uma tragédia. Porém, no mesmo cenário, que tanto admiro. Como gosto de sua casa, São Paulo. 

Aí o tempo passou, chegou um novo século, um novo milênio. Fazia tempo que meu troféu não parava aí, em seu país. Chegou uma hora em que ele precisava voltar para terras tupiniquins. Então, não haveria lugar mais oportuno do que sua casa, que também chamo de minha, para a volta de minha taça.

Não tenho culpa de você não ter conseguido a chance de decidir em nosso templo, no ano seguinte. Assim, fui bondosa com um time, vermelho, que por sua grandeza e história, precisava mais de mim do que você.

Passaram-se mais dois anos. E em seu caminho, dois também brasileiros, também tricolores. Convenhamos, era a vez deles brilharem. Não conseguiram. Um deles, por pouco, mas muito pouco. Mais uma obra de meus caprichos e crueldades. Obra que hoje, também me arrependo de ter feito.

Na sua última participação, de novo aqueles vermelhos no caminho. Desculpe, mas tenho simpatizado bastante com eles ultimamente. Meu coração não é exclusividade sua, embora você ainda tome conta dele.

Mas não vejo o porquê da sua mágoa. Não sei por que me abandonar. Você já deu bobeira comigo e eu perdoei. Lembra em 92?

Agora você volta e eu lhe proponho as pazes. Te peço que esqueça as tragédias, que lembre as glórias, que tenha em mente o quanto eu me sinto bem em sua casa. 

Sei que não vives sem mim. E eu não sou a mesma sem sua presença. 

Assim, para selar a paz, lhe dei de presente uma moleza. Um time que não consegue disfarçar sua fraqueza nem há 10.000 metros acima do nível do Sol. Para melhorar, não é argentino e tem a hombridade de voltar para o segundo tempo. 

Gostou? Então aproveite!  Viva por mim, São Paulo, pois eu garanto que haverá recompensa. Eu lhe esperava ansiosamente. Agora, mato a saudade e lhe espero num lugar mais alto, cantando uma palavra que você tanto conhece.

O primeiro presente eu lhe dei hoje. Porém, o maior deles ainda está por vir.

Seja bem-vindo mais uma vez, Tricolor!

E a seu capitão, feliz aniversário!

Ass.: Libertadores

@_LeoLealC

14 janeiro 2013

Nem tão ruim assim

Love assume com todas as letras sua paixão. Seu sangue é Rubro-Negro. Se é ídolo ou não, cabe a discussão, que não será abrangida aqui.

Fato que é Vágner conquistou lugar no coração da torcida. O que já era difícil, e tornou-se ainda mais complicado quando ignorou o clube para acertar com o Palmeiras, na época líder do Brasileirão.

Acima de tudo, o atacante sempre foi profissional. Ia para a farra, aparecia nas favelas, mas no dia seguinte estava lá, treinando, correndo. Na hora do jogo, o empenho era certo.

Porém, tecnicamente já não era a mesma coisa. Fazia tempo que Love havia deixado de ser a garantia de gols do Fla. Ele corria, pedia a bola, não se escondia. No entanto, estava longe de ser o conhecido artilheiro do amor.

Enquanto isso, assume uma nova diretoria. Com novos pensamentos, uma nova filosofia. Sujeitos mais racionais, que parecem ter uma melhor noção da distância entre razão e emoção.

Ainda não sabemos tudo o que faz ou não faz parte da filosofia da nova gestão no Flamengo. Mas dívida, já temos certeza que não faz.

No futebol, chega uma hora em que o amor, inevitavelmente, tem preço.

Nesse caso, vale menos do que 16,2 milhões.

Love vai embora de seu time do coração. Mas vai receber, no mínimo, duas vezes mais do que ganhava aqui. O Rubro-Negro perde seu centroavante, que pelo o que vinha apresentando, não é lá uma grande perda.

Como Vágner e Flamengo queriam sua permanência, ambos perdem. Mas o prejuízo não é tão grande.

O CSKA tem o artilheiro do amor como um de seus maiores ídolos e queria sua volta de qualquer forma. Assim, perdoou a dívida que tinha o Fla.

A prioridade da nova diretoria é reduzir gastos, diminuir as dívidas.

Assim sendo, sobrou para Love.

O passageiro VIP da barca.

@_LeoLealC

10 janeiro 2013

Valeu, Loco!

O Botafogo já teve Nilton Santos, Gérson, Jairzinho, Marinho Chagas, Heleno de Freitas, Túlio Maravilha e o maior de todos, Garrincha.

Ídolos do passado. Com exceção de Túlio, as fotos dos outros são todas em preto e branco. O Glorioso carecia de alguém para dar motivo ao torcedor ir ao estádio mesmo em fases ruins.

Veio então Dodô. Deu alegrias, um título. Agora, tem Seedorf para levantar de novo o nome do Alvinegro.

Os dois tentaram, mas quem trouxe de volta a confiança do torcedor alvinegro não foi um craque. Foi um louco.

Um cara que chegou dando um estadual.

Um cidadão que fez de um pênalti um golaço, tornando o lance mais inesquecível do Maracanã vindo da marca da cal nos últimos tempos.

Um sujeito que beijou o escudo do Fogão, mesmo vestindo a camisa de outro clube, apenas para responder  à torcida rival que lhe xingava. Dando assim, orgulho ao botafoguense, mesmo que em uma noite onde a equipe foi derrotada.

Um rapaz que se algo o incomodava, ele reclamava. Se errava, assumia. Se o técnico não armasse uma boa formação, ele questionava.

Tudo que Loco fazia, tinha um propósito: o bem do Botafogo.

Não é um uruguaio abrasileirado. É um uruguaio alvinegro.

Abreu foi, no Bota, um homem que ainda nos dá esperança de que o futebol não se torne golfe. Um cara que mostrou que nem tudo precisa ser politicamente correto. Uma coisa é falta de educação, de ética. Irreverência é algo totalmente diferente!

Hoje, Loco vai embora de vez, em definitivo. Volta para seu clube de coração, que sempre respeitou, mesmo honrando as cores preta e branca.

E lá, com certeza lembrará do Fogão, onde foi mais que um bom atacante. Não sei qual é a definição correta desta palavra, mas pode-se afirmar: Loco é, agora, um ídolo alvinegro.

Para sua camisa, que veste por baixo quando joga, Abreu ganha uma estrela. Solitária, num escudo já eleito o mais bonito do mundo.

Dois anos e meio, um título, um legado e uma injeção de confiança à torcida alvinegra.

Quanto a seu futebol, hoje em dia, nem tanto. Mas sua personalidade e sua irreverência deixarão saudades. E muitas!

Loco. Muito louco!

No Engenhão, sua caminhada chega ao fim.

Na história alvinegra, nunca chegará.

@_LeoLealC