24 outubro 2013

"... faz a diferença"


Ela passou a semana inteira ansiosa, nervosa, apreensiva, imaginando como seria. Sonhou, pensou em todos os desfechos positivos possíveis, vislumbrou um fim dramático, mas estava certa que dali sairia feliz, mesmo que ainda não soubesse.

Ela não conseguia dormir de terça pra quarta. Por mais que tivesse certeza da vitória, não sabia, ou havia esquecido, e sentia os calafrios que ser Flamengo na véspera de um jogo decisivo proporciona.

Um verdadeiro rubro-negro não se contenta em torcer pro Fla, apenas. Ele precisa ser, viver o Flamengo.

Ela não queria falar em outro assunto, tinha medo de "perder o foco". Tentava relaxar, se concentrava, como se fosse entrar em campo.

Para ela, o Flamengo não vive uma guerra dividida em batalhas, e sim uma a cada jogo. E fora do campo, mas bem perto dele, ela luta, porque tem uma missão a cumprir.

Ela sabia que eles, os outros, tinham um time melhor. Portanto, mesmo com um seco "dane-se" a cada vez que a superioridade adversária era mencionada, ela sabia que, nesta noite de quarta-feira, o sucesso de seu Flamengo dependia também, e principalmente, dela.

E por isso ela, a Nação, invadiu o Maracanã e tomou conta de 75% do estádio.

Ela não parava. Eles não conseguiam respirar, ela não deixava.

O jogo era em campo neutro. Ela o transformou em jogo em casa.

Às vezes, quando não está tão inspirada, ela "apenas" faz sua parte.

Quando quer, ela faz a diferença.

Dessa vez, ela fez.

E quando isso acontece, não há nada que o outro lado possa fazer para rabiscar o roteiro que ela escreve.

Os outros, que buscaram bravamente a sobrevivência, foram esmagados. O Maraca, de novo, foi dela.

Assim, nada mais justo e natural que o massacre na arquibancada fosse o espelho do que aconteceria em campo.

Aconteceu.

E então ela foi pra casa feliz, satisfeita, realizada, porque de novo seu esforço foi recompensado, e mais uma vez levou seu Flamengo ao êxito.

Ela, a Nação Rubro-Negra, dorme então tranquila esta noite, que aliás também foi dela.

Noite em que ela e o Flamengo tinham uma missão.

Missão cumprida.

Pelo Flamengo, pela Nação.

@_LeoLealC

18 outubro 2013

Não, não é o fim


Não, vascaíno, seu time ainda não está fadado à tragédia. Complicou, sim, mas ainda é uma situação completamente reversível.

A raiva, o desânimo, o falso desprezo (que acaba na véspera do próximo jogo) são compreensíveis, claro. Mas agora, assim como sempre, não depende só deles. Cabe a você, também, tirá-lo deste sufoco.

Existem 4 torcidas no Brasil que fazem a diferença mais que as outras, e uma delas é a do Vasco.

Seu problema, às vezes, é não chamar a responsabilidade pra si.

Então chame! Vá a São Januário, ao Maraca, a Macaé, aonde for, mas não largue o Vasco.

Com vocês ele põe medo, não se amedronta. Com vocês, ele é outro.

Então se você, vascaíno, quer outro Vasco em campo, esteja com ele. Torça, apoie.

Grite até o nome do Dinamite. Lembre-se do que ele foi, esqueça o que ele é. Só por hoje, vai? É necessário.

A hora é agora. Lá se vai a fase do "temos que recuperar depois". Acabou. Essa, aliás, é a palavra mais usada pelos vascaínos no momento.

Acabou a paciência, acabou a tolerância, acabou a confiança.

O amor, esse não vai embora. Então não o esconda, expresse-o da forma mais intensa que puder. Por você, pelo Vasco.

Ele precisa de você mais do que nunca, torcedor. Então não vire as costas.

A segundona não está longe, mas ainda há 9 quarteirões de distância.

Espaço suficiente para o Vasco desviar o caminho.

Desde que comece agora. E que você, vascaíno, o empurre a isso.

@_LeoLealC

14 outubro 2013

13


No primeiro turno, o Botafogo também tinha muito mais time e era amplo favorito. Por caprichos, maldades, erros, falta de sorte, ou qualquer elemento odiado pelos alvinegros, a vitória escapou no último piscar.

Hoje, nem tão favorito na Loteria Esportiva, fora do auge de sua boa fase, contra o rival em ascensão, o Glorioso já havia vencido o jogo antes de entrar em campo.

Os alvinegros podiam não saber, não lembrar, mas nem o pessimismo que ronda aqueles corações em preto e branco poderia fazê-los desconfiar que hoje a vitória viria. Já era certa.

Alguns times podem ter suas superstições e acreditar veemente nelas. O Botafogo não, ele vive por elas. 

Eu nunca vi um time funcionar tanto à base da numerologia. Uns usam coincidências e números como uma forma de acreditar, o Glorioso, pra ter certeza.

E num dia 13, em 2013, depois de 13 anos sem vencer o Fla em Brasileiros, a 13 pontos do líder, era óbvio que o Fogão venceria.

Dia 14, talvez, a bola de Elias iria um pouco mais abaixo do travessão, Rafael Marques não estaria na linha do gol pra evitar o empate, ou aquele bate-rebate no último minuto teria um destino doloroso pro Bota.

Mas não, não dessa vez.

Hoje, o Bota precisou de 13 finalizações para chegar à virada e à 13ª vitória aos 13 do 2º tempo com o camisa 13 Rafael Marques.

- Mas Léo, foram 14 chutes, foi a 14ª vitória, o gol foi aos 17 e o Rafa Marques usa a 20!

Dane-se! Não estrague meu enredo.

Dia de Botafogo, 13 letras.

Botafogo em dia de Botafogo, 3 pontos.

@_LeoLealC

13 outubro 2013

Ufa!

(Foto: Globoesporte.com)
O Grêmio joga única e exclusivamente pelo resultado, não importa como, contanto que eles venham. Tem vindo, então para eles não há porque mudar.

É do DNA gremista ser guerreiro, lutar e vencer do jeito que der, com as armas que puder usar.

Mas se podem também jogar bola, por que não jogam?

Chega a ser irritante assistir um jogo do Tricolor Gaúcho. Por mais que dê certo, é muito chato ver 11 rapazes se postando como um time de rúgbi e ainda se dando bem com isso. Mas eles gostam, a torcida aprova.

Então o que fazer?

Castigue-o.

Pressione do início ao fim, mas ponha a bola pra dentro só aos 45 do segundo tempo. Deixe-o sentir o gostinho da vitória para então tirá-la.

Não empate antes disso, pois aí eles se fecham cada vez mais e tornam o jogo ainda mais pavoroso.

O Grêmio ia fazendo mais uma de suas "gremisses", até aquela bola, depois de ir ao céu, aterrizar no gol de Grohe.

Obrigado a quem traçou este caminho a ela. Sóbis, o beque que desviou, Gravatinha, Sobrenatural de Almeida, quem quer que tenha sido, valeu mesmo!

Não foi maldade aquele gol chorado. Maldade seria esse time se dar bem de novo no Maraca, assim como semana passada.

No lance anterior, Kléber estava impedido? Não. Mas seria um lance ofensivo do Tricolor Gaúcho, portanto é regra invalidá-lo.

Não é essa a filosofia?

Nada contra o Imortal Tricolor, nada mesmo. Longe de haver implicância de minha parte quanto à instituição. Mas o Grêmio 2013 não merece estar onde está.

Ou, pelo menos, não joga bola pra isso.

@_LeoLealC

10 outubro 2013

Garra

Na situação que está, o Vasco não se importa em dar bicuda pro alto, não deixar o adversário jogar e jogar por uma bola, pelo resultado, jogar feio.

O Flu, quando se viu na mesma condição, mês passado, fez a mesma coisa e se reergueu. Talvez por isso tenha voltado à enorme exigência de fazer bonito e está de novo em queda.

Até ontem, o Tricolor não brigava pra não cair, ou pelo menos não pensava nisso, o que explica aquela apatia causada pela indiferença.

Pode ser que agora, com o risco de novo iminente, volte o Fluminense de 5 rodadas atrás.

Para o Vasco, é tudo ou nada. Ele não quer convencer, dar show, vencer "bem". Quer vencer, isso é seu bem. Não precisa técnica, basta três pontos e está ótimo.

No lado cruzmaltino, o suor era necessidade. No Tricolor, opção, usada quando já era tarde.

Um gol de bola parada no início e dali em diante ferrolho, carrinho, chutão pro alto. Técnica, deixa pra depois.

Errado? Com as peças do Flu, até cabe a discussão. Com o material do Vasco, não. É o jeito, a saída.

Ontem foi duro, vascaíno?

Acostume-se.

O jogo foi nervoso, e assim serão todos os do Vasco na briga pra escapar, que acredito que vá conseguir.

No de ontem, mais 3 pontos. Suados, como todos os conquistados daqui em diante.

E dane-se o vídeo bem curto de melhores momentos e que a vitória só veio pela boa atuação da zaga.

É hora de olhar números, não primores.

É hora de lutar. Com os pés, com o coração, com a cabeça.

Pro Vasco, agora é guerra.

E faltam 11 batalhas.

@_LeoLealC

07 outubro 2013

Longe. Bem longe

Longe de casa.

Não da torcida, pra essa aí nunca haverá distância.

Longe sim, de fazê-la feliz.

Longe do gol, da área, da bola, de saber o que fazer com ela.

Longe de um lance bonito, ou algo que causasse ânimo.

Longe do futebol.

Longe de perdoar João Paulo e Cris por tratarem tão mal um dos clássicos mais sublimes do Ocidente.

Clássico? Hoje, longe disso.

Longe da tolerância, da tranquilidade, da regularidade.

Longe de encontrar ao menos uma descrição para o que vi em Brasília. 

Sim, em Brasília, só. Não citarei a alcunha do estádio, nosso anjo das pernas tortas não merece ter seu nome atrelado a esse escárnio de irritantes 90 minutos.

Longe de merecer um vencedor.

Longe do Maraca. Amém!

Longe de se adequarem ao poder dessas duas camisas.

Longe da paciência. 

Do aceitável.

Da média.

Longe, bem longe, do alto da tabela.

@_LeoLealC

03 outubro 2013

"Deixou chegar..."

- Tô confiante no Mengão, destruímos o Criciúma!

- Também né, se não ganhasse do CRICIÚMA...

- E daí, brother? Jogamos muito, 4 x 1, agora vai!

- É mesmo? E sobre o Coxa, lá dentro, o que você me diz?

- Tá no papo!

- Acha mesmo que vão conseguir algo lá no Couto? Não brinca comigo...

- Mas é claro. Os caras tão mal desse jeito e você ainda acha que eles vão nos segurar depois de uma vitória daquelas?

- Mas foi no Criciúma!

- Dane-se!

- Cara, vocês não ganham deles lá dentro há 15 anos!

- Obrigado, você me deixou ainda mais confiante.

- Não me faça rir...

- Aí, viu? Toma! É Mengão, rapá,  já foi mais um! Quero ver quem nos para agora!

- Mas vocês só ganharam de dois que brigam pra não cair. Aliás, que brigam com vocês.

- Cair? Time grande não cai, meu filho. O técnico caiu, o interino assumiu, isso não te lembra nada? É rumo ao hepta!

- Mas vocês estão em décimo primeiro!

- Daqui pro G4, são só 8 pontos. Se deixar chegar, já sabe.

- Tu realmente acredita nisso?

- Claro

- Por quê?

- Porque isso aqui é Flamengo.

- E por que gostam tanto de sonhar?

- É a melhor coisa do mundo.

@_LeoLealC