16 maio 2015

Maquinários, "mercenários e precários"


Não foi a imprensa que inventou o ótimo Corinthians do primeiro terço de 2015. Não era enganação, ilusão, nem precipitação.

O time que passou com tanta facilidade pelo grupo mais difícil da Libertadores estava voando, sim, e jogava o melhor futebol da competição. Merecia, sim, ser exaltado.

Eu vi uma máquina na primeira fase. Mas ela emperrou, e não foi do nada.

Há o crime do clube não pagar, o que diminui o rendimento de qualquer profissional. O que torna qualquer situação precária, mas nunca elabora uma legião mercenária. Profissionais têm o total direito de reivindicar o que é seu.

Houve o pecado de se escolher adversário e os corintianos comemorarem o fato dele ser o Guarani, que claramente é inferior.

O Corinthians se auto-conheceu contra o Once Caldas e criou a condição de favorito durante o grupo, onde gerou uma gordura pra queimar.

Mas em mata-mata, não há gordura.

Assim, um time com ares de memorável se desperdiçou. O futebol, maldoso, o queimou.

E a máquina imparável se torna patife, ociosa e energúmena.

Bendito seja o vocabulário da Fiel.

Maldito seja o motivo para proferi-lo.

@_LeoLealC

14 maio 2015

Chegou


As equipes de Cruzeiro e São Paulo compartilham de uma inconsistência que nos impede de cravar qualquer futuro a ambos neste ano. São times prontos, mas que ainda não possuem o tal do algo a mais para passar confiança.

Eles ainda têm medo, ainda são inseguros. E por isso, era de se imaginar que, fora de casa, os dois atuassem como pequenos.

Assim, o confronto foi igual, justo e esperado. O domínio do São Paulo no Morumbi foi idêntico ao massacre cruzeirense no Mineirão. Da mesma forma que a Raposa poderia ter feito mais dois, três e passado sem a necessidade dos pênaltis, o tricolor poderia golear na ida e administrar o resultado na volta.

Estar entre os 8, para qualquer um dois, seria lucro. Coube à loteria dos pênaltis decidir o felizardo. Sim, loteria, pois até o mérito dos goleiros foi igualmente dividido e o que decidiu foi uma cobrança pra fora.

O Cruzeiro está lá. E quando ouço a palavra crise quando alguém se refere à Raposa, reflito e acho graça.

Como eu queria que meu time estivesse vivendo este pesadelo de ser o atual bicampeão brasileiro e estar agora entre os 8 da América! Que vida triste, não?

Ultimamente, uma das poucas certezas que temos no futebol é a de que talvez dê Cruzeiro. Levando ou não, ele está sempre protagonizando.

Ele chegou, de novo. E a autoridade mostrada nesta quarta lhe tira qualquer condição de azarão.

Faltam seis jogos e o Cruzeiro não é mais surpresa.

A incerteza, agora, é sua aliada.

@_LeoLealC