05 junho 2015
O favorito
Em cinco rodadas, o ponto máximo de conclusão que nos acostumamos a chegar é um prognóstico bem vago sobre parte de cima ou de baixo da tabela.
Mas entre tantos "se não melhorar", "se não contratar", "se mantiver a pegada", "se continuar levando os pontos em casa", o Galo chama a atenção por uma certeza que já nos impõe bem cedo neste campeonato.
Sport, Goiás, Ponte ou Atlético-PR começaram muito bem, podem fazer boas campanhas e talvez até brigar por G4, mas é bastante raro vermos um time médio mostrar regularidade em 38 rodadas. Para título, são cartas fora do truco.
E o Atlético Mineiro é o único grande que já mostra vontade de ser campeão.
Em cinco jogos, três vitórias. Três goleadas incontestáveis. Duas contra grandes e outra contra um pequeno fora de casa, onde às vezes apronta.
Quem viu os massacres contra Flu e Vasco, sabia, com 20 minutos de jogo, que o Galo venceria com facilidade. Por quê? Porque eles querem vencer. E pra isso, aplicam uma intensidade assustadora em campo, que se alia à superioridade técnica e domina o adversário por completo.
É um time que não senta em resultado. Se faz um, quer dois, se faz o segundo, quer o terceiro. E no meio deste futebol preguiçoso que virou rotina para muitos, ele voa.
O 4 x 1 no Avaí, que vinha bem, não é normal. Por melhor que seja o time do Atlético, chegar na Ressacada e tornar da partida um treino de luxo é para se ver com olhos diferentes.
Arrumado taticamente, homogêneo em peças e um objetivo claro. Enquanto 19 levam no "tanto faz" até terem noção de suas possibilidades no campeonato, o Galo é o único que já sabe o que quer. E até agora, faz por onde ter.
"Cansado" de milagres e de esperar até o último suspiro para soltar o grito, ele resolveu ser regular.
Dá pra cravar isso com apenas cinco jogos? Dá, pior que dá. Se não acredita, veja a reprise das três vitórias. A constância mostrada nos 90 minutos de cada é auto-explicativa.
E milagre, agora, será parar esta equipe.
O Sol ainda nem nasceu no Brasileirão, mas o Galo já canta alto.
O Atlético Mineiro é o favorito ao título. Em vez de esperar uma janela que só costuma abrir no segundo turno, ele já apresentou uma proposta tentadora à Taça.
Há negócio.
@_LeoLealC
02 junho 2015
A paz tricolor
Desde que a antiga patrocinadora se despediu, bastante se falou em um Flu coadjuvante para 2015. O que poderia ser visto por lados diferentes da moeda, sendo tanto cabível quanto incoerente a quem interpretasse.
Em minha leitura, também fazia sentido. Sem Conca, Cícero, com uma receita amplamente reduzida e uma interrogação nas apostas, eu esperava um ano difícil para o Tricolor.
Mas ainda há, nas Laranjeiras, quem saiba segurar o peso de uma crise premeditada. Ainda há quem segure o tranco num elenco que poderia se sentir perdido com duas trocas de treinador tão esdrúxulas.
Quando a previsão inicial é de um marasmo, a pressão por resultados acaba sendo menor. Assim, o Fluminense soube se beneficiar de nosso equívoco.
Sobe Vinícius, sobe Giovanni, sobe Gérson. Há Fred para carregar por aluguel o peso sobre os garotos, que já não é mais tão intenso que outrora.
Aliás, esse Gérson...
O Flu não é o mesmo de anos anteriores, mas é time para incomodar. E quando uma certa dupla resolver fazer o que sabe, a equipe viverá até momentos de brilhantismo.
Contra o desesperado Flamengo, o tranquilo Fluminense de garotos parecia um time experiente, calejado, tamanha eficiência quando se tinha a rara posse de bola.
Calmo, sereno, fazendo a bola correr contra um time que apenas corre com ela.
O Flu trabalha em paz. E com uma certa esperança.
Agora, há Gérson.
Ainda há Fred.
Este "coadjuvante" Fluminense já causa medo com estes dois protagonistas, que teriam o mesmo posto em qualquer outro grande do país.
E foi provado, no Fla-Flu, que a condição de franco-atirador está abolida.
@_LeoLealC
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