21 abril 2017

E se fosse assim?


O regulamento do Campeonato Carioca causou estranheza. De fato, é uma fórmula esdrúxula feita para garantir de qualquer jeito os 4 grandes na semifinal geral. Basta uma campanha normal nas fases classificatórias e dane-se o que aconteça no mata-mata dos turnos. A Taça Rio do Vasco, por exemplo, teve a mesma utilidade que um bolso de pijama.

Mas há um tempo venho pensando num formato diferente que talvez funcionasse no Brasileirão. Estou pra postar isso há um tempo e não fiz por preguiça. E sim, a FERJ fez algo bem semelhante ao que penso para nosso nacional.

Calma, não penso em dividir em grupos, inutilizar turno e returno, criar módulo amarelo, módulo, verde, módulo azul-banana, módulo dourado, nada disso. Mas esse formato do Carioca, com algumas modificações. é o que acho ideal para o Campeonato Brasileiro.

Vamos lá. A ideia inicial é a mesma: campeão do turno, campeão do returno e outros dois de melhor campanha geral. Ponto.

Por que isso é ridículo para o Carioca e bom pro Brasileiro? Porque no estadual os turnos são definidos em mata-mata e no Brasileirão em pontos corridos. Colocar esse formato no Carioca faz com que as decisões de turno nada valham.

Eu sempre fui a favor do Brasileirão em mata-mata, mas não de um jeito que se classifiquem 8 e se matem para definir o campeão. E essa fórmula foi o que achei mais próximo de misturar justiça com emoção, decisão e o jogo do título, de fato.

Campeão do primeiro, campeão do segundo e os outros dois de melhor campanha. Semifinal e final, com vantagem de decidir em casa jogando pelo empate na soma dos confrontos para o time de melhor campanha.

E se um time ganhar os dois turnos? Se garante na final. As outras duas melhores campanhas decidem quem o enfrentará na decisão. O campeão dos dois turnos, por méritos, terá a vantagem do empate na soma dos confrontos e jogará as duas partidas em casa.

Por que também os outros dois de melhor campanha e não só a final entre os campeões de turno? Para fazer justiça. Às vezes o Campeão Brasileiro não é o campeão do turno, nem do returno. Caso do Flu em 2012, campeão disparado, mas o melhor nas primeiras 19 rodadas foi o Galo e nas outras 19 o São Paulo. Naquele ano, por exemplo, teríamos Fluminense x SPFC e Atlético-MG x Grêmio nas semis.

Em 2016, Palmeiras levou os dois turnos. Ele teria a vaga garantida na final. Santos e Flamengo disputariam a outra, com vantagem para o Peixe. O Porco enfrentaria o vencedor deste confronto em dois jogos no Allianz Parque, com vantagem do empate. Título praticamente na mão, mas decidido num mata-mata, o que valoriza estratosfericamente mais a história da conquista.

É uma ideia meio louca, confesso. Pontos corridos são justos, mas não acho que futebol seja só justiça. Tem que ter a decisão, aquele jogo que pare o país, a hora de separar os homens dos menino.

A Taça tem que ser levantada ali, no estádio, ao final do jogo.

E aí, curtiram?

Não?

Então torçam para que eu nunca assuma a CBF.

Twitter: @_LeoLealC