30 abril 2012

Caminho certo

(Foto: O Globo)
Há três, quatro anos atrás, estando na mesma situação, poderia se cravar que o Botafogo não levaria a Taça Rio. Por quê? Porque nem mesmo ele queria. Ou, pelo menos, não demonstrava querer.

A melhora e o crescimento que o Glorioso vem mostrando nas últimas temporadas tem seu início nas questões psicológicas. Sua e de seus torcedores.

O pessimismo por parte dos botafoguenses, em certos momentos, chegava a irritar. Hoje, o medo, que os atormentava perante momentos decisivos, dá lugar à motivação e ao discurso do "eu posso".

Seja pela figura de Loco Abreu, seja pela chacoalhada emocional que Joel Santana deu em 2010. Para o Bota, o que importa, no momento, são os novos ares em que vive, a confiança e o "pensamento grande" que sua torcida agora tem.

Durante o campeonato, o futebol apresentado não foi unanimidade. Mas ontem, quando necessário, convenceu, foi superior ao Vasco em todo o jogo. E hoje, chega à final mais encorpado, com mais cara de campeão que o Fluminense.

Um treinador que prioriza o trabalho sério e a ofensividade, o melhor goleiro do Brasil, um meia que faz a diferença quando é preciso, um atacante marrento, ousado, louco. Uma loucura necessária.

Conjunto que retoma a grandeza alvinegra, que havia sumido do pensamento dos torcedores.

No início da competição, apontei, aqui, o Botafogo como favorito ao título. Agora, não tenho medo de repetir. O Alvinegro chega, sim, em mais condições de levantar a taça. É quem joga melhor e quem mais merece.

Pelo menos, esse ano, o Fluminense será o único adversário.

Junto com Vasco e Flamengo, o pessimismo foi eliminado faz tempo.

E, dentro de campo, hoje, sou mais Botafogo.

@_LeoLealC

22 abril 2012

Faltou você, Maraca

(Foto: Globoesporte.com)
Dois ótimos ataques contra duas defesas visivelmente frágeis. O Vasco tinha volantes para, do jeito que fosse, suprir a carência e desafogar os zagueiros. O Flamengo não.

Assim, o primeiro tempo foi todo vascaíno. Talvez, sem a parada técnica, a vantagem no intervalo seria maior. Até os 20 minutos, o Cruzmaltino massacrou, trucidou o Fla. Depois, foi "apenas" superior.

Mas, mesmo com a superioridade adversária, o Rubro-Negro teve suas chances. O que fez do jogo totalmente aberto, cheio de detalhes, onde alguns seriam decisivos.

Joel tinha todo um planejamento de ataque com cautela no segundo tempo. O gol relâmpago sofrido foi um balde de água fria.

No entanto, dali em diante, a pressa se tornou a alternativa mais cabível. Quando percebeu que o Fla tinha voltado ao jogo, Cristóvão errou ao chamar ainda mais o Rubro-Negro para o jogo.

Do mesmo jeito que Joel errou ao sacar Kléberson, melhor do Flamengo em campo. Dois meses atrás, seria, sim, jogo para Renato. Mas hoje, sem condições. Não por culpa do meia, mas sim da situação. Assim, o desespero estava explícito.

Mesmo assim, ao contrário da primeira, a etapa complementar foi toda rubro-negra. Porém, o Vasco também teve suas chances.

O Flamengo tentou, por 90 minutos, disfarçar todas as burradas feitas em um primeiro semestre trágico. O Gigante da Colina tinha o fator psicológico a seu favor e um cidadão cuja sua perna canhota pode fazer a diferença. E fez.

Mesmo que com menos brilho que em 2011, a lua-de-mel cruzmaltina com a torcida ainda não acabou. Hoje, os dois mereceram a vitória, mas o melhor momento vivido pela equipe de Cristóvão foi o detalhe a pesar no gramado do Engenhão.

As equipes mostraram que o Cariocão pode, sim, ser interessante.

Emoção não existe para quem não sabe criá-la.

Quando se trata de Vasco x Flamengo, tudo muda. Quando o regulamento ajuda e damos de cara com o melhor Clássico dos Milhões do século XXI, o maior  vencedor é o torcedor.

Perdão. Mas, hoje, meu vocabulário não é suficiente para descrever esses inesquecíveis 90 minutos.

Com todo respeito, você não era o palco certo Engenhão.

Como você fez falta, maior do mundo!

@_LeoLealC

18 abril 2012

Maior que os adversários, menor que o futebol

(Foto: Lancenet.com.br)
O Chelsea foi pequeno além do normal. Sua inferioridade ao Barcelona não tem tamanha proporção como fantasiou Di Matteo. Mas venceu, não sofreu gols. Então, não tem jeito, dirão que o técnico foi um gênio e a estratégia dos londrinos, perfeita.

Não. Passou longe da perfeição e muito próxima da sorte.

Obviamente, para os Azuis, não há como se equiparar ao volume de jogo do Barça. Porém, o material humano do qual dispõe o treinador italiano dá-lhe condições de impor um ritmo de jogo mais equilibrado.

Dois chutes a gol é muito pouco para uma equipe que sentia a necessidade de fazer o resultado em casa.

Hoje, a zaga esteve perfeita, Messi e Xavi estiveram em um raro dia de atuação apagada e o estilo Davi deu certo, mas é difícil que o raio caia novamente no mesmo lugar.

No Camp Nou, aposto no Barça. No entanto, mesmo que seja uma maldade com a beleza do futebol, minha torcida é para a classificação do Chelsea.

Deixo claro que minha simpatia pelos Azuis é nula. Não me agrada, de jeito algum, a ideia de um time pequeno que, de uma hora para outra, se torna gigante graças a um cidadão milionário, de boa vontade e que busca seu próprio lucro.

Mas, acredito que, hoje, a quebra da hegemonia catalã faria bem ao futebol.

Para enfrentar o Barça, não se pode ter medo. Além do futebol, Guardiola utiliza o fator psicológico contra seus adversários. Se uma equipe entra em campo pensando em não perder, as chances de que isso aconteça são amplamente maiores.

E, caso os londrinos cheguem à final, mesmo que atuando dessa forma covarde, aos poucos, o medo pode deixar de figurar as mentes dos treinadores que enfrentarem o catalão. Atacando-os, a preocupação estaria também do lado azul-grená.

Sim, o Barcelona é superior. Porém, não mais invencível.

Hoje, jogando de forma muito mais lúcida, tendo 5 chances claras de gol, viu o resultado torna-se contra si em um lance que foi metade do que fez o Chelsea durante toda a partida.

É possível para os Azuis? Sim

Acha que não?

Prazer, futebol.

@_LeoLealC

12 abril 2012

Pagando o preço

Não adianta chiar, reclamar do Olimpia e dizer que a classificação escapou por detalhes. Em parte, pode até ter sido. Mas foi um grande número detalhes em um certas partidas que o Flamengo deixou escapar pontos, implorando para ser eliminado.

Hoje, tivemos a certeza da fanfarronice do time do Fla. Hoje, quiseram e jogaram. Jogaram muito. Mas já era tarde, a competência já havia se tornado obrigação.

Mas, no mundo tripolar do Rubro-Negro, hoje era dia de esquecer todos os problemas e tentar a milagrosa classificação, na tentativa de mais um certo tempo de descanso e relaxamento.

No campo do Engenhão, o Fla engoliu o Lanús, fazendo sua melhor partida em 2012 e mostrando que quando quer, pode jogar de forma competitiva, mesmo com as invenções de Joel, os erros de Willians e a omissão de Ronaldinho. 

O problema é querer. Contra os argentinos, jogou como quis porque quis. Porém, já era tarde para querer a classificação. Não adiantava o próprio esforço.

Esforço que era necessário antes da partida de hoje. Sem ele, o Flamengo perdeu a classificação para si mesmo.

Esperavam o milagre e ele aconteceu. Mas de uma forma ainda mais incrível, para o Emelec.

O Rubro-Negro exagerou no abuso do poder da camisa e esqueceu da raça, da vontade e da determinação. Fatores que fazem sua camisa ter poder.

Foi coisa de outro mundo. Flamenguistas vibrando gols do Emelec e do Olimpia, mas também chorando com gols dos dois.

De outro mundo, também, é Welinton fazer gol e ajudar na vitória. Mas isso, deixa passar.

Agora, coisa de outra galáxia é o time deixar a classificação escapar em um grupo esdrúxulo como esse. Implorando para se complicar, se complicou.

Hoje, nas 4 linhas, não tem o que reclamar.

Mas, se dependesse de merecimento, o Fla já deveria estar eliminado antes de entrar em campo.

Quando se arrependeu de sua atitude e optou por outra, já era tarde.

Nada mais justo que a eliminação.

Você pediu, Flamengo.

@_LeoLealC

05 abril 2012

Inexplicável, mas não surpreendente

Mais uma vez, Joel jogou contra o Flamengo. Mas, aos poucos, isso começa a passar despercebido, tamanha normalidade da situação.

Ontem, o Papai, enfim, resolveu não inventar e deixou o Fla jogar. Mesmo com erros aqui, erros ali, o Rubro-Negro era amplamente superior ao fraquíssimo time do Emelec.

Depois de 45 minutos, o treinador se sentiu na obrigação de, mais uma vez, prejudicar a equipe. Para que recuar todo mundo? Para que três zagueiros, sendo que dois deles não valem por um? Qual é a função do Magal em campo?

Como em quase todos os jogos da temporada, o Flamengo chamou o adversário para o jogo na segunda etapa.

Sono, relaxamento e soberba. O que não sai do óbvio, pois o time tem, em campo, um tipo de líder que amarela quando a coisa aperta e joga quando quer. Ultimamente, nem quando quer.

Ok, ruim com Ronaldinho, pior sem ele. No entanto, R10 foi contratado para fazer a diferença, chamar a responsabilidade e tomar a frente, não para "jogar direitinho".

E, quando a equipe joga um pouco além do "direitinho", Joel faz o favor de impor seu estilo, que é a falta de futebol. O técnico consegue fazer o time ter um padrão de jogo pior que o que tinha com Luxemburgo, mesmo tendo elementos melhores, que arrumaram a zaga e o ataque.

O Flamengo pediu, implorou:

-Vai Emelec, vence. Me complica ainda mais na Libertadores, por favor!

Pedido aceito. Assim, o Fla, que não faz nada certo desde o início de 2012, a começar pela diretoria, também vai fazendo de tudo para conseguir a eliminação em um grupo medíocre na Liberta.

Contagiados pelo jeito R10 de ser, pelo vírus que Joel Santana traz e pela podridão do Departamento de Futebol, os jogadores se sentem à vontade com a situação.

Puseram na cabeça que eles não são culpados. E, agora, estão apoiados nisso. Amarelaram, amarelaram de novo e agora estão acostumados com a situação, assim como o líder que lhes rege.

A classificação pode até, milagrosamente, vir. Porém, não será merecida.

Mais uma vez, inexplicavelmente, o Rubro-Negro usou o poder da sua camisa de forma negativa.

Foi Flamengo, no mau pedaço da tradição.

Surpresa para você?

Para mim, não.

@_LeoLealC

04 abril 2012

Assim, não!

(Foto: Lancenet)
O Vasco fez de tudo para se complicar. Insistiu repetidamente para que o Alianza Lima empatasse o jogo. Até porque, quando se depende de lampejos de Felipe Bastos para garantir a vitória, algo está errado.

A equipe Cruzmaltina achou que ganharia na hora que quisesse, calçou o salto alto e não o largou até o fim. Sorte que a equipe peruana não fazia a vontade vascaína, por total falta de qualquer aspecto técnico relacionado ao futebol.

Querendo jogar, ou não, o Gigante da Colina conseguiu seu primeiro gol. A partir daí, o sono virou cochilo. Ontem não parecia ser dia de futebol bem jogado.

O Vasco chamava o adversário para seu campo durante todo o tempo, mas ele não ouvia .

A falta que Juninho faz à equipe não se restringe à sua técnica. O craque, com seu espírito de liderança, ajudaria a impedir tamanha falta de vontade da equipe em campo.

E, depois do segundo gol, o Vasco, que cochilava, hibernou. Assim, ao invés de chamar, fez o favor de levar o time peruano a lhe atacar.

Depois de tanto esforço, de ambas as partes, gol do Alianza. Prêmio para os dois, por não desistirem do feito.

No entanto, a ruindade peruana impediu o Cruzmaltino de passar por um vexame.

Sim, na Libertadores, o que valem são os três pontos.

Mas, ontem, o Vasco só foi coroado com os mesmos devido à incapacidade adversária. O time não entrou na pilha, achou que a vitória viria do céu.

E veio. Só que, desse jeito, não virá mais. É preciso esforço, vontade, gana, independentemente do adversário.

Assim, o Vasco, que tentou todas as formas de se complicar em seu grupo, não conseguiu. Agora, sua classificação está bem encaminhada.

É bom que a equipe aprenda a tempo com os erros de ontem. Pode ter acontecido na hora certa.

Ontem, a equipe relaxou, subestimou o adversário e brincou com a sua superioridade.

Coisa que, há muito tempo, não se via.

Tá na hora de acordar!

@_LeoLealC