09 fevereiro 2015

A exceção


Desde passados dercyzíacos, árbitros são tratados como paspalhos em relvados terrestres. Por não serem profissionais - o que não é culpa deles - e receberem bem menos que jogadores, são vistos pelos mesmos como "os caras que estão ali para errar e atrapalhar o jogo".

Claro, os apitadores colaboram com este desprezo. A maioria não sabe o significado da palavra imposição e, na arbitragem, o confunde com abuso de autoridade.

Árbitros estão em campo para fazerem as regras serem respeitadas e cumpridas. Só.

Quem ultrapassa este ponto, acariciando o próprio ego e querendo martelar que está acima de tudo, merece, de fato, ser reconhecido como um frustrado que não deu certo com a bola.

Há o outro lado, os que permitem surgir uma bagunça porque "todos fazem igual" e se deixam levar pelo medo da polêmica. Também são dignos de tal alcunha.

Não é certo dar vermelho a um atleta por qualquer motivo bobo apenas para mostrar que "eu que mando". Sim, são eles que mandam. Mas essa atitude transformaria a autoridade em uma descartável vontade de aparecer.

Da mesma forma que é uma covardia não cumprir a regra num lance que passaria despercebido por causa do pânico em ser o assunto do dia seguinte.

Sim, árbitros odeiam ouvir seus nomes nos programas esportivos.

E hoje eu ouvi um; Raphael Klaus.

Ele já havia mostrado o primeiro amarelo ao Cássio. Podia muito bem dar aquela famosa bronca, ouvir a vaia passageira da torcida palmeirense e descontar tudo nos acréscimos. Passaria batido e o goleiro continuaria a cera em todos os tiros de meta, como sempre aconteceu em qualquer lugar.

Mas e daí? Pra que cair na malandragem de mais um só porque ninguém faz o que deveria ser o certo?

Dane-se que ainda estava no início do segundo tempo! Ele puxou o cartão e, corretamente, expulsou o corintiano.

Klaus foi homem. Entendeu sua função ali e apenas a executou. Se impôs, no verdadeiro significado da palavra.

Ele teve medo, mas não de ser polêmico, e sim de ser covarde.

Por isso, acertou em cheio. Por isso, até vou poupá-lo de questionar se ele teria a mesma frieza para tomar tal atitude no Itaquerão.

Como prêmio pela coragem, seu nome nem será tão falado nesta semana. O Corinthians venceu, mesmo com um a menos. Portanto, ele não influenciou no resultado.

Mas eu repito: Raphael Klaus!

O lance de Cássio foi bobo. Sua expulsão, não.

E o paspalho, dessa vez, não foi o árbitro.

Que sirva de exemplo.

@_LeoLealC

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