Ousadia, alegria, talento e vontade. Quando esses quatro componentes se juntam numa equipe, fica difícil de alguém pará-la. E essas quatro qualidades estão perfeitamente distribuídas no Santos Futebol Clube, campeão Incontestável (sim, com I maiúsculo) da Libertadores 2011.
Sete vitórias, seis empates e uma derrota. Aproximadamente 64% de aproveitamento. Colocando no papel, os números são de uma ''boa'' equipe. Porém, como diz Rica Perrone, números no futebol são como biquíni. Mostram tudo, menos o que interessa. E o que interessa é que o Peixe, mesmo que de uma hora pra outra, foi o time que mais encantou na Libertadores.
Dizem que um bom time começa por um bom goleiro. E nessa competição, o antes contestado Rafael não deixou a desejar. Sempre quando foi acionado, correspondeu. Entre as atuações regulares, destaca-se a performance na segunda partida das oitavas-de-final no México contra o America-MEX. O goleiro santista ''fechou o gol'', garantiu o 0 x 0 e a classificação do peixe.
Com a chegada do técnico Muricy Ramalho, a antes insegura zaga do Santos tomou jeito. Durval e Edu Dracena se acertaram ali no miolo de zaga, não vacilaram e formaram uma dupla ''sólida'' durante todo o campeonato, principalmente na fase ''mata-mata''.
O peixe sempre esteve bem servido nas laterais. Pela direita, Jonathan começou o torneio como titular e correspondeu. Mas Danilo, que estava atuando improvisado como volante, ganhou a titularidade da lateral e foi decisivo com gols na fase inicial - golaço contra o Cerro Porteño -, e na partida final - golaço no Peñarol que praticamente garantiu o título -. Pela esquerda, Léo foi regular em suas atuações. E quando não jogava, era substituído à altura por Alex Sandro.
O meio de campo dessa equipe é simplesmente espetacular, principalmente para o nível de futebol brasileiro. Arouca, um volante que sai jogando, aparece como homem-surpresa, dificilmente erra passe. Teria vaga em qualquer time brasileiro. Adriano, chegou chegando, de mansinho, achou seu espaço e não largou mais. Guerreiro, raçudo, caiu nas graças da torcida. Elano, a experiência necessária à equipe. Suas bolas paradas foram decisivas em muitos momentos na Libertadores. Paulo Henrique Ganso, o maestro da orquestra. Dispensa comentários. Sem falar de Alan Patrick, jovem e habilidoso que não titubeou quando foi chamado e teve participação significativa na campanha, como na vitória sobre o Once Caldas por 1 x 0 na Colômbia pelas quartas-de-final fazendo o gol da vitória.
O centroavante da equipe é apenas regular, porém decisivo. Tudo bem que Zé Eduardo perdeu 296 gols de cara nas duas partidas finais, mas Zé Love foi determinante nas outras fases com gols importantíssimos. Para isso teve a ajuda de Elano, Ganso e principalmente o Neymar, o craque da Libertadores 2011.
Com 19 anos, Neymar assumiu a responsabilidade e foi o principal jogador santista nesse título. Atuações dignas de causar se não medo, pelo menos receio no Barcelona, esperado adversário na final do Mundial de Clubes em dezembro. O menino mostrou que tem tudo para virar melhor jogador do mundo com o passar do tempo. Jogador completo. Chuta bem, corre muito, dribla, toca muito bem...inúmeras qualidades que mostram a Messi & cia. que não haverá moleza nesse possível confronto.
E o que falar de Muricy Ramalho? O competente e injustiçadamente criticado treinador chega a mais uma conquista em sua vitoriosa carreira, faltando apenas o Mundial para completar seu repleto currículo. Agora só falta chegar alguém e dizer que time de Muricy joga feio. O Santos é a prova que um time não depende só de técnico, enquanto o treinador se consagra como o técnico com mais conquistas no Brasil na atualidade.
Enquanto isso, o mundo não perde por esperar para o que seria o ''Jogo do Século'' entre Santos x Barcelona. O jogo bonito, bem jogado, com toques de bola e dribles vem se juntando aos resultados expressivos. O futebol agradece!
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