27 novembro 2011

Valeu Charles Miller!

Explicações não faltam para definir o futebol como apaixonante. Paixão não falta para tentar explicar o mesmo. São emoções que se renovam e vão nos surpreendendo a cada lance, a cada jogo.

(Foto: Agência O Globo)
Hoje, vivi duas horas de sentimentos inexplicáveis que a muito não sentia. E acredito que cada brasileiro apaixonado pela bola também tenha vivido. Coisas que só o futebol nos proporciona.

Era uma rodada que já poderia definir o campeão e os rebaixados.

Coisas que, infelizmente, estavam acontecendo.

Corinthians estava ganhando e, com o empate entre Vasco e Fluminense, se sagrando campeão. Cruzeiro estava vencendo o Ceará e definindo os quatro rebaixados com antecedência.

Era uma pena o campeonato terminar assim. Daria a impressão de que foi chato e sem emoção, quando na verdade está sendo o melhor da história dos pontos corridos.

Quando de repente, no apagar das luzes, gol do Vasco, gol do Ceará. Os jogadores do Corinthians, que já se preparavam para dar a volta olímpica, decepcionam-se ao saber do gol da equipe carioca. A torcida do Figueirense, esquecendo a derrota, começa gritar o nome do Cruzmaltino, apenas para tirar sarro do adversário ao término da partida. Encantos da bola.

Do nada, começo a rir, gargalhar. Muito pela felicidade de ver o campeonato ter o final que merece.

Esse campeonato maluco e inesquecível, onde o inesperado acontece numa frequência anormal, onde o que parece estar decidido muda de panorama em um instante qualquer, com uma cabeçada ali ou um chute despretensioso aqui.

Perdoem-me o paradoxo, mas o Vasco ser surpreendente já não é mais surpresa. Jogo épico no Engenhão. Um capítulo inesquecível dessa linda história, repleta de brilhantismo, que o Gigante da Colina vive.

Quando tudo conspirava a favor do título corintiano, a chegada de Bernardo como um foguete na área, aos 45 do segundo tempo, mudou todo o panorama da briga pelo caneco.

Os sonhos da torcida vascaína parecem não ter mais fim. É o melhor ano do século XXI para o Cruzmaltino. 365 dias que nunca sairão da memória de quem viveu, torceu, se emocionou.

(Foto: Timaonaweb.com.br)
Sonhos estes, que pareciam, enfim, se tornar realidade, terminando de uma vez com a angústia, para os corinthianos. Mais uma vez sem brilhar, mas com competência e objetividade, vitória importantíssima sobre a fortíssima equipe do Figueira, no Orlando Scarpelli. No apito final do árbitro, o Timão estava pronto para comemorar o pentacampeonato brasileiro. Mas, o já mencionado gol de Bernardo, no Engenhão, adiou a decisão para a última rodada.

E na parte debaixo da tabela, quando o Cruzeiro escapava, rebaixando, com antecedência, Atlético-PR e Ceará, o Vozão consegue o empate no último lance. Adiando o sofrimento.

Foram duas horas mágicas, onde qualquer torcedor, independentemente dos resultados, pôde se deliciar com emoção ao mais alto patamar.

Assim, me sinto na obrigação de remencionar a frase de um antigo jornalista inglês, que nos visitou em 1966, que dizia que o futebol é ópio do povo brasileiro, capaz de enfrentar qualquer adversidade ou transpor qualquer obstáculo, de superar a si mesmo, desde que o seu time favorito vença um jogo importante.

E então, depois de assistir a esses momentos incríveis, que ficarão na memória dos brasileiros, só me resta agradecer ao futebol pela sua existência, por tornar a vida de nós brasileiros mais divertida.

E no momento, a mais divertida é a dos vascaínos.

Porém, já se sabe, o panorama pode mudar a qualquer momento.

Resta aguardar o último capítulo, onde muitos irão sorrir, enquanto muitos cairão nas lágrimas.

Mas todos viverão as emoções que só o futebol pode nos dar.

Mais do que um esporte. Um estado de espírito.

@_LeoLealC

Nenhum comentário:

Postar um comentário