25 março 2013

Menos...

O lance do pênalti foi confuso, estranho, mas no fim, marcou-se o certo. Independente da confusão, Seedorf estava impedido, então não cabe discussão. Afinal, você prefere manter o errado ou mudar pro certo?

A expulsão foi exagerada, ok. Mas botafoguenses, parem um segundo pra analisar o enorme prejuízo que isso lhes causou: o Seedorf foi expulso de um jogo que acabaria 30 segundos depois contra a "fortíssima" equipe do Madureira e está fora do confronto de "vida ou morte" contra o Friburguense.

Esse fuzuê todo vale realmente a pena?

Não, não estou defendendo o juiz, ele podia muito bem dar só o amarelo e levar na lábia, sim.  Se fosse o Fellype Gabriel, por exemplo, não expulsaria.

Mas e daí? Passou. Seedorf foi expulso de um jogo inútil, está fora de outro e nem a expulsão, nem o pênalti interferiram no resultado.

O Fogão é o campeão do primeiro turno, já está na final e é o único grande 100% na Taça Rio. Se alguém tem motivo pra reclamar, acreditem alvinegros, não são vocês.

Aliás, mesmo com o excesso de vontade de aparecer do juiz, o Seedorf também não está disposto a ser punido por não cumprir a regra?

E se fosse no São Paulo, com o Luís Fabiano sendo expulso do mesmo jeito, o criticado também seria o juiz?

Ignore o fato, botafoguense, pois você tem muito mais motivos pra festejar no momento.

O árbitro Phillip George Bennett, que já chama atenção por si só com este nome cheio de letras e por parecer o Fábio Porchat, quis muito aparecer.

E conseguiu, graças a você.

Menos, seu juiz, por favor...

E muito menos, botafoguense!

@_LeoLealC

21 março 2013

Por que? Pra quê?

(Foto: Marcelo Sadio)
Gaúcho é identificado com o Vasco, querido no clube. Fazia seu trabalho na base, onde tinha estabilidade e tranquilidade. Lá, na base, é necessário que o trabalho tenha sequência. Logo, ele era intocável.

Ano passado, foi comandar o profissional nos últimos 4 jogos. Normal, aceitável. O time não tinha mais pretensões no campeonato, nem clima para manter Marcelo Oliveira.

Ali, era a hora da diretoria planejar 2013. E não, não era para Gaúcho estar nos planos. Ele é técnico de base, estava ali como interino e não faria milagre com este elenco, também muito mal planejado. E como no futebol tudo sobra para o técnico, era óbvio que cairia na conta dele.

Caiu. E agora o Vasco vai atrás de um novo, o que deveria ter acontecido no fim de 2012 ou, no máximo, no início da pré-temporada. Assim, Gaúcho voltaria para sua real função e a montagem da equipe começaria do zero.

Gaúcho não é técnico para o Vasco, mostrou isso na final da Taça Guanabara. Na semi, eliminou o Flu mais com a camisa do que pelo o time e, se levasse o caneco, teria vida mais longa no comando e adiaria o que inevitavelmente iria acontecer. Porém, seu lugar não é ali, isso está na cara e a diretoria sabia que isto não daria certo. Uma hora o barco afundaria.

Agora ele sai, não só do comando do time profissional, mas sim do clube. E seu trabalho a longo prazo na categoria de base, que decorria normalmente, vai pro espaço. Ou seja, o cara que até 5 meses atrás prestava serviço ao futuro do clube, hoje é o culpado pelo fracasso do presente, exercendo uma função que não era para ser sua.

E o Vasco que planejou o ano contratando diretores, aumentando o número de aspones e esquecendo do campo, agora, sob um turbilhão ainda maior e com o orçamento bagunçado, se vê obrigado a apressar-se e trazer um sujeito para enfim, começar a montagem de elenco.

O clube tem dois técnicos renomados e os usa como diretores. Assim, começa o ano com um interino. A coisa aperta, o interino é demitido e sua ligação com a instituição tem um fim.

Tem um porquê? Tem lógica?

Vai entender...

@_LeoLealC

18 março 2013

Vale a aposta

(Foto: Arena)
Dorival sairia a qualquer momento. Não saiu antes porque a multa era alta e, assim que diminuiu, o ciclo acabou. Normal. É um bom treinador, sim, mas ganhava o que o Flamengo não pode pagar. Com Love, aconteceu o mesmo. Não foi uma decisão técnica, e sim financeira.

Dentre as opções, apareciam Mano Menezes e até Alexandre Gallo. O primeiro não ganharia menos que Dorival. Logo, seria uma troca burra. O segundo é um treinador comum, que fez trabalhos razoáveis em pequenos e tremeu nos grandes.

Jorginho ainda é uma incógnita, mas é uma promessa. Sabe a língua do boleiro e tem bom senso. Ganhando menos da metade que Dorival, é a melhor opção para o Rubro-Negro.

No Brasil, seus trabalhos foram bons, mas no América e no Figueirense. Não se sabe ainda como vai lidar com a pressão da massa, ainda mais no futebol moderno, onde o treinador tem o papel de protagonista, mas agora o que vale é a expectativa.

O novo Fla busca coisas novas e traz Jorginho, que tem o mesmo objetivo. O time não é bom, o técnico ainda é uma interrogação.

Mas o Fla está em transição e Jorginho em ascensão. É aí que vale o risco. Pois se der liga, os frutos colhidos pelas duas partes serão consideráveis.

O clube sabe o que quer, sabe quem escolheu e o porquê de escolher.

É a chance da carreira do treinador, que aproveitando-a, deixa o Rubro-Negro em uma ótima condição.

Então, Jorginho tem tudo para fazer um bom trabalho e crescer junto com a equipe.

Claro, se não confundir religião com futebol.

@_LeoLealC

11 março 2013

O favorecido Fogão

(Foto: LancePress)
A vantagem do empate. Ela foi criada para que os jogos contra pequenos fossem valorizados, as últimas rodadas não servissem só para cumprimento de tabela e o primeiro colocado entrasse em condição superior ao segundo.

O Vasco, inferior tecnicamente, tinha o proveito. E se fazendo seu jogo, as chances contra o bom time do Bota são pequenas, restou se fechar, viver do contra-ataque e jogar pelo empate.  

O Botafogo é hoje o mais lúcido entre os grandes. É quem joga o futebol mais solto, cria as oportunidades naturalmente. É então, quem melhor lida com a desvantagem. Pois dessa forma, não muda em nada sua forma de jogar e faz o simples, sabendo que uma hora a chance vai aparecer. 

No fim da fase de grupos, o Glorioso lamentou a perda da liderança. 

Mal sabia que isto teria uma consequência positiva e determinante para o título.

Sem a tal vantagem, o Bota não correu o risco de mudar seu estilo de jogo. E fazendo seu jogo, hoje, é o melhor dos quatro. 

Assim, o Fogão foi o único que jogou para ganhar os dois jogos. 

Assim, o Fogão ganhou os dois jogos.

Assim, o Fogão é campeão. 

Não é um título com T maiúsculo. Mas até semana que vem , será considerado como tal. Com toda justiça, por sinal.

Não é, também, a garantia de que a temporada será maravilhosa. Mas é para mostrar que o Botafogo agora tem sua cara e não veio brincar, veio brigar.

Na semi, com a vantagem, o Fla se programou para usar sua principal arma, o contra-ataque. O Bota marcou logo no início e deixou o Rubro-Negro perdido. 

Na final, o Vasco sentou na vantagem que tinha e deixou jogar o Alvinegro, que dominou o jogo por inteiro e, quando surgiu a oportunidade que fatalmente surgiria, matou o jogo, quando o Cruzmaltino não tinha mais forças para reagir. 

Com a vantagem, os rivais não jogaram. Sem ela, o Botafogo jogou. 

E jogando, ela passa naturalmente para o lado Alvinegro.

Desse jeito, ela está ali para atrapalhar. E o único que ela não embaraçou foi o Fogão.

Ontem, a pior campanha dos semifinalistas. Hoje, campeão, incontestável.

Pois se em condições iguais é superior, imagina jogando sozinho...

04 março 2013

Auto-conhecimento

Se favorito, o Fla não funciona. Não era, pelo time, mas a vantagem lhe deu este posto. Esta seria a explicação para a derrota, não fosse o gol do Alvinegro no primeiro lance, onde tudo se inverteu.

Ganhando, o Botafogo não sairia tanto para o jogo, o que impossibilitaria a principal arma do Flamengo, o contra-ataque. E o Rubro-Negro ainda não sabe jogar sem ele.

O Fogão, inteligente, se fechou. Não para dar campo ao rival, pois a marcação na saída de bola também era forte, mas por saber que o Mengão não arranjaria uma saída para arrumar perigo.

Com pontas, sem um meia, é mais difícil furar uma defesa bem postada. Então, os volantes do Fla avançaram e a equipe perdeu também a saída de bola, que com a pressão da marcação do Bota, se tornava afoita e desesperada.

Assim, Dorival descobriu que seu time ainda não está pronto e que seu esquema precisa variar, se a ocasião pedir.

Variou, no segundo tempo. E a melhoria rubro-negra foi significativa, mas não a ponto de mudar o resultado. Por quê?

Porque o botafoguense descobriu que Oswaldo sabe o que faz. Contra um rival "favorito", deu um nó tático em Dorival e foi decisivo sim, na vitória.

E o Glorioso descobriu, de novo, que pode. Que pode quebrar jejum, que pode não tê-lo, que pode ser campeão, que pode mostrar sua força. Basta acreditar, pois time e camisa ele tem.

Um jogo para abaixar a bola do Rubro-Negro e subir a do Alvinegro, pondo-os em mesmo patamar, já que ainda não há como achar um superior nesta temporada.

O Fla descobre, enfim, seus defeitos. Na hora certa, pois o tempo para se corrigir ainda é longo.

E o Bota descobre que não está abaixo de ninguém, que pode sim, buscar voos maiores. E um deles está perto.

Falta apenas um jogo. De novo, com a vantagem do outro lado.

Mas agora, com a consciência de que é possível.

@_LeoLealC

Veja também: A classificação do Vasco, num jogo histórico.

02 março 2013

Vitória clássica

(Foto: Marcelo Sadio)
Tudo ia conforme o esperado. Fluminense, melhor no papel, indo para cima. Vasco, inferior, com o regulamento embaixo dos braços, fechadinho e buscando os contra-ataques.

Assim, pressão do Flu, nada de gols e um primeiro tempo agitado, mas chato. Um jogo normal no Engenhão, nada fora do roteiro, tudo previsível. 

E se é previsível, não é clássico.

Vem o segundo tempo. O Vasco equilibra o jogo, acerta um contra-ataque e sai na frente. 

Precisando da virada, com o time cansado, "já era", pensava o Tricolor, que estava sim, ligando para o jogo. Se não ligasse, não iria com força máxima.

E então, sua força máxima, em dois lances de sorte, mérito, falha do adversário, o que for, chega à virada. O impossível mostra, mais uma vez, que não existe no vocabulário verde, branco e grená. 

Desse jeito, o Fluminense ia se classificando, pelo elenco melhor, por querer mais a vitória. "Já era, Vasco!" Tudo no script, tudo conforme o previsto. 

E se é previsível, não é clássico. 

E quando o impossível pairava sobres os ares da Colina, surge um menino, mostrando o poder de decisão que seu nome lhe dá. 

Tudo muda. De novo! 

Dali em diante, teoricamente, tudo voltaria ao jeito que começou. Seriam uns 8, 9 minutos de pressão tricolor e Vasco fechado, buscando os contra-ataques. Era o que dizia a lógica, era o previsto. 

E se é previsível, não é clássico. 

Satisfeito com o empate, querendo segurar a classificação, Gaúcho mandou Dedé voltar. Naquela altura, ninguém entendia nada, o desespero e o impulso tomavam conta dos dois lados. 

Dedé não voltou, foi. Foi à bola, foi às redes, foi à classificação. Foi dar fim a um jogo histórico, garantir uma classificação fantástica.

São jogos como este que mostram que o estadual ainda pode ser interessante. O vascaíno não estaria tão feliz se realmente não ligasse. 

O estadual é chato? Às vezes. Porém é perdoado quando nos brinda com um jogo tão marcante como o de hoje será. 

Mas hoje, de jogo tivemos só 45 minutos. Os outros 45 foram de um clássico.

Assim, o Gigante da Colina arranca seus torcedores à força do inferno que estavam, os levanta e lhes dá um pedaço de nuvem, pequeno ainda, para que eles pisem e sonhem com algo maior.

Pois sim, é possível.

E se não fosse, que diferença faria? 

@_LeoLealC

01 março 2013

Libertadólatra

(Foto: Rubens Chiri)
Todo grande está acostumado a decisões. Mais exigente, o São Paulo é, por história ou DNA, viciado.

Ainda mais rigoroso, o Tricolor vê sua presença na Libertadores como obrigação. Tá, a Liberta também não vive sem ele. Dois anos sem o Morumbi foi muito para a competição, que sem aguentar a saudade por muito tempo, quis ser decidida bem pertinho dali nesse período.

A classificação do São Paulo para a Libertadores deveria ser automática, e o escudo da Conmebol permanente em sua camisa.

Há três anos, o Tricolor Paulista não era o mesmo. O verdadeiro São Paulo não é brasileiro, é sul-americano. Genérico ano passado, de raiz este ano.

Hoje, volta à sua aconchegante condição de temido na América . Pelos 2 anos longe, o que para muitos é normal mas para eles uma eternidade, o Tricolor sentiu os efeitos da ferrugem. Esqueceu que time pequeno na Libertadores se torna grande e que não basta jogá-la, é preciso vivê-la.

O SPFC tem time o suficiente para fazer 5 ou 6 nos fortinhos da Bolívia. E faria, se tivesse real noção do que se tratava o jogo.

Não fez. E isso não causa preocupação, nem é motivo para dirigente dar chilique ao vivo. O resultado pode ser uma decepção devido ao que se esperava, mas é bom para calejar.

Porque hoje, só hoje, não precisava ser bonito, assim como não foi. Bastava a vitória, com o Morumbi cheio e aquele clima de "eu voltei".

A estreia não foi contra o Galo, pois aquele não era o São Paulo.

Hoje era.

Assim, ele volta a se sentir bem, satisfazendo sua vontade, voltando a viver de seu vício incontrolável.

E enfim, a temporada 2013 começa para o Tricolor.

@_LeoLealC