29 agosto 2013

Eles? Nós!


Eu nunca escondi, nem menti meu time do coração a quem me perguntasse. Aqui no blog, apenas não deixava exposta minha paixão por respeito aos torcedores de outros times.

Mas hoje, se deixá-la de lado por um segundo, será algo muito artificial. Eu não estaria sendo eu.

Me perdoem, mas hoje eu não consigo ser frio o suficiente pra me referir ao Clube de Regatas do Flamengo na terceira pessoa.

Você, se fosse alucinado pelo seu time como eu e tivesse vivido por ele a noite de ontem como eu vivi, no Maraca, também não conseguiria.

Se hoje sou tão apaixonado por futebol, é por sua causa, meu Flamengo. Hoje meu corpo escreve aqui, pois minha alma ainda permanece ali, no Estádio Mário Filho sobre alguma cadeira, olhando perplexa e feliz para o gramado mais abençoado da Terra pelos deuses do futebol.

Escrevo para agradecer.

Entrei no Maraca, depois de três anos de saudades, e tive a certeza de que estava de volta à minha casa. Eu voltei, o Mengão voltou, nós voltamos.

Já tive vários dias inesquecíveis que eu disse ser o melhor da minha vida, e a maioria deles proporcionados por você, meu Flamengo.

E ontem, eu gritei de novo: "É o dia mais feliz da minha vida!". E de novo, por sua causa, meu Flamengo.

Análise do jogo? Nem pensar! Não vou conseguir opinar como alguém "de fora" sobre o que ajudei a acontecer.

Flamengo, Torcida do Flamengo, Maracanã. Ali, o favoritismo do Cruzeiro deixava de existir.

O Fla mais uma vez, desafiou o imponderável. Mais uma vez, levou a melhor.

E não, não foram "eles", o Flamengo.

Fomos nós, meu Flamengo.

Nós conseguimos, nós revertemos, nós estamos nas quartas, nós vencemos!

Você, de novo, me presenteou com uma das noites mais fantásticas da minha vida.

Eu te amo, meu Mengão! Obrigado por tudo.

 @_LeoLealC

23 agosto 2013

Fenomenal

(Foto: Bruno de Lima / Lance)
O que tem de tão especial nesse Botafogo?

Seedorf, que hoje nem jogou?

Jéfferson, que hoje não precisou salvar a pátria?

Oswaldo, que bancou Rafael Marques desde o início e calou todos?

Vitinho, Lodeiro?

Hoje a vez era deles. Quando não é, porém, o brilho permanece.

Como que esses sujeitos que às vezes nem vão à concentração por protesto ganharam do campeão da América com tanta violência?

O elenco é enxuto, há problemas com salários, vontade da mídia em criar crise por qualquer motivo besta, o Engenhão está fechado e o clube sofre com os consequentes prejuízos. Então, por que o futebol desse time é tão vistoso? Por que tanta cara de campeão?

Copa do Brasil, Brasileiro, dos dois? Talvez.

A torcida mais pessimista do Ocidente está confiante, sem abaixar a cabeça ou se fazer de coitadinha.

Qual a causa deste fenômeno?

Algum dos elementos que citei acima? Todos eles juntos? Pode ser.

O sucesso do Glorioso já não é mais surpreendente há muito tempo, mas ainda é um mistério. E não desvendá-lo é a mais gostosa sensação que o botafoguense vem experimentando.

O Fogão 2013 é um time diferente, com estrela.

Estrela que reluz mais que o normal.

Estrela que é solitária apenas no escudo.

@_LeoLealC

22 agosto 2013

Um gol, o gol


Em Minas, nada decidido. O consistente e seguro Cruzeiro teve a chance, mas não selou a classificação no primeiro jogo contra o sortudo Flamengo, que pelo o que apresentou, saiu amplamente no lucro.

No Mineirão, o Cruzeiro é sempre favorito e o resultado hoje foi normal. A decisão fica pro Maraca, onde ninguém é favorito contra o Rubro-Negro, o que equilibra a situação. A Raposa tem mais chances de passar pelo time que tem, mas quando se trata de Flamengo desacreditado, torcida do Flamengo, Maracanã e mata-mata, não espere o óbvio.

O jogo foi bem interessante e dará temas pra debate. Mas só até amanhã.

O que fica pra história é a pintura que fez esse rapaz chamado Éverton. E sim, "pintura" é uma denominação maior que "golaço". Golaço é pouco.

Do jogo, ninguém vai lembrar do gol do William, do Carlos Eduardo, da bobeira do Dedé, das bolas na trave, nem da estreia de Júlio Baptista.

Do lance, ninguém vai dizer que o Luiz Antônio errou ao sair de primeira dentro da área, nem ousar discutir se a bola saiu ou não antes do passe do Ricardo Goulart.

O cruzeirense, daqui a 30 anos, dificilmente vai lembrar o ano, o campeonato e se foram campeões ou não. Ele vai perguntar para o amigo: "Você tava no Mineirão quando aquele Éverton Ribeiro fez aquele gol antológico"?

Sim, Éverton ainda é "aquele", não "o".

É um bom jogador, não um craque. Hoje viveu um dia de tal, e não fez "um gol", fez "o gol".

Éverton Ribeiro pode se transferir amanhã ou fazer história com a camisa azul. Mas seu lance já estará gravado na memória. E merece placa, sim!

Eu poderia estar aqui discutindo quem se deu bem com o resultado, falar do Luverdense ou da vitória do Flu. Mas não, seria maldade com o rapaz.

A noite de mata-mata foi boa, emocionante e com algumas surpresas.

Mas ela, o ingresso do Mineirão e Cruzeiro x Fla já valeram por um só lance:

O gol de Éverton Ribeiro.

@_LeoLealC

19 agosto 2013

Triste

É triste ver o Botafogo líder, vencendo e convencendo.

É duro ter que procurar problemas a cada rodada para o Glorioso, já que a falta do Engenhão e os salários atrasados não vêm interferindo.

É chato ter que dar destaque a um desentendimento envolvendo o craque do time pra ofuscar a vitória.

Quando ela não vem, não precisa. Vem o papo do gol no último minuto, de "time não preparado", "time amarelão" e toda perturbação que o botafoguense tanto conhece.

É cruel sofrer o empate no último minuto, mas nem tanto quando o ponto conquistado vale a ponta.

É árdua a rotina de líder do Botafogo, coitado. Líder, invicto há 8 jogos, jogando o melhor futebol no campeonato, Seedorf, Jéfferson, Lodeiro, Dória, Vitinho. Difícil, não?

A tranquilidade do momento do Bota irrita e por isso procuram problemas onde não existem.

Assim, o Alvinegro vai passando por uma triste rotina na liderança.

Hoje, no Canindé, o Fogão fez mais uma vítima. Após o jogo, abro o portal de esportes mais visitado do Brasil e me deparo com a discussão de Seedorf e Gilberto, que durou 30 segundos, na primeira aba da capa do site.

Porém, para a tristeza jornalística, o Glorioso é manchete sim, mas dentro das quatro linhas. Líder, e para ainda maior desespero, favorito.

E é bom que aceitem ou pelo menos se acostumem com o Fogão 2013, que vem pra atropelar.

Senão, haverá um velório editorial ao fim do ano.

@_LeoLealC

16 agosto 2013

Deliciosa rotina

No Maracanã, ontem, dois times que sabem que podem mais do que fazem. O Botafogo, que já vem fazendo bastante, lamentando o que poderia estar ainda melhor se não fossem as bobeiras e a falta de sorte no fim dos jogos e o Internacional, com um elenco ótimo, buscando alguma forma de engrenar.

(Foto: Daniel Ramalho / Terra)

O jogo foi ótimo e isso não quer dizer que foi equilibrado. E o Bota fez bastante, de novo. Foi melhor no jogo, de novo.

O Inter não engrenou, de novo. Dependeu da individualidade, de novo. E ela não resolverá sempre, quando se tem no time Alex e D'alessandro pra deixar Willians na armação.

Conseguiu a virada relâmpago na categoria de Damião. Um passe fantástico que resultou na falta do primeiro gol e a bela jogada no segundo.

E é pelo que aconteceu depois dessa virada, que o botafoguense deve ficar otimista. Porque foi com personalidade, sem desespero e sem mudar em nada a forma de jogo que o time conseguiu dominar o Colorado e voltar naturalmente à frente do placar.

Mas aconteceu, de novo, a bobeira e novamente a vitória escapou no último lance. De novo, ficou aquele gostinho de quero mais. E de novo virá a reação passional e a história do azar, de time pipoqueiro, etc.

O Inter, que novamente foi aquém do que pode pelo time que tem, sai dessa vez com moral. Moral que talvez não seria tanta se o 2 x 1 se mantivesse.

Portanto, empolguem-se, mesmo sem motivos tão aparentes.

Você, colorado, por saber que uma hora seu time vai tomar jeito. E quando isso acontecer, ninguém será favorito contra o Inter.

Você, botafoguense, por saber que seu time joga o melhor futebol do Brasileirão, e é melhor contra todos os adversários. Nem sempre haverá o vacilo no final, e com isso o time pode disparar.

Ontem, um jogaço. Sem vencedor, mas com uma dose a mais de moral e confiança pros dois lados.

No final, deu o que os dois já estão acostumados. Caiu na rotina.

Mas não lamentem, celebrem-a.

Pois quando saírem dela, vai ser difícil segurar.

@_LeoLealC

11 agosto 2013

De pai pra filho


Dia dos pais. O Maraca, não mais o mesmo, mas sempre o Maraca, recebeu seus filhos no campo e nas cadeiras. Pena, não são mais arquibancadas.

- Quanto tempo pai, como o senhor mudou. O que houve?

- Meus queridos, me perdoem. A culpa não é minha, fui forçado a isso. Senti falta de vocês, meus amores.

- Pois é, nós também, pai.

E então eles foram, cada um para seu quarto, que o pai arrumou com maior carinho. O Rubro-Negro para um lado e o Tricolor pro outro.

Os dois, não muito unidos, disputavam como sempre o direito de fazer a festa em seu cômodo, dessa vez a de boas-vindas. 

O quarto Rubro-Negro já bagunçado, cheio de cachaça nos móveis, pronto pra receber a gritaria e a galera do churrasco. O do Tricolor arrumado, com tudo em seu devido lugar, bem decorado pra receber com requinte a galera do escritório.

- Decidam ali na sala, em meu tapete, como sempre fazem.

Dezesseis horas, tarde de domingo. 40 minutos antes do nada, o juiz apitou, a bola rolou e eu vi o clássico mais sobrenatural do planeta voltar a seu templo, estar de novo sobre o gramado mais abençoado pelos deuses do futebol.

Eu vi a magia voltar. Não tinha medo do contrário, era receio.

Eu vi o sobrenatural levar um sujeito com apelido de "brocador" a um toque de letra como se fosse um craque.

Vi golaço, frango, caneta, confusão, virada.

Vi Maracanã, vi Fla-Flu no Maracanã. Vi os filhos reencontrarem o pai.

E ele, enjoado de tanta gente rica e bem vestida, com saudade do povão, dessa vez deixou a festa com o filho favelado.

Hoje ele queria churrasco, não caviar.

Hoje a festa é Rubro-Negra.

@_LeoLealC

Calma lá!

(Foto: GazetaPress)
Eu sei, é duro empatar com o Goiás em casa. Também é triste sofrer o gol de empate de Fla e Galo no último lance. Esses não foram tropeços, mas doem.

Mas é muito gostoso ganhar dois clássicos e vencer o maior concorrente à liderança, não é?

Seu time está excelente, botafoguense. O elenco nem tanto, e por isso sentiram muito a falta de Lodeiro na partida.

O vacilo em Brasília foi triste, dá raiva, mas acontece.

Nada de "time amarelão", "ladeira abaixo" e "começou a queda".

Não quero que o botafoguense consiga ser racional, nenhuma torcida consegue. Mas a do Bota exagera na implicância.

Acalmem-se. O resultado foi sim inesperado e revoltante.

Mas não muda em nada as chances do Fogão no campeonato.

@_LeoLealC

01 agosto 2013

Aceite o inaceitável

Não reclame da arbitragem, flamenguista, ela é ruim demais e errou de novo. Hoje e domingo passado, o erro foi contra seu time. Domingo que vem, pode ser a seu favor.

Reclame de seu goleiro, que pensa estar jogando beisebol em cada chute de longe. Reclame até da diretoria que não trouxe um melhor.

Reclame dos seus laterais, que mal vão à linha de fundo. Quando vão, tocam pra trás ou cruzam para um atacante imaginário.

Reclame da insuficiência técnica e da falta de objetividade de seu time, que chutou menos a gol que o centroavante do adversário.

Não reclame do Mano, dele não, o cara conseguiu dar um padrão de jogo a um time medíocre. Hoje não deu. Méritos do adversário, demérito de suas peças.

O Flamengo está passando por uma transição e essa mudança sempre vai doer no torcedor quando der o efeito colateral no campo.

Como esperado e anunciado, o ano do Rubro-Negro vai caminhando de forma deprimente.

Não acho que vá cair, mas de vez em quando, em partidas como a de hoje, o torcedor terá que se conformar que seu time é fraco, bem fraco.

Daqui pra frente, o que conseguir será pela camisa. Às vezes ela não trabalhará sozinha, e será esse Deus nos acuda.

O flamenguista sabe que toda essa mudança pode causar um efeito trágico e por isso está com medo. Pra esconder ou disfarçar o pânico, hoje põe a culpa no juiz.

Ele errou, sim, mas quando o time já perdia. Depois do equívoco, mais um gol sofrido. Hoje, o Bahia deu um baile.

Números, no futebol, às vezes não dizem nada. Mas hoje, falam mais do que eu:

Posse de bola - Bahia: 44%; Fla: 56%.

Finalizações - Bahia: 16; Fla: 5.

Conforme-se, rubro-negro. A culpa não é do apito.

@_LeoLealC