17 abril 2014

O futebol como ele é



Como é irritante levar um gol aos 46. Como é revoltante saber que ele foi irregular.

Como é gostoso quando é "roubado".

Calma, é brincadeira!

Corrigindo: como é gostoso falar de futebol durante a semana por causa de um lance.

Como dá raiva ver o rival comemorando um título "roubado".

Como é triste ver gente levando questões sociais e questionando caráter alheio por causa de uma partida de futebol.

Como é prazeroso ir pro estádio três dias depois e gritar "é campeão" por orgulho e reconhecimento de que seu time foi melhor.

Como é normal comemorar a vitória xingando o adversário que foi campeão "roubado". Como é cego e irracional xingar a emissora que transmite o jogo, como se ela fosse a culpada. Tá, é compreensível.

Como incomoda vibrar um gol e ter que interromper a comemoração porque seu time foi de novo prejudicado.

E como é reflexivo ver que o erro também pode acontecer a seu favor. Sim, pra você, hoje, também existiu.

O erro. Ah, o erro, como ele tem poder.

Ele muda o resultado e define o campeão. Mas não muda a discussão.

Ele cria o ódio, incita a provocação, enfia em sua mente teorias de conspiração, lhe faz matar ou morrer e transforma seu adversário em seu inimigo. Até que ele lhe favoreça e você diga que"acontece", ou finja que não enxergou-o.

Nos dois casos, se contra você, nunca é erro. É "roubo".

O Vasco foi "roubado" e perdeu o Carioca por isso. Hoje, contra o Resende, foi pro intervalo no 0 x 0 porque lhe "roubaram" e viram um impedimento que não existia.

Aí veio o segundo tempo e um pênalti "roubado" lhe deu a vitória. Eis que chega o único tempo em que possa haver uma análise fria por parte da torcida.

Por mais que ela não aceite, o erro acontece, mas para todos. E até que lhe provem o contrário, não há complô nenhum.

Favorecido, prejudicado ou "roubado". Agora, a palavra que importa ao Vasco é "classificado".

Falamos de 22 jogadores, uma bola, um campo e duas traves. Não de uma seção de deputados analisando um projeto no plenário que mexa com o dinheiro público.

Globo, CBF, Ferj, FIFA, NASA, Igreja Universal, ONU, etc. Nenhuma delas foi culpada pelo gol do Márcio Araújo, pelo não-gol do André Rocha ou pelo pênalti no Reginaldo.

Foram erros. E contra você, "roubos".

Do mesmo jeito, domingo o Flamengo pode ser prejudicado e o Vasco favorecido.

A vida segue. Às vezes, ela é injusta. Às vezes, ela compensa.

Nada como um dia após o outro.

Nada como o futebol.

E como ele é apaixonante!

@_LeoLealC

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