21 agosto 2014
"Eu já sabia"
Era previsível o Maracanã cheio, depois de duas vitórias seguidas e com ingresso barato. Pensando racionalmente, também era o esperado o time do Fla se afobar no início e o Galo, que mesmo desfalcado ainda é uma equipe melhor, diminuir o ímpeto rubro-negro.
Previsível estava o time do Flamengo, que achava que todos os lançamentos de Canteros iam se curvar em direção ao gol e que por isso os atacantes não precisavam se movimentar pra receber.
Previsível era pensar, naquele morno fim de primeiro tempo, que a Torcida do Flamengo teria que ganhar o jogo, de novo.
Nos últimos 10 anos, houve 3 times do Rubro-Negro que cativaram a torcida: 2007, 2009 e 2013.
Em 2014, há uma diferença. Dentro de campo, 11 seres de uma mesma camisa, mas dependentes de vozes altas, insistentes e apaixonadas. Vozes essas que são o time. No mínimo, o craque dele.
Previsível parecia a virada quando, com 1x0 contra no placar, as tais vozes ecoaram. E foi de uma forma tão alta, que suas vibrações causaram um terremoto que só quem vestia preto e branco sentiu.
Previsível parecia o herói, quando todos já pediam no intervalo: "Põe o Eduardo! Cadê ele? Não deixa o cara no banco, Luxa!".
Imprevisível, há um mês, seria sair dos pés do reserva do André Santos cruzamentos decisivos para 3 de 4 vitórias.
Aí Eduardo cabeceou e Victor fez uma fantástica defesa. Previsível, pelo seu talento e sua capacidade.
Mas no rebote, 40 mil fizeram o gol da vitória.
Os mesmos que, em vez de carregarem a lanterna, ligaram-na em máxima potência para iluminar o túnel escuro, encontrar o caminho da saída e ver a luz.
Agora, a natural.
E nessa noite, onde o uso da primeira pessoa ao se referir ao Flamengo deixou de ser metáfora, eles podem bater no peito e dizer, mais uma vez:
"Nós ganhamos!".
@_LeoLealC
Foto: Gilvan de Souza
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