29 agosto 2014
"Macaco!"
Liguei a TV para ver um jogo de futebol. Mata-mata, dois gigantes, estádio bonito, jovens talentos e gente que já defendeu a Seleção. Prometia ser interessante.
Foi. Jogaço! Um jogando o fino da bola, pressionando e o outro achando os gols em lances casuais, tendo conseguido a vitória na competência defensiva e com um pouco de sorte.
O Santos fez um resultado espetacular. Encaminhar, fora de casa, a classificação contra o Grêmio é bem complicado. E o Peixe conseguiu.
Porém, é com decepção que venho aqui escrever não da partida, mas de seu fim.
Não vamos generalizar. Não é a torcida do Grêmio, nem o povo gaúcho. É uma minoria que mal sabe a escalação do time e vai pro estádio com o propósito de atrapalhar. Imagino que sejam os mesmos que gritaram orgulhosos que "O Fernandão morreu", por exemplo.
Tirar o preconceito racial da cabeça de quem o pratica pode ser complicado, mas o racismo é uma questão fácil de se explicar e também de se combater. Basta punir, dar o exemplo.
A TV filmou e está fácil identificar a meia-dúzia de imbecis que se acham melhores que alguém por terem pele clara. Prendam-nos, chamem a imprensa para mostrar a todo Brasil a chegada dos indivíduos à delegacia, ou façam qualquer outra coisa que mostre na prática o que realmente é errado.
Assim, uma criança que estiver assistindo entenderá o significado de alguns valores da vida e verá que a escuridão de uma mente preconceituosa é muito mais grave que uma simples pele negra.
A menina gritou "Macaco!", a câmera flagrou, ela virou o símbolo desta noite trágica para o esporte, está sendo perseguida nas redes sociais, e provavelmente será punida. Talvez, até com cadeia.
Merecido? Muito!
"Ah, mas não foi só ela".
Sim, não foi só ela. Porém, é melhor uma culpada pagar sozinha pelo crime que cometeu do que a grande maioria, de pessoas de boa índole que estavam no mesmo ambiente, ser prejudicada com uma possível punição que obrigue o clube a jogar com portões fechados.
O Grêmio não é o culpado. Sua torcida, também não.
Põe na conta da impunidade, que permite ao sujeito ofender o profissional e dizer que "é o calor do jogo".
Aranha é negro. Pelé também. Já quanto a esta minoria, tenho até dúvidas se trata-se de seres humanos.
A tal Patrícia? É branca.
A camisa do Santos também. Mas esta sim, pode-se dizer superior a alguém esta noite.
Não pela cor, mas pelo o que conseguiu na Arena.
Por sinal, com gols de dois jogadores negros.
#FechadoComOAranha
@_LeoLealC
Foto: Diego Guichard
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Punição! Esse é o sentimento exalado pelos BRASILEIROS, num único grito contra a discriminação racial. Palavra tão pouco colocada em prática no Brasil, apenas desejamos que essa dita pessoa responda pelo crime de racismo, e seja banida não tão somente do futebol, mas do esporte.
ResponderExcluirTexto muito bom, essa moça deve ser punida e servir de exemplo pra outros seres humanos que cometem atos de racismo.
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