31 outubro 2011

Desperdício

Em 2008, promessa. Em 2009, surpresa. Em 2010, salvador. Em 2011, perdido. Esta é a breve carreira de Willians, que parece querer jogá-la fora a cada atitude tomada.

Seu ciclo no Flamengo parece ter chegado ao fim. O volante, com toda sua irresponsabilidade, parece desrespeitar a camisa que veste, o ambiente em que trabalha e os profissionais ao seu redor.

Não diretamente, mas a torcida rubro-negra também tem sua parcela de culpa. Os torcedores pareciam endeusá-lo, criando uma ilusão tanto para eles, quanto para Willians.

E, querendo ou não, isso ajudou a fazer com que a fama subisse à cabeça do Pitbull, como é conhecido na Gávea. A cor da chuteira mudou, a quantidade de gel no cabelo aumentou e o futebol acabou. A tempos, não era mais visto aquele Willians que encantou a massa rubro-negra.

O jogador, de 25 anos, tem gabarito para ser o melhor volante do Brasil. Não consigo achar alguém que atue em nosso futebol com tanta técnica para desarmes.

Claro, sua habilidade para passar a bola é longe do ideal. Mas nada que, com treinos repetitivos, não seja melhorado. E essa melhora já era vista aos poucos por quem acompanha o Fla.

Eu, sinceramente, não sei os motivos que fazem o jogador causar tantos problemas. Fontes dizem que é problema pessoal. Mas vem cá, quem nunca brigou com a mulher, teve uma discussão com a família ou até teve que lidar com doenças de algum parente? Nessas horas, é preciso equilíbrio emocional, calma e transparência.

Talvez, sua maior chance na vida esteja sendo desperdiçada. No Flamengo, ele não atua mais.

Gênio forte, erros bobos. E sua carreira, que poderia ser brilhante, vai sendo manchada aos poucos.

Perde Willians, perde o Flamengo e perde um belo jogador o futebol brasileiro.

Uma pena.

@_LeoLealC

30 outubro 2011

Para relembrar

Depois de levar o Grêmio a sério por 40 minutos, o Flamengo mais uma vez sucumbiu, achou que a fatura estava liquidada e, praticamente, pôs fim ao sonho do hepta.

Sim, o Grêmio tem méritos, e muitos. Uma virada como essa é digna de aplausos, seja qual e como for o adversário.

O Fla jogou um primeiro tempo de campeão. Luxa foi brilhante ao escalar Thomás desde o início. O garoto não se intimidou, mostrou personalidade e deixa na torcida a esperança de não ser um novo Erick Flores ou um novo Paulo Sérgio na Gávea.

O Tricolor gaúcho não jogava mal. A equipe estava acuada pois o Rubro-Negro vinha tendo a melhor atuação de seu segundo turno.

E, assim, o Fla abriu uma vantagem de 2 x 0. Enquanto isso, nas arquibancadas, a torcida gremista apenas vaiava Ronaldinho, ignorando completamente a partida.

Foi quando o Grêmio tomou noção de sua grandeza, foi quando a torcida esqueceu R10 e resolver cumprir seu papel, apoiar o time.

Aos poucos, o Flamengo foi cedendo, e o Tricolor ia tomando conta do jogo. O gol no fim do primeiro tempo foi fundamental para a reação gremista.

No segundo tempo, o Rubro-Negro já estava perdido em campo. Como já visto em algumas partidas do Brasileirão, a equipe resolveu se acodomar com a vantagem que tinha.

E num de piscar de olhos, ela foi embora. Quando o Fla se deu conta, não havia mais jeito. O Grêmio havia conseguido uma virada histórica e o Fla tropeçava em suas próprias pernas mais uma vez.

Por mais que o Tricolor não tenha muitas pretensões no campeonato, a vitória ficará na memória dos gremistas por muito tempo. Para o torcedor, nada faltou à "vingança" contra Ronaldinho, foi tudo como sonhado.

E o Olímpico foi palco de uma das melhores partidas do Brasileirão.

Para o Grêmio, enfim algo para ficar de lembrança da medíocre campanha que a equipe faz nesse campeonato. Para o Fla, o sonho do hepta fica cada vez menos alcançável.

Jogar durante 40 minutos não adianta. Esquecer seu time por vaiar alguém que sequer fez história nele, também não.

Mas o Grêmio aprendeu a lição em 90 minutos, enquanto o Fla ainda não aprendeu durante todo o campeonato.

E, merecidamente, vitória do Tricolor.

27 outubro 2011

Lição de moral

Vasco quer a Tríplice Coroa em 2011Contrariando todos os prognósticos dos pensadores do futebol moderno, o Vasco não vem caindo na tolice incentivada pela mídia, que não dá a mínima para a Copa Sulamericana.

Para a imprensa, após derrota no jogo de ida, o melhor que o Cruzmaltino poderia fazer era abandonar a competição, que "atrapalharia" o andamento no Campeonato Brasileiro.

Felizmente, essa ideia não entrou na mente de Cristóvão Borges e, principalmente, da torcida. Apesar de entrar em campo com um "Expressinho", o Gigante da Colina mostrou que um time grande não pode entrar em uma competição torcendo para sair o mais rápido possível.

Goleada histórica, classificação às quartas-de-final e a lua de mel com a torcida não acaba.

Então você pode me dizer: "Mas faltam apenas 7 jogos para o Vasco ser campeão brasileiro!"

E eu te responderei: "E faltam apenas 6 para se tornar campeão da Sulamericana."

A classificação em São Januário, motiva ainda mais a equipe para o decisivo duelo de domingo, contra o São Paulo.

E, assim, uma mão vai lavando a outra. O bom desempenho em um torneio vai ajudando o time no outro. Então, imagine o paraíso em que estaria o Cruzmaltino e sua torcida, caso vença as duas competições...

Honrando a camisa e respeitando sua torcida, os jogadores do Vasco vêm dando uma verdadeira lição de moral a todos que tratam a Copa Sulamericana como um obstáculo para o Brasileirão.

Por que davam tanta importância à Copa Mercosul, mas tanto ignoram a Sulamericana? Uma é exatamente a mesma coisa da outra.

Buscando as vitórias em qualquer jogo ou campeonato, o Vasco está a 13 jogos de repetir o feito de 2000, onde venceu a Mercosul e a Copa João Havelange. Caso leve os dois canecos, somados à Copa do Brasil, o Cruzmaltino chegaria a uma histórica tríplice coroa.

Não é porque venceu a Copa do Brasil, que vai esquecer o Brasileirão. Não é porque está tão bem no BR, que vai abdicar da Sulamericana.

Palmas para o Vasco, que, jogo após jogo, vai fazendo história, quebrando "regras" e destruindo teorias.

22 outubro 2011

Satisfação

Depois de 3 anos lutando pelo acesso na Série B, a 4ª força da cidade de São Paulo está de volta à elite nacional (eu falei cidade). 

Com apenas 3 derrotas durante todo o campeonato, a Portuguesa foi extremamente superior aos adversários durante toda a competição e garante o acesso com 6 rodadas de antecedência. A Lusa volta mais forte que no último acesso, no qual possuía uma equipe "normal".

A equipe de hoje demonstra ter algo diferente, algo a mais. Não existe aquele jogador que faz a diferença. O que existe é um conjunto, um belo toque de bola, uma fortíssima equipe montada pelo técnico Jorginho. O apelido "Barcelusa", obviamente, é forçado, mas não foi dado à toa.

Jorginho finalmente conseguiu um bom resultado, causando dor de cotovelo à diretoria do Palmeiras, que o tirou do comando da equipe quando o time era líder absoluto no Brasileirão 2009. Chegou Muricy, sobrou nome, faltou brilhantismo, o titulo foi por água abaixo e o Porco não chegou nem à Libertadores do ano seguinte.

Se fizer um bom Campeonato Paulista, o treinador certamente receberá propostas dos principais times brasileiros em 2012. Seu trabalho, enfim, começa a ser reconhecido.

Se mantiver a base, fazendo contratações cirúrgicas e não vender seus principais jogadores ao primeiro grupo de investidores que aparecer, a Lusa não estará na Série A para voltar a descer. Afinal, com esse futebol que vem sendo mostrado, a equipe estaria na frente de muitas no Brasileirão 2011.

Para voltar a ser um dos grandes do Brasil, ainda existem muitos passos a serem dados. É preciso se manter firme na Série A durante cerca de três anos, tentando ter sorte em uma Copa do Brasil, por exemplo.

O planejamento para o ano de 2012 deve começar a ser feito desde já, pois com uma boa administração a longo/médio prazo, os resultados aparecem como consequência. E é disso que a torcida anda precisando, afinal, vem sofrendo muito com sua equipe neste século. O acesso é a esperança de uma nova era no Canindé.

A Portuguesa não tem arquirrival, não é odiada. Pelo contrário, tem a simpatia de toda a população paulista, muito por causa sua bela história, rica em tradição. Sua volta faz bem ao futebol brasileiro.

A torcida está radiante, o futebol paulista está feliz e o brasileiro satisfeito. Seja bem-vinda mais uma vez Lusa! Que dessa vez seja para ficar. Satisfação em vê-la de volta.

20 outubro 2011

Sem desespero

O Botafogo entrou no campo da Vila Belmiro com a chance de ser líder em caso de vitória. Achou que o Santos estava morto, mas esqueceu que o Peixe tem um dos melhores times do Brasil e, nitidamente, estava se poupando para o Mundial.

Mas, logo ontem, Neymar & cia resolveram jogar. Resultado: nervosismo por parte do alvinegro carioca, brilhantismo por parte do paulista e vitória do Santos. Em dez minutos onde Neymar levou o futebol a sério, o Peixe liquidou a fatura. A equipe mostrou que não pode ser menosprezada.

Quando o time de Caio Júnior resolveu acordar, o placar já apontava 2 x 0 para o adversário. Na busca já meio que desesperada para no mínimo um empate, acreditou que o treinador errou ao sacar Elkesson para a entrada de Herrera.

Por mais que seu desempenho não esteja tão eficiente desde que voltou da seleção, o meia é o tipo de jogador que pode ser decisivo em lampejos salvadores. Na minha opinião, quem teria que sair era Felipe Menezes, que mais parece Kicker de futebol americano, só serve para bolas paradas.

Na base do abafa, o Bota esboçou uma pressão aos Meninos da Vila, que tiraram o pé do acelerador na segunda etapa. Em vão.

Melhor para o Santos e os outros postulantes ao título, mais aliviados com a "freada" num adversário direto.

Quanto ao Botafogo, não existem motivos para desespero. A vitória na Vila seria lucro, mas a derrota não é prejuízo. Resultado "normal" e a esperança de levantar o caneco se mantém viva.

16 outubro 2011

Antes tarde do que nunca

Deivid, atacante do Flamengo, durante o duelo contra o Ceará, pelo Campeonato BrasileiroO jogo entre Ceará x Flamengo foi dentro do esperado. Vozão buscando o resultado com o apoio da torcida e esbarrando na falta de técnica e criatividade de seus jogadores, contra o Rubro-Negro, que fazia um jogo de paciência, aproveitando a posse bola e esperando a hora para atacar.

O Fla venceu o duelo pelo bom primeiro tempo que fez, controlando a posse de bola ao máximo que podia e anulando as armas da equipe nordestina, que se limitavam exclusivamente às arrancadas de Osvaldo, ao contrário das rubro-negras.

A equipe carioca levava perigo tanto nas subidas pelas laterais, apesar de Léo Moura e Jr.César não terem feito boa partida, quanto pelos lançamentos de Ronaldinho Gaúcho e pelas investidas de Thiago Neves e Botinelli. Sem contar as vezes em que até Welinton e Alex Silva se arriscavam.

Três fatores fizeram com que o Rubro-Negro ganhasse o jogo e fazer com com volte a estar vivo na briga pelo título: a nítida melhora da zaga, a diminuição dos erros de passe e o fato de não depender mais totalmente de R10.

Tudo bem, o jogador representa metade do time do Flamengo. Mas sua ausência não é mais motivo de desespero e certeza de tragédia. Assim como neste sábado, onde o meia foi expulso no início do segundo tempo e, mesmo assim, a equipe conseguiu manter o resultado.

Graças a belíssima atuação da zaga. Tendo Aírton como um falso terceiro zagueiro, Wellinton e Alex Silva conseguiram passar segurança aos torcedores, algo que a torcida não sabia o que era a muito tempo. Destaque para Wellinton, que vem tendo uma significativa e inesperada melhora nas últimas 5 partidas.

Somando-se a isso, a diminuição dos passes errados, fator de extrema importância para que a posse de bola seja aproveitada e utilizada da melhor maneira. A equipe errou 19 na partida, menos da metade dos erros nos últimos jogos.

Quando ao Ceará, enquanto o Flamengo não mostra mais tanta dependência de Ronaldinho, o Alvinegro cearense não é praticamente nada sem a ousadia e a rapidez de Osvaldo. Sem o atacante, a equipe é totalmente previsível.

O forte time do início do ano, sensação do primeiro semestre, vira forte candidato ao rebaixamento, em crise com a torcida, e sem o mesmo brilho. Depois de seus 15 minutos de fama, o Ceará mostra suas deficiências, e vai vendo a Série B como uma situação cada vez mais possível e provável.

Quem menos errou, venceu. Vitória do Fla, que vai consertando o que há de errado no time, mesmo que reste pouco tempo. O que pode ser crucial para fazer a diferença nas últimas rodadas.

13 outubro 2011

A volta dos que não foram

Depois do surpreendente triunfo de ontem, todas as previsões com relação à campanha do Botafogo no Brasileirão mudaram. A surpreendente vitória por 2 x 0 no Pacaembu contra o momentâneo líder Corinthians põe de vez o Alvinegro na briga pelo tri.

Quando Loco Abreu está em campo, o espírito da equipe é outro. O uruguaio, além de desempenhar sua função na área como poucos, exerce também um papel motivador no elenco, sabe passar a importância de cada jogo aos restantes. O atacante é o símbolo de uma nova geração no Botafogo de Futebol e Regatas, na qual o clube volta a ser respeitado, volta a ser grande, traz de volta a torcida para o seu lado.

E quando se tem este fator numa equipe com o melhor goleiro e o melhor lateral-esquerdo do Brasil no momento, uma zaga segura e bem postada, somando-se ainda ao melhor conjunto de meio-campo do Brasileirão, não existe algo que possa impedir a conquista alvinegra além de suas próprias pernas.

Suas próprias pernas que atrapalharam-se e tropeçaram-se em jogos relativamente fáceis contra Bahia, nos dois turnos, Atlético-PR e Figueirense. Porém, uma equipe que vence Grêmio, São Paulo, Corinthians e Cruzeiro fora de casa, aplica 4 x 0 na sensação Vasco e não perde nenhum clássico até agora na competição, mostra quem tem totais condições de ter o caneco em suas mãos.

Como já disse alguns posts abaixo, é necessário que a torcida abrace o Glorioso nessa caminhada e deixe de lado o pessimismo, característica marcante dos botafoguenses. Pelo futebol mostrado, o time merece todo o apoio dos alvinegros.

O Botafogo, que para mim nunca esteve fora da briga pelo título, entra com todas as forças na reta final, com 2 pontos atrás do líder, um jogo a menos e uma tabela relativamente fácil pela frente.

Se não perder pontos para si mesmo, a taça está logo ali.

Nesse sprint final de Campeonato Brasileiro, apenas dois times têm a tão falada "cara de campeão": Botafogo e Vasco.

E, se realmente o título ficar entre as duas equipes, aposto minhas fichas no Glorioso, com Loco Abreu sendo decisivo.

A hora de soltar esse grito entalado da garganta, está chegando, está perto!

12 outubro 2011

Bom e chato

Em termos técnicos e até de emoção, o jogo entre São Paulo e Internacional foi bem interessante para quem acompanhou. Duas equipes buscando o gol a todo momento, sem medo de ousar.

O público não decepcionou e lotou a Arena Barueri. Quem foi, presenciou o São Paulo mais uma vez depender completamente de Dagoberto no ataque, já que Luís Fabiano ainda está muito distante de sua forma ideal. Enquanto isso, Rivaldo cadenciava o jogo no meio campo, mesmo isso sendo desnecessário em alguns momentos.

O Inter não se postou como time pequeno, procurou sempre o ataque, mesmo estando desfalcado de Jô e Leandro Damião. Restou deixar Dellatore isolado.

Mas a escalação no papel não representou o que foi o Colorado no jogo. D'alessandro, Andrezinho e, principalmente, Ilsinho apoiavam diversas vezes chegando com velocidade, mas parando na bem postada zaga Tricolor.

No segundo tempo, com a entrada de João Paulo, os ataques da equipe gaúcha se concentraram mais no lado esquerdo, aproveitando a "avenida" deixada por Jean. Pelo segundo tempo, o Inter merecia sair com a vitória.

E o grande Adílson Batista? Oooh seu Adílson, insiste tanto no Carlinhos Paraíba, mas quando o cara tá bem, você vai e tira o cidadão do jogo? Assim fica meio complicado de entender né?

Mas em contrapartida do bom jogo realizado, o resultado de 0 x 0 foi péssimo para ambos. Tricolor paulista já chega à marca de 5 partidas sem vitória, enquanto o Colorado perde a chance de se aproximar mais do G5.

Quem viu e quem jogou tem motivos tanto para ficar satisfeito quanto para ficar decepcionado.

Jogo bom pelo nível técnico, chato pelo resultado.

10 outubro 2011

Técnico ganha jogo

Tudo ia mal para o Flamengo no clássico. O que era esperado, tamanho peso dos desfalques do Rubro-Negro na partida. Enquanto o Flu tem Rafael Moura para suprir a ausência de Fred, o substituto de Ronaldinho no Fla nada mais é que a eterna promessa Diego Maurício, que mais uma vez não fez absolutamente nada. Isso sem contar os desfalques de Willians e Aírton.

O Flu dominou o primeiro tempo por inteiro, mesmo sem chegar com muito perigo à meta rubro-negra. A única excessão está no lance em que Rafael Moura perde um gol de forma inacreditável.

O Flamengo não se encontrava em campo. A zaga batia cabeça, os laterais não avançavam, Deivid estava inoperante como sempre, Diego Maurício não colocava o pé em uma dividida e Vanderlei Luxemburgo ia perdendo a paciência.

Veio o segundo tempo, o Fla mantinha o mesmo futebol mesquinho do primeiro tempo. Depois de tanto insistir, o Tricolor consegue seu gol, em mais uma falha da zaga rubro-negra. Parecia uma vitória certa, um jogo já ganho.

A principal característica que faz de Luxa um dos treinadores mais admirados do Brasil é a ousadia. O técnico vinha sendo cobrado exaustivamente por justamente não ousar, por ter medo de atacar, de pressionar o adversário, o que atrapalhava a equipe rubro-negra.

Hoje, Vanderlei voltou às suas raízes, o que fez da vitória do Fluminense, algo incerto. Logo após o gol tricolor, o comandante sacou a bananesca dupla de ataque para a entrada de Negueba e Jael. Por mais que o futebol da equipe não tivesse melhorado nitidamente, o clima era outro. A disposição dos dois jogadores contagiou os outros. Negueba fez uma das melhores partidas com a camisa do Fla.

Um minuto depois, ainda perdendo, Luxa não quis saber se estava comprometendo a defesa, resolveu jogar para ganhar. Sacou Maldonado para a entrada do contestado Botinelli. Era bola ou búlica, tudo ou nada.

Depois de empatar na base do abafa, o gol sofrido em mais um falha na defesa parecia tirar o Flamengo da briga pelo título. Mas mesmo que fazendo uma partida medíocre, a equipe estava com um espírito diferente. Algo havia mudado.

Era a estrela de Vanderlei Luxemburgo brilhando. Seu pupilo, Botinelli, acerta dois magníficos chutes de longe, acabando com todas as previsões, com a toda a tática e com tudo que parecia certo nesse histórico Fla-Flu.

De desacreditado quanto ao título e quase em crise, o Fla passou a fortíssimo candidato ao caneco em 5 minutos.

Ninguém se importou com a horrenda atuação que a equipe teve. O que importa no momento é o tamanho da importância dessa vitória ao clube da Gávea, a moral que ganhará na competição. Se não deu na técnica, foi na raça, na vontade, até na sorte.

Tudo isso graças ao ímpeto de Luxa, que assim como na vitória contra o São Paulo, jogou sem medo de perder.

Já o Fluminense fez uma boa partida, porém Abel Braga estava muito mais preocupado em reclamar com a arbitragem, ao invés de fazer o Flu resistir à vontade rubro-negra em alguns momentos. Quando o Fla cresceu no jogo, o Tricolor se assustou, tremeu e assistiu o adversário jogar, mesmo não tendo um futebol de primeira qualidade.

O Flamengo, apesar de mostrar muitas deficiências, voltou com todas as forças à briga pelo título. O Fluminense se distanciou e agora vê a conquista como algo improvável.

Na hora dos erros, as críticas chegam sem parar aos treinadores. Mas quando eles acertam, merecem o elogio, o reconhecimento. Luxemburgo mudou a cara do Fla na partida. Afinal, sua função vai além de treinar a equipe durante a semana. Sua participação durante o jogo é essencial.

Quando no 11 contra 11 a coisa estava difícil, um 12º elemento resolveu fazer a diferença. E fez.

Vitória do Flamengo, graças à coragem de seu comandante. Parabéns Luxa.

09 outubro 2011

Bom para quem viu

Em São Januário, Botafogo e Bahia fizeram um excelente jogo. A partida foi equilibrada do início ao fim, com o Botafogo buscando a quase obrigatória vitória em casa contra um Bahia que jogou na essência do estilo Joel de ser, se fechando na defesa, com a busca pelo contra-ataque.
Faz falta. E como!


O Botafogo mostrou estar perdido em alguns momentos do jogo, muito por conta da ausência de Loco Abreu. Sem o uruguaio, a equipe não tem uma liderança dentro de campo.

O que é de extrema importância ao Alvinegro, já que uma banana na área técnica é tão eficiente quanto Caio Júnior. O fraco treinador não conseguir deixar nenhum time que treinou com a sua cara, com o seu estilo de jogo. Aliás, ele possui estilo próprio de jogo?

Não é o que parece. Em 2008, treinando o Flamengo, ele copiava claramente a formação de Vanderlei Luxemburgo, treinador do Palmeiras na época, não conseguindo levar o Rubro-Negro, com um dos melhores elencos do Brasil na época, para para a Libertadores.

Desde que o assumiu o Glorioso, Caio "Milhouse" Júnior não mudou nada em relação a como a equipe jogava na época de Joel Santana. O atual treinador tem a sorte de o Botafogo ter um elenco bom e homogêneo com jogadores em excelente fase como Cortês, Loco Abreu, Elkesson e Jéfferson. Se o elenco alvinegro fosse "mediano", a equipe dificilmente estaria entre os 10 primeiros.

Voltando a falar do jogo, o Bahia mostrou não tremer quando bate de frente com grandes. Mesmo com um a menos durante mais da metade do jogo, o Tricolor de Aço resistiu bravamente e foi buscar o empate logo depois da virada do Bota. Apesar de ainda estar brigando contra o rebaixamento, a distância já é de 7 pontos e o time está "tranquilo" no momento em relação à degola.

O Bahia não merece voltar à segundona. É um clube de massa, com história e tradição no nosso futebol. Aos poucos, o clube vai resgatando a paixão do torcedor, que nunca morreu.

Apesar de "se perder" em alguns momentos, o Bota mostrou um bom futebol, mostrou o porquê de estar na briga pelo título. Mas para que isso seja mais viável, é necessário que a torcida também apoie, compareça. O público de pouco mais de 5.000 pessoas hoje foi vergonhoso para uma equipe em 4º lugar na tabela faltando 11 rodadas.

Mas os poucos que foram, viram um Botafogo indo para cima a todo tempo contra um Bahia fechado, mas não covarde. Resultado: um ótimo jogo, equilibrado em todos os momentos, lances polêmicos e uma bola na trave no último minuto. Sim, deve ter valido a pena para os torcedores. Não muito para as equipes, que permanecem estacionadas em suas posições na tabela.

Quem viu, agradeceu. Quem jogou, nem tanto. Empate justo e injusto ao mesmo tempo. Bom para quem viu.

03 outubro 2011

E a covardia foi derrotada

Morumbi lotado, São Paulo na terceira colocação, estreia de Luís Fabiano. Cenário perfeito para o Tricolor paulista ir para cima do Flamengo. Só faltou avisarem para Adílson Batista.

Com um disfarçado esquema com três volantes, o treinador impediu que a equipe jogasse no primeiro tempo. Contra um Flamengo também com 3 volantes, também covarde, também previsível, o SPFC parecia se contentar em depender dos lampejos de Lucas.

Ao invés de colocar Dagoberto para avançar nas costas de Júnior César, principal arma rubro-negra no jogo, impedindo os avanços do lateral e aumentando as chances de contra ataque para o Tricolor, Adílson preferiu manter um estilo absolutamente igual ao adversário, tendo como referência Luís Fabiano, que estava visivelmente fora de ritmo.

Mesmo assim, a equipe paulista era melhor que a carioca. O Flamengo mostrava um futebol apático, característico das últimas rodadas, e dependia totalmente de Ronaldinho.

Até que o único sujeito do Tricolor que levava perigo, Lucas, foi expulso em duas faltas infantis. A tendência do jogo passava a mudar.

Luxemburgo resolveu ousar, algo que vinha faltando ao Fla. Sacou Aírton e pôs Diego Maurício, avançando o Rubro-Negro. E o que fez Adílson? Sacou Luís Fabiano para a entrada dele...Carlinhos Paraíba!

Com isso, sua equipe passava a jogar com 4 volantes, em casa e precisando da vitória.

 E depois de Rogério Ceni salvar o São Paulo em oitocentas e setenta e duas vezes, o Flamengo, querendo ganhar, conseguiu seu gol.

Foi a hora do juiz mostrar seu lado covarde. Após enxergar o que ninguém mais viu, o árbitro expulsou Willians, que já tinha amarelo, mas mal encostou em Carlinhos Paraíba. Estava "compensada" a expulsão de Lucas.

Com a nova igualdade numérica, Adílson se viu na obrigação quase contratual de avançar. Promoveu a entrada de Henrique e Rivaldo.

O São Paulo achou o empate com Dagoberto, que 2 minutos depois, só não foi expulso porque o árbitro foi covarde. O atacante praticamente chutou a perna de Rafael Galhardo e já tinha cartão amarelo.

Quando o jogo caminhava para o justo empate, o Flamengo achou seu gol com Renato. Por ironia do destino, Carlinhos Paraíba desviou a bola, tirando de Rogério Ceni. A bola pune, meu caro Adílson.

Resultado para instalar a crise no Tricolor Paulista, que não vence a três rodadas e recolocar o Fla na briga pelo título. Por mais que não tenha feito uma partida convincente, esse vitória traz de volta a confiança ao Rubro-Negro carioca na briga pelo título.

Acredito que a vitória seria impossível caso Adílson Batista fosse o técnico rubro-negro. A equipe só venceu por causa dos minutos em que resolveu jogar buscando o resultado. Coincidentemente, os mesmo minutos em que o São Paulo resolveu abdicar da vitória. Não fosse a ousadia de Vanderlei Luxemburgo, o resultado para o Flamengo dificilmente seria positivo.

Para que o futebol feio não seja criticado, é preciso que se tenha resultado. Mas desse jeito fica difícil né Seu Adílson?

O Tricolor foi absolutamente covarde em todo o jogo. O Rubro-Negro, nem tanto. Para não perder para o fraco São Paulo, bastava que o Fla não perdesse para si mesmo. E o time não jogou tão mal a esse ponto.

Jogou para o gasto. Vitória para o gasto. Três pontos preciosos e astral renovado no Campeonato Brasileiro.