28 maio 2014
10 vezes. Um sonho Real
O Atlético de Madri é um senhor ex-classe baixa que conseguiu um emprego público de salário razoável e estabilizou sua vida, que andava na pindaíba. É daqueles que sofreram um pouco na infância e pensam que agora "o que vier é lucro".
Pelas dificuldade que passou, é compreensível que não seja tão ambicioso. Não precisa viver exageradamente bem, basta viver bem.
O Real Madrid é como um homem bem-sucedido, desde a adolescência. Tem tudo que todo sujeito sempre sonhou e, na teoria, já poderia se aposentar e apenas curtir a vida.
Mas este, ao invés do conterrâneo, quanto mais tem, mais quer. Pois desde cedo, se acostumou a vencer.
Ambos estavam em busca de uma tal orelhuda. Para os colchoneros, a taça. Para os merengues, a décima taça.
Enquanto um se deliciava em sonhar tocá-la pela primeira vez, o outro já se sentia incomodado por estar 12 anos sem vê-la.
Carregá-la, para o Atlético, era utopia. Para o Real, ia se tornando uma obrigação.
Um sempre achou que a orelhuda era "muita areia pro seu caminhãozinho". O outro compra um caminhão diferente por ano, até aguentar.
Para quem viu de fora a temporada que fez o Atlético, ela estava bem perto dele. Só ele não a via.
E durante o jogo, com a vantagem no placar, olhava pra ela e dizia: "Não, não pode ser".
45 do 2° tempo, "não, não pode ser real!".
Pode ser real. Pode ser Real. Real Madrid.
Ele é muito grande pra ficar tanto tempo sem sentir esse gosto apenas para o rival sentir pela primeira vez.
E então uma camisa branca aparece na área e põe de volta tudo em seu devido lugar, fazendo a listrada acordar de um sonho, enquanto ela ia dormir tranquila.
Pela décima vez.
Para o Atlético, seria lucro. Sem ela "tá bom assim".
Para o Real, necessário. Sim, ele precisava mais.
Mas pra que tanto buscar a décima, se já tem tantas?
Para poder buscar a décima primeira.
@_LeoLealC
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