05 maio 2014

Um Fla no limite, um técnico salvo


Uma partida como a de hoje costuma valer mais que 3 pontos. É um divisor de águas, que determina se haverá uma mudança, se ela será radical, ou se ainda vale a pena dar uma chance à situação e mantê-la.

Entre a dúvida sobre o que pode este time do Flamengo fazer no Brasileirão e o consenso de que não deve ir longe, hoje pôde-se ter uma certeza:

O time é ruim, mas apenas ruim.

Uma derrota neste domingo provavelmente tiraria o emprego do Jayme. Mas nem por isso alguém tirou o pé, correu menos e esperou a chegada de um novo comandante pra mudar a postura.

Ele não me agrada como técnico, mas não há muito o que se fazer com o que tem em mãos. Mesmo assim, porém, ele quis inventar.

Só há um meia disponível e o problema da equipe é na criação. O que Jayme faz? Deixa o meia no banco e inventa um esquema com 4 atacantes. Nenhum deles voltando pra marcar, o segundo volante sendo obrigado a sair pra fazer a bola chegar na frente e deixando um buraco na intermediária de defesa, enquanto seu adversário tem no meio-campo seus dois únicos jogadores de perigo.

Resultado: um baile do Palmeiras no primeiro tempo.

Aí bastou os 15 minutos de intervalo e uma mudança. Não de postura, pois o problema não era a falta de vontade. Correr, o time estava correndo.

Bastou apenas a saída da loucura para a entrada do simples. Enfim, o meia estava em campo. E dos pés dele, saem os dois gols da virada.

E então, o baile muda de lado.

Mesmo que possa melhorar um bocado com a volta dos desfalques, a equipe do Flamengo ainda é fraca. Mas a do Palmeiras também é. Portanto, não se pode haver uma ilusão com a vitória.

Mas dela, se tira lições.

A Jayme, que qualquer invenção pode ser um suicídio. Ou, no mínimo, um pedido indireto de demissão.

Aos jogadores, que a maior responsabilidade está dentro das quatro linhas, não na área técnica. E não vai ser Jayme, Guardiola ou Telê que dali vão tirar leite de pedra.

Bom, parece que eles entenderam.

O time é limitado, mas quando chega ao seu limite, pode ser competitivo, no mínimo. Basta que o técnico deixe.

Hoje ele deixou, mesmo que tenha demorado 45 minutos.

Assim, foi salvo. Pelo meia, pelo matador, pelo simples.

E principalmente, porque seu material, mesmo ruim, tem vergonha na cara.

@_LeoLealC

Um comentário: