01 maio 2014

Quando o dinheiro não basta


Se você acha que tradição se compra e vê como linda a forma como todos esses moneyclubs se tornaram "grandes", pare por aqui. Não estou escrevendo pra você.

Eu não gosto do Chelsea e acho esdrúxulo o jeito que esse clube cresceu. Antes da chegada do russo bilionário, era um time, no máximo, médio na Inglaterra. Até hoje, por exemplo, eles não são os maiores rivais do Arsenal, que também é de Londres. A maior rivalidade da capital inglesa é entre Arsenal e Tottenham.

É como se o Eike Batista comprasse um Figueirense da vida, enchesse o clube de dinheiro, montasse um timaço, começasse a ganhar alguns títulos importantes e, a partir daí, o Figueira fosse conhecido como um dos maiores do Brasil.

Nem vou me aprofundar sobre todas as acusações e envolvimentos do tal do russo bilionário porque aqui não somos nenhum exemplo de dirigentes bons e honestos.

O Chelsea pode ganhar 10 Liga dos Campeões consecutivas que, pra mim, não vai mudar seu tamanho. Grandeza e tradição não se conquistam apenas com títulos, ainda mais quando o maior responsável é o dinheiro. Vide o Arsenal, que nunca levou a Champions, mas tem uma camisa estratosfericamente mais pesada e respeitada.

Não gosto também de clubes como Manchester City e Paris Saint-Germain, que nunca foram nada e seguem a mesma filosofia de tentar negociar respeito e tradição na Bolsa de Valores.

Tudo bem, o PSG tinha uma pequena história no país dele. Mas no Campeonato Francês, o Figueirense também seria um time de respeito. E sem o Eike Batista!

Hoje em dia, os verdadeiros grandes da Europa também são bilionários. Só que nesse caso, o dinheiro não foi o responsável pelas respectivas histórias gloriosas, e sim consequência.

Por isso, criei uma simpatia pelo Atlético de Madri, que não acho grande.

A distância dele para clubes como Real, Barça, Bayern, Milan, Liverpool é enorme. Mas o que esta equipe vem fazendo nesta temporada chama a atenção e é de obrigatória admiração.

Eles seguem um caminho totalmente oposto aos pseudo-grandes. Sem nenhum sheik, nenhum bilionário que não tem mais com o que gastar dinheiro, nada! Na dele, na bola.

Mesmo assim, está batendo de frente com os grandes. E com o Chelsea.

Ah, e sem estacionar ônibus.

O Atlético de Madri é um exemplo a ser copiado e uma esperança. Ainda há  futebol que o dinheiro não compre.

E por isso, torci muito por eles nesta quarta e torcerei muito na final.

Não precisa ser um time diferente. Basta pensar diferente.

Boa, Atlético!

A você, Chelsea, um abraço.

Que seu dono saiba onde enfiar tanto dinheiro. E diga para seu técnico estacionar seu ônibus nas Casas Bahia.

Porque final, agora, só pela TV.

@_LeoLealC

Foto: Sergio Perez/REUTERS

2 comentários:

  1. http://espn.uol.com.br/post/405092_so-desinformados-e-ingenuos-vao-torcer-pelo-atletico-de-madrid-e-contra-o-chelsea-por-causa-de-abramovich

    Leia, talvez irá esclarecer muito disso.

    ResponderExcluir
  2. O Chelsea antes do Abramovich já era um time forte, campeão da Recopa de 1998, ganhou algumas copas da Inglaterra, o clube passou por dificuldades financeiras no fim doas anos 70 e até o começo da década de 90 não conseguia bons resultados, mas sempre foi a 3a força de Londres, cidades com vários clubes e pelo menos 8 com médias de público iguais às dos grandes daqui, Arsenal, Chelsea, Tottenham, West Ham, Fulham, Crystal Palace, Charlton e QPR levam mais gente que muitos grandes brasileiros, o Chelsea tem história, é só pesquisar, sobre o dinheiro do Abramovich, lembremos do Palmeiras, na década de 80 era um gigante adormecido, que só acordou com o leite da Parmalat, depois voltou a dormir, nem por isso deixa de ser grande, seu texto é muito bom, mas vale a ressalva cobre o tamanho do Chelsea

    ResponderExcluir