16 dezembro 2012

Foi(,) Corinthians!


O medo já havia passado. A obrigação de não dar vexame já havia sido cumprida. Não havia mais nada a perder.

A mídia, tentando atrapalhar, ajudou. Agigantaram o Juventude globalizado, endeusaram o Schwenck loiro, fizeram deles uma máquina. Para muitos, a vitória do Timão seria um milagre.

Que assim seja, então.

Começa o jogo. A bola sobra para o mais botinudo do "gigante" e acontece o primeiro milagre. O primeiro de muitos. A resposta para a pergunta que encheu a paciência na semana: "Quem é Cássio perto de Cech?" O lance que daria medo em qualquer um, menos no corintiano.

Ali, a tensão se junta à confiança. Confiança de que tanto sofrimento não seria em vão.

O tempo vai passando e esses 90 minutos correm como uma epopeia. O torcedor não era mais carne e osso, era alma. Cada um era parte de uma nação, muito bem representada em Yokohama, por sinal. Cada um vivia sua vida da forma mais intensa. Afinal, a vida de cada um era o Corinthians.

Sim, o Corinthians! E dane-se a dívida no banco, o problema no conserto do carro, o IPTU e até um problema de saúde. Era o Timão, o coração e a alma de cada um em busca do milagre. Uma força maior que a vida que o futebol inexplicavelmente proporciona.

O tempo passa, um bando de loucos não para de cantar, seja no Japão ou aqui.

Lá, 5% do estádio tenta um "Come on Chelsea", mas é vaiado. Não era noite deles. A noite é uma criança, não de crianças. E o Chelsea ainda não trocou suas fraldas no mundo da bola. Era noite de gigante.

Semana passada, passava pela cabeça de Guerrero não fazer parte desta história. Mas ele foi. No sacrifício, contagiado, louco.

Quarta, lá estava ele para evitar o pior.

Hoje, lá estava ele para realizar o principal dos milagres.

Chorado, sofrido, como for. Para o corintiano, o gol mais bonito do ano.

Guerrero ainda não tem noção do que fez, do que representou. Dificilmente terá. Mas a Fiel tem consciência do que fez o peruano. O suficiente para lhe deixar com a sensação de dever cumprido.

A partir dali, mais 25 eternos minutos, onde a confiança e a certeza viravam fatos e a tensão dava lugar à ansiedade.

Nesse tempo, o último dos milagres acontece. Cássio, de novo!

Chegam os 45 minutos e lá vinham mais 4. A tensão acabou, mas a ansiedade aumenta.

E os 4 viram 5 ou 6. O juiz não queria terminar o jogo, de jeito nenhum.

No último lance, mais um perrengue. Afinal, é Corinthians.

Acabou o jogo. Acabou o mundial. Começa um período de pelo menos um mês onde o chão do corintiano vira nuvem. Um tempo onde a vida de cada Fiel será a melhor a se ter.

Duvido que um cara que ganhou na loteria hoje esteja mais feliz que um Fiel.

Hoje, o mundo é louco. Hoje, o mundo é preto e branco. Hoje, o mundo é Fiel. Hoje, o mundo é seu, Timão!

Os Fiéis clamaram, não pararam: "Vai, Corinthians!"

E ele foi.

Foi, Corinthians!

Foi Corinthians!

@_LeoLealC

14 dezembro 2012

90 minutos ou 2 gols

(Foto: Leonardo Soares/UOL)
Eles não vieram para jogar bola. Afinal, não sabem. Vieram para arrumar confusão, causar baderna, desrespeitar e tentar manchar o título tricolor, que era certo. Pois nisso, são graduados, acham lindo. E enquanto os baba-ovos continuarem a idolatrar essa covardia, ali estarão eles, fazendo de tudo em campo,  menos jogar futebol.

Tentaram, mas não mancharam. Apanharam. 

Se algo manchou, foi o vestiário, e de sangue. Pois enfim, tiveram o tratamento que mereceram. Finalmente, não foram recebidos com tapete vermelho, buquês e beijos nos pés. Finalmente, tiveram a confusão que queriam, mas não do jeito que a queriam. 

Se os seguranças bateram, é porque tiveram motivo. Não iriam enfiar a sapata se os barraqueirinhos não fossem arrumar quizumba no intervalo. Inteligente foi o São Paulo, que ordenou os homens de preto para fazerem tudo no vestiário, nas escondidas, onde por mais que não faltem indícios, não haverá prova alguma.

Sacaram revólveres? Talvez seria uma hipótese a se levar em conta, se não fosse o jornal Olé quem a levantou.

E então, os coitadinhos não voltaram para o segundo tempo. Bom para eles! Estavam tomando só de 2. Se voltassem, levariam de 6 ou 7.

Assim, foram humilhados no campo, onde já era esperado, e no caráter. Os "exemplos de valentia" de muitos daqui mostraram a real identidade. São perebas, pequenos e acima de tudo, covardes!

E não. Os são-paulinos não estão decepcionados pelo título ter sido do jeito que foi. Para que jogar toda a partida se todos já sabiam o resultado?

Seria mais legal, sim. Seria lindo ver o Lucas pedalando, fazendo embaixadinhas na linha de fundo e passando seu algodão sujo de sangue no rosto do bonitão que lhe deu a cotovelada. Seria ainda mais sensacional ver as tigresas revoltadas e, em minoria, apanhando.

Mas não aconteceu. Não interessa, também! O título não foi bonito, mas a história envolvida sim. E isso é o que importa.

Foi um título para mostrar que o conhecido futebol tricolor está de volta, que copeiro é copeiro e não importa se está no Morumbi, no Pacaembu, na Vila Matilde ou na Várzea. E por isso, nenhum show da Madonna atrapalharia a festa.

Foi um título para consagrar mais um ídolo no coração do torcedor. Um ídolo que certamente voltará, provavelmente antes dos 30, em seu auge, para aumentar ainda mais seu status.

A torcida são-paulina apelida, carinhosamente para quem faz parte, arrogantemente para quem é contra. Soberano!

Sim, soberano! Dominou um campeonato onde o único adversário que poderia lhe ameaçar saiu por uma pane de 20 minutos.

A final? Esqueça. Foi tão insignificante quanto "las bibas" que a protagonizaram.

Até porque, um 5 x 0 sobre o campeão do ano passado merece muito mais lembrança do que uma vitória na decisão sobre um time de pelada. 

E em pelada, 2 gols é fim de jogo.

Boa São Paulo!

Soberano.

Agora, campeão de tudo.

@_LeoLealC

12 dezembro 2012

E daí?

Sim, era para trucidar. Ok, não precisava daquele sufoco. O Corinthians tem, sim, time para fazer 4 ou 5  no Al-Ahly (Quem?).

Mas, a verdadeira obrigação não era golear. Bastava não passar vergonha, que a missão estaria cumprida. O que fez com que o Timão entrasse em campo com mais medo do que vontade de jogar.

Pronto. O medo passou. A obrigação de vencer já foi. Com a provável goleada do Chelsea, amanhã, dirão que com esse futebol o Coringão não leva.

Ótimo! Para o Corinthians, nada precisa ser esperado. Assim como não era esperado o perrengue de hoje, não acreditarão no título, domingo.

O Chelsea de Di Matteo tinha exatamente a mesma característica do Timão de Tite. Assim, pela qualidade das peças, os ingleses levariam vantagem.

Mas agora, o Chelsea de Benítez é uma equipe perdida em campo. Boa individualmente, e só. Assim, o Timão tem a faca e queijo nas mãos para dar um nó tático e controlar o jogo.

Os ingleses jogam um futebol feio, perdido, apostando na individualidade. O Corinthians não tem um jogo bonito de se ver, mas é um futebol feio bem jogado, sem a individualidade.

Jogo feio que levou a Libertadores, fez um Brasileirão sem sustos e hoje, contra o poderoso campeão africano (Quem?) foi suficiente para não dar vexame.

Para o Corinthians, o fácil não tem graça. O sofrimento é bem-vindo, faz bem.

Portanto, hoje o Timão passou por um aperto necessário. Um aperto que dá história para contar a um corintiano daqui a 10 anos, sobre o possível título.

Jogou bem? Não. Não jogou absolutamente nada!

Deu alegria à torcida? Alguns dirão que sim, alguns dirão que não.

Mas e daí? Ela está marcada para domingo mesmo...

@_LeoLealC