18 dezembro 2011

Soberano, inalcançável

Era um sonho, uma esperança. Sim, o Santos acreditou que poderia vencer, surpreender o Barcelona e o mundo.

E poderia. Poderia, se não entrasse em campo com medo, com excessivo respeito aos craques adversários. Poderia, se sua zaga fosse, ao menos, preparada para enfrentar um ataque veloz. Poderia, se Muricy não fosse covarde a ponto de trocar um lateral ofensivo por um zagueiro, mesmo com os espanhois tendo um a menos no ataque e um mais no meio.

Poderia, se seu adversário não fosse o Barcelona, um dos melhores times da história do futebol mundial, o melhor do século XXI, o professor do futebol moderno.

Apesar dos erros do Peixe, não há como não reconhecer os méritos dos liderados por Messi. Mesmo quando os santistas, embora muito tarde, resolveram agredir a equipe espanhola, os catalãos não deram um mínimo espaço, apenas esperando a hora certa para contra-atacar, jogando com paciência.

Não é necessária a menção do toque de bola e a rotatividade em campo dos jogadores comandados por Guardiola. Isso já é notório. Qualquer criança de 8 anos, quando vê, se impressiona.

Não é preciso pôr em pauta qualquer característica da equipe catalã. As imagens, os resultados e a admiração de quem assiste falam por si só.

Achei que assistiria ao jogo do século, mas o que vi foi uma aula de futebol da equipe do século. Felizes as palavras de Neymar, quando, ao final do jogo, disse: "Hoje, aprendemos a jogar futebol".

Sim, eu posso acompanhar o Barça, ver cada toque na bola, cada drible. Um privilégio, me sinto realizado. Uma lenda, um mito. Repito, o professor do futebol moderno.

Agradecido está o senhor futebol, que se vê bem jogado, somados a resultados expressivos. O melhor está vencendo, merecidamente.

Aplausos não são suficientes. Tenho dúvidas de que este seja o melhor time do mundo, simplesmente por não saber se sua origem é mesmo o Planeta Terra.

É algo diferente, inexplicável, simples e ao mesmo tempo ininteligível. Existe o futebol objetivo, o bem jogado, o bonito e o Barcelona.

E esse último estilo, não é praticado por nenhuma outra equipe no futebol mundial.

Enquanto isso, jogo a jogo, o Barça vai fazendo com que outros possam aprender, para, quem sabe um dia, alguém brilhar com a mesma intensidade.

Resta a nós, amantes do mundo da bola, desfrutar e admirar essa dádiva, da qual foi brindada a equipe espanhola.

Pois não será tão cedo que veremos algo parecido.

Barcelona, você me convenceu.

Você é imbatível!

@_LeoLealC

15 dezembro 2011

Para o Santos, lucro. Para o Brasil, esperança!

Está chegando. O confronto mais esperado do ano, enfim, será realizado. O mundo aguarda ansiosamente o jogo entre Barcelona x Santos. Será o embate entre a melhor equipe do mundo com a equipe que cederá jogadores que, futuramente, estarão nas melhores.

Obviamente, a equipe espanhola é favorita. Por unanimidade, a melhor equipe do mundo. Quantidade de craques que parece inacabável. Messi, Xavi, Iniesta, Pedro, Thiago Alcântara...

O lado bom para a equipe brasileira é jogar sem pressão. Afinal, o favoritismo e a obrigação de vencer está, completamente, do lado catalão.

Além do jogo em si, haverá o primeiro da inevitável série de duelos à parte entre Messi e Neymar. O craque santista tenta provar que pode -por que não?- concorrer tranquilamente ao posto de melhor do mundo.

Messi, obviamente, ainda leva vantagem. Porém, a maioria de seus adversários são consideradas "babas", enquanto Neymar já teve participação decisiva em, no mínimo, 20 confrontos contra equipes consideradas grandes. É a hora da verdade.

O jovem brasileiro já deu seu cartão de visita aos japoneses na exibição contra o Kashiwa Reysol. Futebol ousado e alegre que são sua marca. O argentino esteve tímido na goleada catalã sobre o Al-Sadd, junto com toda a equipe do Barça, que não se esforçou muito, poupando-se para o grande duelo de domingo.

A vantagem do Barcelona está concentrada na defesa. Afinal, Puyol, Piqué e Abidal passam, inúmeras vezes, mais confiança que Edu Dracena, Durval e Bruno Rodrigo.

A defesa santista mostrou-se muito insegura no duelo contra o japoneses. Os descendentes nippon tiveram um bom número de chances de marcar, tamanha fragilidade defensiva apresentada pelos brasileiros.

Na lateral esquerda, Durval já mostrou que não é uma boa escolha. Muricy Ramalho terá que quebrar a cabeça para escolher a melhor opção para a posição, já que Léo dificilmente terá condições de jogo.

Para, no mínimo, aliviar a tensão do lado do Peixe, David Villa fraturou a perna no confronto semifinal e desfalcará os espanhois na decisão. Apesar do homogêneo elenco catalão, fará muita falta.

A continuação do processo de evolução e valorização do futebol brasileiro também depende muito desta partida. Caso Neymar se destaque, ofuscando Messi e dando o título para o Santos, o futebol na nossa terra nunca mais será visto como antes. Quem sabe, os senhores preconceituosos da FIFA possam deixar o orgulho de lado e passar a olhar com mais carinho os jogadores que atuam em terras tupiniquins para concorrer ao prêmio de melhor do mundo. Até porquê a eleição é da FIFA, não da UEFA.

O que também faria com que as paquitas do futebol europeu que, por ventura, habitam nosso território, parassem de babar ovo apenas de criaturas estrangeiras e passassem a dar valor ao futebol de nossa própria terra.

Por essas e outras, o Brasil está com Neymar, com Ganso e com o Santos.

Do mico, o Peixe já se salvou. Sua obrigação já foi feita: eliminar o fraco adversário da semifinal e não dar o vexame que deu o Inter ano passado. Não há como pensar diferente, o que vier agora é lucro.

Mas as chances existem. O Santos está a 90 minutos de elevar o Brasil ao maior patamar de valorização já alcançado desde Pelé & Cia. Coincidência ou não, mais uma influência direta do Alvinegro Praiano.

A partida, de qualquer jeito, fará bem ao Peixe.

Mas, sua vitória fará bem a todos nós do futebol canarinho.

Dê a nós esse presente Santos!

@_LeoLealC

05 dezembro 2011

Inesquecível

Por mais que o Corinthians tenha sido o campeão brasileiro, por mais que o Santos seja campeão mundial, não adianta. O ano de 2011 foi vascaíno.

Ninguém brilhou, causou tanto encanto, conquistou tanta simpatia quanto o Vasco nesta temporada. A garra, a determinação mostrada durante todo o ano encantou o Brasil, fazendo com que o Gigante da Colina fosse o time da moda durante a maior parte de 2011.

Quando a equipe conseguiu aquela virada sensacional contra o Universitário, na Sulamericana, disse aqui que o Cruzmaltino poderia estar mudando o jeito de se pensar no futebol brasileiro.

Disso, não tenho tanta certeza. Mas, estou certo de que o Vasco mudou a forma como os outros o viam, tirando a sujeira que havia em sua imagem.

O clube, que era injustamente odiado por culpa de seu ex-presidente, ganhou de volta a simpatia de todos.

A temporada começou de forma assustadora. O que, de certa forma, foi ótimo para o clube. Assim, a diretoria contratou Ricardo Gomes. Ali começava uma linda história, que jamais será esquecida pelos vascaínos.

O título da Copa do Brasil parecia ser o auge, mas era só o começo do que viria a viver o Gigante da Colina.

A volta de Juninho Pernambucano foi um capítulo à parte. O meia aceitou receber apenas um salário mínimo do clube, ganhando o restante de patrocinadores. Uma verdadeira prova de amor ao clube.

Com a vaga na Libertadores já garantida, quando muitos pensariam em largar de mão o Brasileirão, o Vasco mostrou o contrário. Afinal, já que o elenco é competitivo, é preciso ir à luta.

No meio da competição, Ricardo Gomes sofre um AVC durante o clássico contra o Flamengo, correndo risco de vida. E, quando era esperado o abatimento da equipe, o grupo se fechou em prol do treinador, mostrando ainda mais garra durante os jogos, chegando à liderança em algumas rodadas.

Quando as chances de título brasileiro já eram reais, aparece a Copa Sulamericana na vida do clube. O que fazer? Escalar apenas reservas e esquecer a competição!?

Não! Mais uma vez o Vasco surpreendeu, fazendo uma campanha digna de time grande, com direito a goleada histórica e virada épica, sendo eliminado apenas na semifinal para a fortíssima equipe da La U.

Tudo bem, por três pontos, o título brasileiro não veio, assim como o da Sulamericana. Mas eu duvido que um corinthiano, por exemplo, esteja mais feliz com o seu time do que um vascaíno, no momento.

Como disse em outro post, o orgulho de ser vascaíno está aflorado na pele do torcedor como a muito não se via.

Seja por conta de Ricardo Gomes, seja por conta de Juninho, a torcida, enfim, pode comemorar a volta do seu time ao protagonismo do futebol brasileiro.

Um belo sonho em que vive o Vasco, do qual ninguém espera acordar tão cedo.

Um ano que nunca será esquecido por quem viveu, torceu e se emocionou.

Uma página que nunca será rasgada do livro do Gigante da Colina. Uma história inesquecível.

Vasco, o ano de 2011 foi seu!

@_LeoLealC

"Merecimento"

(Foto: www.agenciacorinthians.com.br)
O Corinthians esteve longe de ser brilhante no Brasileirão. Tirando a goleada por 5 x 0 contra o São Paulo, o Timão não mostrou nada de incrível na competição.

Mas, de uma coisa, a equipe do Parque São Jorge não abriu mão: competência.

Óbvio, o futebol jogado estava longe de ser bonito, vistoso, envolvente. Mas, no futebol moderno, isso anda em segundo plano.

Nos dias de hoje, é necessário que se tenha objetividade. E, com a bola nos pés, esse fator nunca esteve em falta para o time.

Único entre os 4 primeiros durante todo o campeonato, o Corinthians foi, sempre, o que mais esteve perto da conquista. Méritos dos jogadores, da torcida e, principalmente, de Tite.

Méritos também da diretoria, que, mesmo após a vexatória eliminação precoce na Libertadores, manteve o treinador, mostrando que a continuidade no trabalho tem, sim, chances de dar certo.

Paciência. Talvez, apenas o Timão soube utilizar este fator na competição. A equipe não se afobou em jogo algum, sabendo esperar a hora certa de avançar. Como no caso das viradas sobre Vasco, Flamengo, Avaí e Atlético Mineiro - contra o Galo, nos dois turnos -, os jogos chaves do título.

Apostando na velocidade do ataque formado por Liédson, Emerson e William, no poder de decisão de Alex, na calma de Danilo, na solidez da defesa e na estrela de Adriano, que, mesmo com pouco tempo para brilhar, deu o ar de sua graça, o Corinthians fez da regularidade sua aliada.

No fim, sagrou-se campeão pelo merecimento mencionado por Tite.

Mereceu, pois sempre se comportou como grande, fazendo a camisa pesar nos confrontos contra "menores". Mereceu, pois foi regular. Mereceu, pois foi objetivo.

Se o campeonato premiasse o brilhantismo, obviamente, o campeão seria o Vasco.

Mas, pontos corridos foram feitos para premiar a regularidade...

Parabéns para o Timão, que a usou da melhor forma, durante todo o tempo.

Merecidamente, pentacampeão brasileiro.

@_LeoLealC

01 dezembro 2011

Última chance

Tudo bem, Kléber não é craque. Mas, depois de tanto ser demasiadamente valorizado, o atacante perdeu, de uma hora para outra, todo o prestígio que possuía. Seja na mídia, ou no pensamento dos torcedores.

Agora que seus créditos com torcida e diretoria do Palmeiras se esgotaram, o Gladiador tem, praticamente, sua última chance de se firmar em um clube grande. O Grêmio peitou sua contratação e aposta suas fichas no jogador, que ainda pode render muitos frutos ao Tricolor.

Com seus 28 anos, Kléber está longe de ter acabado para o futebol. O jogador possui faro de gol, pode ser a opção ideal para um ataque com carência de bola na rede.

Basta pôr a cabeça no lugar. O que não significa deixar de sair à noite, e sim, comparecer aos treinos, não provocar expulsões infantis nas partidas.

No caso do Gladiador, pôr a cabeça no lugar significa apenas jogar futebol. Pois isso, ele sabe.

Sabe-se lá se dará certo jogar junto com André Lima ou não. Isso é problema do treinador. Possivelmente, Caio Júnior.

Mas que Kléber ainda pode dar um bom caldo, não há como duvidar.

Aliás, o fato de Caio Júnior ser o provável técnico do Grêmio em 2012 pode ser um aliado do atacante nesse fio de esperança em voltar a ser um centroavante renomado. Foi com o técnico que o jogador viveu seu melhor ano desde que voltou ao Brasil, com o título do Paulistão 2008 e a classificação para a Libertadores quando defendia o Palmeiras.

Mas, seja com ou sem Caio Júnior, se o Gladiador souber se dar bem com seu treinador, seus companheiros de equipe e seus próprios pés, quem mais sai ganhando, além dele próprio, é o Tricolor.

Agora, se não aproveitar a chance, dificilmente aparecerá uma oportunidade igual.

Kléber tem a faca e o queijo nas mãos.

A chance está dada, a sorte está lançada.

Só depende de você, Gladiador.

@_LeoLealC

27 novembro 2011

Valeu Charles Miller!

Explicações não faltam para definir o futebol como apaixonante. Paixão não falta para tentar explicar o mesmo. São emoções que se renovam e vão nos surpreendendo a cada lance, a cada jogo.

(Foto: Agência O Globo)
Hoje, vivi duas horas de sentimentos inexplicáveis que a muito não sentia. E acredito que cada brasileiro apaixonado pela bola também tenha vivido. Coisas que só o futebol nos proporciona.

Era uma rodada que já poderia definir o campeão e os rebaixados.

Coisas que, infelizmente, estavam acontecendo.

Corinthians estava ganhando e, com o empate entre Vasco e Fluminense, se sagrando campeão. Cruzeiro estava vencendo o Ceará e definindo os quatro rebaixados com antecedência.

Era uma pena o campeonato terminar assim. Daria a impressão de que foi chato e sem emoção, quando na verdade está sendo o melhor da história dos pontos corridos.

Quando de repente, no apagar das luzes, gol do Vasco, gol do Ceará. Os jogadores do Corinthians, que já se preparavam para dar a volta olímpica, decepcionam-se ao saber do gol da equipe carioca. A torcida do Figueirense, esquecendo a derrota, começa gritar o nome do Cruzmaltino, apenas para tirar sarro do adversário ao término da partida. Encantos da bola.

Do nada, começo a rir, gargalhar. Muito pela felicidade de ver o campeonato ter o final que merece.

Esse campeonato maluco e inesquecível, onde o inesperado acontece numa frequência anormal, onde o que parece estar decidido muda de panorama em um instante qualquer, com uma cabeçada ali ou um chute despretensioso aqui.

Perdoem-me o paradoxo, mas o Vasco ser surpreendente já não é mais surpresa. Jogo épico no Engenhão. Um capítulo inesquecível dessa linda história, repleta de brilhantismo, que o Gigante da Colina vive.

Quando tudo conspirava a favor do título corintiano, a chegada de Bernardo como um foguete na área, aos 45 do segundo tempo, mudou todo o panorama da briga pelo caneco.

Os sonhos da torcida vascaína parecem não ter mais fim. É o melhor ano do século XXI para o Cruzmaltino. 365 dias que nunca sairão da memória de quem viveu, torceu, se emocionou.

(Foto: Timaonaweb.com.br)
Sonhos estes, que pareciam, enfim, se tornar realidade, terminando de uma vez com a angústia, para os corinthianos. Mais uma vez sem brilhar, mas com competência e objetividade, vitória importantíssima sobre a fortíssima equipe do Figueira, no Orlando Scarpelli. No apito final do árbitro, o Timão estava pronto para comemorar o pentacampeonato brasileiro. Mas, o já mencionado gol de Bernardo, no Engenhão, adiou a decisão para a última rodada.

E na parte debaixo da tabela, quando o Cruzeiro escapava, rebaixando, com antecedência, Atlético-PR e Ceará, o Vozão consegue o empate no último lance. Adiando o sofrimento.

Foram duas horas mágicas, onde qualquer torcedor, independentemente dos resultados, pôde se deliciar com emoção ao mais alto patamar.

Assim, me sinto na obrigação de remencionar a frase de um antigo jornalista inglês, que nos visitou em 1966, que dizia que o futebol é ópio do povo brasileiro, capaz de enfrentar qualquer adversidade ou transpor qualquer obstáculo, de superar a si mesmo, desde que o seu time favorito vença um jogo importante.

E então, depois de assistir a esses momentos incríveis, que ficarão na memória dos brasileiros, só me resta agradecer ao futebol pela sua existência, por tornar a vida de nós brasileiros mais divertida.

E no momento, a mais divertida é a dos vascaínos.

Porém, já se sabe, o panorama pode mudar a qualquer momento.

Resta aguardar o último capítulo, onde muitos irão sorrir, enquanto muitos cairão nas lágrimas.

Mas todos viverão as emoções que só o futebol pode nos dar.

Mais do que um esporte. Um estado de espírito.

@_LeoLealC

Vergonha esperada

As equipes de Bragantino e Vitória entraram em campo dependendo não apenas do próprio triunfo, mas também de tropeços dos adversários diretos, mais precisamente do Sport para conseguir o acesso à Série A do Brasileirão.

Seriam as duas equipes com mais chances para subir na última rodada, não fossem os tropeços em casa contra duas equipes que brigavam para não cair para a Série C na rodada passada. Mas o Leão da Ilha não tem nada a ver com isso.

O atraso dos dois times para entrar em campo foi vergonhoso, mas não surpreendente.

Infelizmente, ainda existem pessoas que, mesmo nos dias de hoje, acham que esse tipo de malandragem funciona no futebol.

Meu caro, começar o jogo 20 minutos depois de seu adversário não lhe faz começar em vantagem. As multas para esse tipo de caso deveriam ser pesadas.

Na equipe de Bragança Paulista, a desculpa foi uma forjada contusão no ombro do goleiro Gilvan no aquecimento para a partida. Com isso, o atleta foi e voltou ao vestiário duas vezes, fazendo a partida começar com 14 minutos de atraso em relação ao jogo do Sport.

Aí você pode me dizer: -Como você sabe que a contusão foi forjada? Tu és médico por acaso?

Tanto foi forjada, que o arqueiro fez defesas difíceis durante a partida pulando nas bolas que eram arrematadas sem aparentar qualquer sinal de dor.

Simples. Se o cidadão faz o alongamento justamente para não se machucar, como ele vai se machucar alongando? E mesmo conseguindo se lesionar, para que então existe o goleiro reserva?

Com essa atitude, parecia que o substituto era incapaz de substituir Gilvan.

Então afirmo: foi armação.

No caso da equipe baiana, a atitude conseguiu ser ainda mais cara de pau. Todos sabem que, desde os tempos do guaraná de rolha, o ASA joga com sua camisa branca quando atua em casa. Mesmo assim, o Vitória entrou em campo vestindo a mesma cor, fazendo o início de jogo atrasar. Propositalmente.

No segundo tempo, os 14 minutos de atraso sem ao mínimo uma desculpa confirmaram a intenção de burlar o horário do jogo pelo lado do Rubro-Negro.

Repito. Uma vergonha.

Mas, no fim de tudo, a dignidade premiou quem ao menos a usou. O acesso ficou com o Sport, que não atrasou em um minuto seu início de jogo, sem querer saber dos outros resultados.

Do mesmo jeito que os jogos dos dois "malandrões" terminaram depois do jogo da equipe pernambucana, os dois times terminaram o campeonato depois do Leão na tabela, sem conseguir o acesso à elite.

E, de forma honesta, subiu quem mereceu.

Mais uma prova de que malandragem é necessária apenas dentro das quatro linhas.

@_LeoLealC

24 novembro 2011

Sim Vasco, você é capaz

Não foi demérito do Vasco. A equipe jogou muita bola, tirou a provável má impressão que a La U tinha do futebol carioca.

Só que o problema era justamente o adversário. Me arrisco a dizer que a Universidad de Chile tem o melhor time da América Latina. Toque de bola simples, velocidade ao máximo, contra-ataques rápidos.

Talvez Vargas seja o grande destaque do time chileno. Mas o que realmente chama a atenção na equipe comandada por Sampaoli é a forma de jogo coletivo que possui.

Uma forma compacta de jogo, onde as linhas de zaga e meio-campo avançam quando a equipe tem a bola no ataque e recuam quando estão sem ela.

Pena para o Vasco que só Juninho Pernambucano, muito pela experiência adquirida na Europa, tenha percebido.

Com isso, os espaços eram sempre pequenos e, com a ausência do poder de decisão de Diego Souza e da velocidade de Éder Luís, a criação, que passava nos pés de Felipe e Bernardo, não era suficiente.

Mas, na base da vontade, o Cruzmaltino foi muito superior no primeiro tempo e, incrivelmente, fez o técnico Sampaoli adotar a cautela para seu time com uma substituição já no primeiro tempo para acertar a marcação, mostrando total respeito à equipe carioca.

No segundo tempo, pelo desgaste do final de temporada, o Vasco cansou. Diante da já acertada marcação da La U, os espaços, que eram poucos, se tornaram quase nulos quando a equipe perdeu Felipe.

E, com paciência, sem abdicar do toque de bola e do jogo coletivo, a Universidad chegou ao empate.

Resultado ótimo para os chinelos, mas não tão ruim para os brasileiros.

Apesar do desgaste, o técnico Cristóvão fez uma ótima escolha ao escalar os titulares. Os reservas não teriam condições de bater essa forte equipe.

Não há nada perdido. O Vasco, jogando o que jogou em São Januário, tendo a volta de Diego Souza, tem totais de condições de conseguir a classificação no Chile.

O que, caso tenha chances de título brasileiro na última rodada, daria uma moral e uma confiança enorme para o time.

O que seria mais um capítulo dessa bela história que vive o Gigante da Colina em 2011.

A chance ainda existe, não há motivos para desânimo.

@_LeoLealC

Apoio infinito

O Sport está a uma vitória do acesso à Série A do Campeonato Brasileiro. Depois de dois anos longe da elite, a equipe pernambucana encaminha sua volta da forma mais sofrida possível e apenas 3 pontos a separam do sonho.

O que para alguns é obrigação, para outros é motivo de orgulho. A torcida não está ligando se a equipe joga mal ou bem, muito menos para o fato de a equipe não ter mais chances de título.

Afinal, o que importa na segunda divisão é estar entre os 4 primeiros e conseguir o acesso.

Hoje, foi fora do comum o que fez a torcida do Leão. Como a partida contra o Vila Nova será fora de casa e o Rubro-Negro não terá o apoio do torcedor na Ilha do Retiro, milhares de leoninos fizeram do Aeroporto dos Guararapes a casa do Sport Recife no embarque da equipe para Goiânia.

Não perderei meu tempo em entrar na discussão mais chata do futebol nos últimos tempos. Para os torcedores, o Sport é campeão brasileiro e pronto. E isso é o que importa, já que eles tem base para argumentar assim.

Mas o que importa mesmo é o tamanho da importância que o Rubro-Negro e sua tradição tem para o futebol brasileiro. Caso realmente volte à primeira divisão, fará um bem para o campeonato.

E depois da demonstração de paixão que os sportinos deram hoje, o Sport merece mais do que ninguém essa vaga.

Paixão inexplicável, que faz do futebol o esporte mais amado do Brasil. Seu encanto vai muito além de dentro das quatro linhas onde rola a bola.

E hoje, a beleza do futebol brasileiro estava no Aeroporto dos Guararapes, em Recife.

Já dizia um jornalista inglês, de identidade desconhecida, que o futebol é o ópio do povo brasileiro, capaz de enfrentar qualquer adversidade, de transpor qualquer obstáculo, de superar a si mesmo, desde que o seu time favorito vença um jogo importante.

E, no sábado, nada será mais importante para os leoninos que o jogo do Sport.

Assim, só o Leão poderá fazer com que esse ópio se torne uma longa euforia ao invés de um sono onírico e decepcionante.

Só resta um passo a ser dado.

E desse passo, metade já foi dado pela torcida.

@_LeoLealC

20 novembro 2011

Será?

O Fluminense, que parecia ter dado adeus ao título após a derrota para o América-MG, mais uma vez surpreendeu e, a cada rodada, vai transformado o impossível em provável.

A missão de hoje era duríssima. O Figueirense tem a segunda melhor campanha do segundo turno, perdendo apenas para o próprio Flu. O jogo era no Orlando Scarpelli e o Tricolor entrou em campo pensando em apenas assegurar uma vaga para a Libertadores.

Após um primeiro tempo nervoso, a estrela de Fred, no segundo tempo, mais uma vez brilhou e o Flu transformou um complicadíssimo jogo num massacre que, para muitos, era impossível.

Mas, essa palavra já não existe no vocabulário Tricolor há um bom tempo. A vontade que a equipe tinha e o jeito que corria era digno de dar lição a muitos times e muitos jogadores em especial nessa reta final de competição. Medalhões como Fred e Deco honrando a camisa, dando piques de 30 metros mesmo com o placar marcando 4 x 0 para o Flu faltando 5 minutos para o fim. Sim, o Fluminense merecia ter algo melhor do que já tem conquistado nesta competição.

Mas ainda pode ter. Por mais que remotas, as chances ainda existem. E, para o Flu, o impossível não existe.

São 5 pontos para o líder, faltando 2 rodadas. Difícil, não?

Meu caro, esse é o Fluminense, não duvide. Quem sabe?

Será?

Nota: Parabéns à torcida do Figueirense, que mesmo com o placar apontando 4 x 0 para o adversário, se mantinha no estádio, com cânticos de apoio à equipe, sem nenhum som de vaias, reconhecendo a campanha espetacular que o Figueira vem fazendo. Uma aula a muitos torcedores brasileiros, que parecem ir ao estádio somente para torcer contra. A torcida do Figueira merece aplausos.

@_LeoLealC

Enfim, pronto

O Corinthians não é e nem vai ser o time da moda do Campeonato Brasileiro. Vencendo ou não, esse posto já é do Vasco. Apesar da liderança, o futebol apresentado é pragmático, sem encantar. Mas, no futebol o que importa é a objetividade, e isso nunca faltou ao Timão. Por isso, a primeira colocação.

Porém, mesmo com a objetividade apresentada, sempre existiu uma desconfiança quanto às chances da equipe levantar o caneco.

Não existia aquela chamada "cara de campeão", aquele jogador chave ou aquele jogo para relembrar. Faltavam alguns fatores para o Corinthians se sentir pronto para chegar ao penta.

Coisas que, a partir de hoje, não faltam mais. O jogo contra o Atlético-MG parecia fácil, sem complicações. Talvez por isso, o relaxamento apresentado no primeiro tempo, onde teve apenas uma chance.

E, no segundo tempo, o fácil se tornou uma missão dura e talvez até improvável. Com o gol do Galo, a liderança estava sendo deixada nas mãos do Vasco e o título corithiano parecia ir por água abaixo.

Foi quando Tite chamou Adriano e Alex e então, o jogo mudou. Até a partida, o Imperador não passava de um mero coadjuvante e ainda não havia mostrado seu poder de decisão.

Faltavam 15 minutos, a torcida estava apreensiva quando Liédson completou o cruzamento de Alessandro e o Timão chegou ao empate.

E quando Adriano teve sua única chance clara de gol com a camisa do Corinthians, ele mostrou o porquê de sua contratação. Sua estrela é monstruosa, seu poder de decisão é incrível.

Assim, o jogo que seria fácil se tornou uma virada heróica, aquele jogo para relembrar, aquela história para contar, tendo aquele jogador que chegou para decidir

Agora, restam mais dois passos a serem dados, mas o título já pode vir na próxima rodada. Talvez, com mais um jogo para guardar lembranças.

Quem sabe?

Cara de campeão, agora o Corithians tem.

@_LeoLealC

18 novembro 2011

Melancólico

Ronaldinho Gaúcho, atacante do Flamengo (foto: Alexandre Loureiro/VIPCOMM)
(foto: Alexandre Loureiro/VIPCOMM)
Com o frustrante empate em casa contra o Figueirense, o Flamengo dá adeus a qualquer possibilidade de título do Brasileirão 2011. Para o Fla, o ano de 2011 vai caminhando para um fim entristecedor.

O jogo foi o retrato dessa temporada para o Rubro-Negro: expectativas grandes, resultados pequenos.

O badalado Flamengo é um time que acha que ganha na hora que quiser, mas na verdade apenas joga quando quer. É um time que ilude o torcedor.

Sim, o pobre coitado do torcedor, que nunca perde suas esperanças, que acredita na volta do futebol de Ronaldinho e que a equipe jogará querendo ganhar, mesmo que enfrentando equipes que, teoricamente, não ponham medo.

É um time que não pode ter a vitória como obrigação, seus resultados mais lembrados na competição mostram isso. Quando a responsabilidade é dividida, o Rubro-Negro tem mais chances de se sobressair. Do mesmo jeito que pode virar um jogo praticamente impossível contra o Santos na Vila Belmiro, o time pode sofrer 4 x 1 do Atlético-GO no Engenhão.

É um time no qual medalhões como Léo Moura e Renato decepcionam. O lateral não tem mais o pique de outros tempos e já não me lembro a última vez em que fez uma visita à linha de fundo. O meia adquiriu o contagioso costume de errar passes infantis, os quais não errava em seu auge.

É um time que depende absolutamente da boa fase de Ronaldinho. Nesse campeonato, ela foi breve, assim como a boa fase do Rubro-Negro.

Não adianta, quando R10 não vai bem, nem as gratas surpresas de Thomás e Muralha juntas com o poder de decisão de Thiago Neves podem fazer com que a equipe siga um novo rumo.

Pelo fraco futebol apresentado, a quinta colocação é lucro para o Fla. Mesmo assim, as chances de classificação à Libertadores são grandes. Era o mínimo que poderia ser esperado do decepcionante Rubro-Negro nesta temporada. Título, só com o maior milagre que possa acontecer na história do futebol.

Melhor ataque, uma das piores defesas, time que menos perdeu e um dos que menos ganhou. E, desse jeito, o Flamengo, que revezava entre o pico da montanha e o subsolo, não tem mais o mesmo fôlego para voltar a subir a montanha.

Chances do ano terminar com menos melancolia, ainda existem.

Mas, nessa transição entre altos e baixos, o Fla não enxerga mais os altos.

E, assim, o 2011 Rubro-Negro caminha para um fim decepcionante.

@_LeoLealC

10 novembro 2011

Obrigado

Não agradeço ao Vasco apenas por ter voltado a ser grande e honrar a sua história. Não agradeço ao Vasco apenas por o único brasileiro vivo na Sulamericana.

Agradeço por relembrar ao futebol brasileiro o verdadeiro significado da busca pela vitória, mostrar que não existe problema algum em jogar com time titular quarta e domingo, e que futebol não se baseia apenas no lucro que o clube arrecadará.

Mesmo que tenha vencido a Copa do Brasil, joga o Brasileirão como se fosse o último campeonato de sua história. E, mesmo dividindo a liderança com o Corinthians, não esquece a Sulamericana. O orgulho de ser vascaíno está aflorado na pele do torcedor como a muito não se via.

O que o Gigante da Colina conseguiu ontem foi um feito improvável, incrível e, para muitos na hora, impossível.

Restavam 45 minutos para conseguir 3 gols, mas o chute despretencioso do cidadão peruano fez muitos jogarem a toalha, desacreditarem.

Havia esperanças? Para o Vasco, sim.

Aos poucos, todos foram enchergando a possibilidade, vendo que ainda dava. Afinal, era o Vasco.

Sim, o Vasco conseguiu 4 gols. Sim, o Vasco virou. Sim, o Vasco está na semifinal da Sulamericana.

Uma virada sensacional, enchendo os olhos não só dos cruzmaltinos, mas também dos brasileiros. O Brasil está encantado, abismado com o que vem fazendo o Vasco em 2011.

Mesmo com a dificílima tabela que tem pela frente no Brasileirão, time titular na Sulamericana. Para muitos seguidores do futebol moderno, um erro.

Mas, com o bom time que possui, o grande erro seria abdicar de uma competição tão importante, a segunda mais importante das Américas. Certo?

Para o Vasco, sim

O título da competição continental pode não vir. Talvez o do Brasileirão também não venha. Mas o ano de 2011 já valeu para a equipe cruzmaltina. Uma aula aos clubes do Brasil sobre como lidar com o peso de sua grandeza.

Talvez isso faça com que muitos clubes adquiram inteligência e não caiam na burrice de esquecer certas competições.

Sim, o Vasco pode estar mudando o jeito de se pensar do futebol brasileiro.

Todos agradecemos.

Obrigado Vasco!

@_LeoLealC

09 novembro 2011

Até quando?

Símbolos do desrespeito
ao Palmeiras
Após conquistar a Libertadores de 1999, o Palmeiras parece estar em uma inacabável decadência.
Desde seu último título de verdadeira expressão, o único conquistado pelo Porco foi o Paulistão 2008 (para mim, Série B não deve ser considerada por time grande). O Século XXI parece não ter começado ainda para o clube.

Azar? Um pouco. Incompetência? Certamente.

O eterno racha na diretoria, as contratações quase que inúteis e os jogadores insatisfeitos são três dos muitos fatores que contribuem para esse momento em que vive o Palmeiras. Um dos piores de sua história.

Ao longo dos últimos 11 anos, um rebaixamento, seguidas más campanhas no Brasileirão, eliminações precoces em Copas do Brasil e Libertadores e apenas um título, de não muito alarde.

Sendo uma má fase na história, tudo bem. Mas, o pior é que não existe um projeto que dê esperança ao torcedor. O sofrimento parece que irá demorar para chegar ao fim. Talvez com o término da obra da Arena Palestra, os palmeirenses possam voltar a sorrir.

O ano de 2011 já é mais um para se esquecer. Depois de esboçar uma campanha de razoável para boa no Brasileirão, o Porco despencou na tabela e chegou a ter risco de rebaixamento. Junto a isso, a eliminação nas semis do Paulista, nas quartas da Copa do Brasil e na primeira fase da Sulamericana.

O time não põe medo em mais ninguém, os adversários já não o respeitam como antes. Dos grandes, o Alviverde é a grande decepção nacional nos últimos anos. Nada é como antes.

Os torcidores estão descontentes, desacreditados, mas não surpresos. Do jeito que as pessoas ligadas ao clube o levam, não existe outra opção, não há uma saída.

Ruim para o Palmeiras, ruim para o futebol brasileiro.

Resta saber até quando vai durar essa angústia.

@_LeoLealC

06 novembro 2011

No sapatinho

Todos já tinham em mente os nomes dos favoritos ao título e às vagas para a Libertadores da América. Tirando Vasco, Corinthians, Botafogo, Flamengo, Fluminense, São Paulo e talvez até o Internacional, era impossível na cabeça dos brasileiros o surgimento de mais um candidato que pudesse atrapalhar essas equipes.

É quando aparece o Figueirense, vencendo dentro e fora do Orlando Scarpelli, arrancando pontos de seus adversários diretos, jogando um futebol simples e objetivo, tendo Júlio César como um dos melhores jogadores do segundo turno e, aos poucos, roubando a vaga de algum favorito.

Sim, o título é improvável, mas a vaga na Libertadores 2012 virou um sonho completamente possível. Aproveitando a queda de rendimento de São Paulo e Flamengo e o "finge que vai mas não vai" do Internacional, o Figueira já pode terminar a rodada dentro do G5. Tudo isso graças à excelente campanha no segundo turno, onde se encontra na segundo colocação, com apenas uma derrota.

O ex-jogador Jorginho vem fazendo um excelente trabalho como técnico da equipe. Um forte sistema de marcação somado à velocidade de Wellington Nem e do próprio Júlio César faz a equipe ter um excelente contra-ataque e, com isso, conseguir muitas vitórias contra adversários diretos fora de casa, onde o oponente acha que o time ainda é aquele de meiuca da tabela do primeiro turno.

O Figueirense tem ainda pela frente três adversários diretos: Flamengo, Fluminense e Corinthians. Os três, em sequência. Por isso, o sonho do título existe, já que o Alvinegro catarinense não se apequena quando bate de frente com grandes. Basta lembrar que já venceu Grêmio, Cruzeiro, Corinthians, Santos e agora Botafogo fora de seus domínios.

Mantendo a humildade e a tranquilidade sem mudar seu estilo de jogo, o Figueira pode se tornar a grande surpresa desse louco e imprevisível Brasileirão 2011.

E, sim, é possível.

@_LeoLealC

31 outubro 2011

Desperdício

Em 2008, promessa. Em 2009, surpresa. Em 2010, salvador. Em 2011, perdido. Esta é a breve carreira de Willians, que parece querer jogá-la fora a cada atitude tomada.

Seu ciclo no Flamengo parece ter chegado ao fim. O volante, com toda sua irresponsabilidade, parece desrespeitar a camisa que veste, o ambiente em que trabalha e os profissionais ao seu redor.

Não diretamente, mas a torcida rubro-negra também tem sua parcela de culpa. Os torcedores pareciam endeusá-lo, criando uma ilusão tanto para eles, quanto para Willians.

E, querendo ou não, isso ajudou a fazer com que a fama subisse à cabeça do Pitbull, como é conhecido na Gávea. A cor da chuteira mudou, a quantidade de gel no cabelo aumentou e o futebol acabou. A tempos, não era mais visto aquele Willians que encantou a massa rubro-negra.

O jogador, de 25 anos, tem gabarito para ser o melhor volante do Brasil. Não consigo achar alguém que atue em nosso futebol com tanta técnica para desarmes.

Claro, sua habilidade para passar a bola é longe do ideal. Mas nada que, com treinos repetitivos, não seja melhorado. E essa melhora já era vista aos poucos por quem acompanha o Fla.

Eu, sinceramente, não sei os motivos que fazem o jogador causar tantos problemas. Fontes dizem que é problema pessoal. Mas vem cá, quem nunca brigou com a mulher, teve uma discussão com a família ou até teve que lidar com doenças de algum parente? Nessas horas, é preciso equilíbrio emocional, calma e transparência.

Talvez, sua maior chance na vida esteja sendo desperdiçada. No Flamengo, ele não atua mais.

Gênio forte, erros bobos. E sua carreira, que poderia ser brilhante, vai sendo manchada aos poucos.

Perde Willians, perde o Flamengo e perde um belo jogador o futebol brasileiro.

Uma pena.

@_LeoLealC

30 outubro 2011

Para relembrar

Depois de levar o Grêmio a sério por 40 minutos, o Flamengo mais uma vez sucumbiu, achou que a fatura estava liquidada e, praticamente, pôs fim ao sonho do hepta.

Sim, o Grêmio tem méritos, e muitos. Uma virada como essa é digna de aplausos, seja qual e como for o adversário.

O Fla jogou um primeiro tempo de campeão. Luxa foi brilhante ao escalar Thomás desde o início. O garoto não se intimidou, mostrou personalidade e deixa na torcida a esperança de não ser um novo Erick Flores ou um novo Paulo Sérgio na Gávea.

O Tricolor gaúcho não jogava mal. A equipe estava acuada pois o Rubro-Negro vinha tendo a melhor atuação de seu segundo turno.

E, assim, o Fla abriu uma vantagem de 2 x 0. Enquanto isso, nas arquibancadas, a torcida gremista apenas vaiava Ronaldinho, ignorando completamente a partida.

Foi quando o Grêmio tomou noção de sua grandeza, foi quando a torcida esqueceu R10 e resolver cumprir seu papel, apoiar o time.

Aos poucos, o Flamengo foi cedendo, e o Tricolor ia tomando conta do jogo. O gol no fim do primeiro tempo foi fundamental para a reação gremista.

No segundo tempo, o Rubro-Negro já estava perdido em campo. Como já visto em algumas partidas do Brasileirão, a equipe resolveu se acodomar com a vantagem que tinha.

E num de piscar de olhos, ela foi embora. Quando o Fla se deu conta, não havia mais jeito. O Grêmio havia conseguido uma virada histórica e o Fla tropeçava em suas próprias pernas mais uma vez.

Por mais que o Tricolor não tenha muitas pretensões no campeonato, a vitória ficará na memória dos gremistas por muito tempo. Para o torcedor, nada faltou à "vingança" contra Ronaldinho, foi tudo como sonhado.

E o Olímpico foi palco de uma das melhores partidas do Brasileirão.

Para o Grêmio, enfim algo para ficar de lembrança da medíocre campanha que a equipe faz nesse campeonato. Para o Fla, o sonho do hepta fica cada vez menos alcançável.

Jogar durante 40 minutos não adianta. Esquecer seu time por vaiar alguém que sequer fez história nele, também não.

Mas o Grêmio aprendeu a lição em 90 minutos, enquanto o Fla ainda não aprendeu durante todo o campeonato.

E, merecidamente, vitória do Tricolor.

27 outubro 2011

Lição de moral

Vasco quer a Tríplice Coroa em 2011Contrariando todos os prognósticos dos pensadores do futebol moderno, o Vasco não vem caindo na tolice incentivada pela mídia, que não dá a mínima para a Copa Sulamericana.

Para a imprensa, após derrota no jogo de ida, o melhor que o Cruzmaltino poderia fazer era abandonar a competição, que "atrapalharia" o andamento no Campeonato Brasileiro.

Felizmente, essa ideia não entrou na mente de Cristóvão Borges e, principalmente, da torcida. Apesar de entrar em campo com um "Expressinho", o Gigante da Colina mostrou que um time grande não pode entrar em uma competição torcendo para sair o mais rápido possível.

Goleada histórica, classificação às quartas-de-final e a lua de mel com a torcida não acaba.

Então você pode me dizer: "Mas faltam apenas 7 jogos para o Vasco ser campeão brasileiro!"

E eu te responderei: "E faltam apenas 6 para se tornar campeão da Sulamericana."

A classificação em São Januário, motiva ainda mais a equipe para o decisivo duelo de domingo, contra o São Paulo.

E, assim, uma mão vai lavando a outra. O bom desempenho em um torneio vai ajudando o time no outro. Então, imagine o paraíso em que estaria o Cruzmaltino e sua torcida, caso vença as duas competições...

Honrando a camisa e respeitando sua torcida, os jogadores do Vasco vêm dando uma verdadeira lição de moral a todos que tratam a Copa Sulamericana como um obstáculo para o Brasileirão.

Por que davam tanta importância à Copa Mercosul, mas tanto ignoram a Sulamericana? Uma é exatamente a mesma coisa da outra.

Buscando as vitórias em qualquer jogo ou campeonato, o Vasco está a 13 jogos de repetir o feito de 2000, onde venceu a Mercosul e a Copa João Havelange. Caso leve os dois canecos, somados à Copa do Brasil, o Cruzmaltino chegaria a uma histórica tríplice coroa.

Não é porque venceu a Copa do Brasil, que vai esquecer o Brasileirão. Não é porque está tão bem no BR, que vai abdicar da Sulamericana.

Palmas para o Vasco, que, jogo após jogo, vai fazendo história, quebrando "regras" e destruindo teorias.

22 outubro 2011

Satisfação

Depois de 3 anos lutando pelo acesso na Série B, a 4ª força da cidade de São Paulo está de volta à elite nacional (eu falei cidade). 

Com apenas 3 derrotas durante todo o campeonato, a Portuguesa foi extremamente superior aos adversários durante toda a competição e garante o acesso com 6 rodadas de antecedência. A Lusa volta mais forte que no último acesso, no qual possuía uma equipe "normal".

A equipe de hoje demonstra ter algo diferente, algo a mais. Não existe aquele jogador que faz a diferença. O que existe é um conjunto, um belo toque de bola, uma fortíssima equipe montada pelo técnico Jorginho. O apelido "Barcelusa", obviamente, é forçado, mas não foi dado à toa.

Jorginho finalmente conseguiu um bom resultado, causando dor de cotovelo à diretoria do Palmeiras, que o tirou do comando da equipe quando o time era líder absoluto no Brasileirão 2009. Chegou Muricy, sobrou nome, faltou brilhantismo, o titulo foi por água abaixo e o Porco não chegou nem à Libertadores do ano seguinte.

Se fizer um bom Campeonato Paulista, o treinador certamente receberá propostas dos principais times brasileiros em 2012. Seu trabalho, enfim, começa a ser reconhecido.

Se mantiver a base, fazendo contratações cirúrgicas e não vender seus principais jogadores ao primeiro grupo de investidores que aparecer, a Lusa não estará na Série A para voltar a descer. Afinal, com esse futebol que vem sendo mostrado, a equipe estaria na frente de muitas no Brasileirão 2011.

Para voltar a ser um dos grandes do Brasil, ainda existem muitos passos a serem dados. É preciso se manter firme na Série A durante cerca de três anos, tentando ter sorte em uma Copa do Brasil, por exemplo.

O planejamento para o ano de 2012 deve começar a ser feito desde já, pois com uma boa administração a longo/médio prazo, os resultados aparecem como consequência. E é disso que a torcida anda precisando, afinal, vem sofrendo muito com sua equipe neste século. O acesso é a esperança de uma nova era no Canindé.

A Portuguesa não tem arquirrival, não é odiada. Pelo contrário, tem a simpatia de toda a população paulista, muito por causa sua bela história, rica em tradição. Sua volta faz bem ao futebol brasileiro.

A torcida está radiante, o futebol paulista está feliz e o brasileiro satisfeito. Seja bem-vinda mais uma vez Lusa! Que dessa vez seja para ficar. Satisfação em vê-la de volta.

20 outubro 2011

Sem desespero

O Botafogo entrou no campo da Vila Belmiro com a chance de ser líder em caso de vitória. Achou que o Santos estava morto, mas esqueceu que o Peixe tem um dos melhores times do Brasil e, nitidamente, estava se poupando para o Mundial.

Mas, logo ontem, Neymar & cia resolveram jogar. Resultado: nervosismo por parte do alvinegro carioca, brilhantismo por parte do paulista e vitória do Santos. Em dez minutos onde Neymar levou o futebol a sério, o Peixe liquidou a fatura. A equipe mostrou que não pode ser menosprezada.

Quando o time de Caio Júnior resolveu acordar, o placar já apontava 2 x 0 para o adversário. Na busca já meio que desesperada para no mínimo um empate, acreditou que o treinador errou ao sacar Elkesson para a entrada de Herrera.

Por mais que seu desempenho não esteja tão eficiente desde que voltou da seleção, o meia é o tipo de jogador que pode ser decisivo em lampejos salvadores. Na minha opinião, quem teria que sair era Felipe Menezes, que mais parece Kicker de futebol americano, só serve para bolas paradas.

Na base do abafa, o Bota esboçou uma pressão aos Meninos da Vila, que tiraram o pé do acelerador na segunda etapa. Em vão.

Melhor para o Santos e os outros postulantes ao título, mais aliviados com a "freada" num adversário direto.

Quanto ao Botafogo, não existem motivos para desespero. A vitória na Vila seria lucro, mas a derrota não é prejuízo. Resultado "normal" e a esperança de levantar o caneco se mantém viva.

16 outubro 2011

Antes tarde do que nunca

Deivid, atacante do Flamengo, durante o duelo contra o Ceará, pelo Campeonato BrasileiroO jogo entre Ceará x Flamengo foi dentro do esperado. Vozão buscando o resultado com o apoio da torcida e esbarrando na falta de técnica e criatividade de seus jogadores, contra o Rubro-Negro, que fazia um jogo de paciência, aproveitando a posse bola e esperando a hora para atacar.

O Fla venceu o duelo pelo bom primeiro tempo que fez, controlando a posse de bola ao máximo que podia e anulando as armas da equipe nordestina, que se limitavam exclusivamente às arrancadas de Osvaldo, ao contrário das rubro-negras.

A equipe carioca levava perigo tanto nas subidas pelas laterais, apesar de Léo Moura e Jr.César não terem feito boa partida, quanto pelos lançamentos de Ronaldinho Gaúcho e pelas investidas de Thiago Neves e Botinelli. Sem contar as vezes em que até Welinton e Alex Silva se arriscavam.

Três fatores fizeram com que o Rubro-Negro ganhasse o jogo e fazer com com volte a estar vivo na briga pelo título: a nítida melhora da zaga, a diminuição dos erros de passe e o fato de não depender mais totalmente de R10.

Tudo bem, o jogador representa metade do time do Flamengo. Mas sua ausência não é mais motivo de desespero e certeza de tragédia. Assim como neste sábado, onde o meia foi expulso no início do segundo tempo e, mesmo assim, a equipe conseguiu manter o resultado.

Graças a belíssima atuação da zaga. Tendo Aírton como um falso terceiro zagueiro, Wellinton e Alex Silva conseguiram passar segurança aos torcedores, algo que a torcida não sabia o que era a muito tempo. Destaque para Wellinton, que vem tendo uma significativa e inesperada melhora nas últimas 5 partidas.

Somando-se a isso, a diminuição dos passes errados, fator de extrema importância para que a posse de bola seja aproveitada e utilizada da melhor maneira. A equipe errou 19 na partida, menos da metade dos erros nos últimos jogos.

Quando ao Ceará, enquanto o Flamengo não mostra mais tanta dependência de Ronaldinho, o Alvinegro cearense não é praticamente nada sem a ousadia e a rapidez de Osvaldo. Sem o atacante, a equipe é totalmente previsível.

O forte time do início do ano, sensação do primeiro semestre, vira forte candidato ao rebaixamento, em crise com a torcida, e sem o mesmo brilho. Depois de seus 15 minutos de fama, o Ceará mostra suas deficiências, e vai vendo a Série B como uma situação cada vez mais possível e provável.

Quem menos errou, venceu. Vitória do Fla, que vai consertando o que há de errado no time, mesmo que reste pouco tempo. O que pode ser crucial para fazer a diferença nas últimas rodadas.

13 outubro 2011

A volta dos que não foram

Depois do surpreendente triunfo de ontem, todas as previsões com relação à campanha do Botafogo no Brasileirão mudaram. A surpreendente vitória por 2 x 0 no Pacaembu contra o momentâneo líder Corinthians põe de vez o Alvinegro na briga pelo tri.

Quando Loco Abreu está em campo, o espírito da equipe é outro. O uruguaio, além de desempenhar sua função na área como poucos, exerce também um papel motivador no elenco, sabe passar a importância de cada jogo aos restantes. O atacante é o símbolo de uma nova geração no Botafogo de Futebol e Regatas, na qual o clube volta a ser respeitado, volta a ser grande, traz de volta a torcida para o seu lado.

E quando se tem este fator numa equipe com o melhor goleiro e o melhor lateral-esquerdo do Brasil no momento, uma zaga segura e bem postada, somando-se ainda ao melhor conjunto de meio-campo do Brasileirão, não existe algo que possa impedir a conquista alvinegra além de suas próprias pernas.

Suas próprias pernas que atrapalharam-se e tropeçaram-se em jogos relativamente fáceis contra Bahia, nos dois turnos, Atlético-PR e Figueirense. Porém, uma equipe que vence Grêmio, São Paulo, Corinthians e Cruzeiro fora de casa, aplica 4 x 0 na sensação Vasco e não perde nenhum clássico até agora na competição, mostra quem tem totais condições de ter o caneco em suas mãos.

Como já disse alguns posts abaixo, é necessário que a torcida abrace o Glorioso nessa caminhada e deixe de lado o pessimismo, característica marcante dos botafoguenses. Pelo futebol mostrado, o time merece todo o apoio dos alvinegros.

O Botafogo, que para mim nunca esteve fora da briga pelo título, entra com todas as forças na reta final, com 2 pontos atrás do líder, um jogo a menos e uma tabela relativamente fácil pela frente.

Se não perder pontos para si mesmo, a taça está logo ali.

Nesse sprint final de Campeonato Brasileiro, apenas dois times têm a tão falada "cara de campeão": Botafogo e Vasco.

E, se realmente o título ficar entre as duas equipes, aposto minhas fichas no Glorioso, com Loco Abreu sendo decisivo.

A hora de soltar esse grito entalado da garganta, está chegando, está perto!

12 outubro 2011

Bom e chato

Em termos técnicos e até de emoção, o jogo entre São Paulo e Internacional foi bem interessante para quem acompanhou. Duas equipes buscando o gol a todo momento, sem medo de ousar.

O público não decepcionou e lotou a Arena Barueri. Quem foi, presenciou o São Paulo mais uma vez depender completamente de Dagoberto no ataque, já que Luís Fabiano ainda está muito distante de sua forma ideal. Enquanto isso, Rivaldo cadenciava o jogo no meio campo, mesmo isso sendo desnecessário em alguns momentos.

O Inter não se postou como time pequeno, procurou sempre o ataque, mesmo estando desfalcado de Jô e Leandro Damião. Restou deixar Dellatore isolado.

Mas a escalação no papel não representou o que foi o Colorado no jogo. D'alessandro, Andrezinho e, principalmente, Ilsinho apoiavam diversas vezes chegando com velocidade, mas parando na bem postada zaga Tricolor.

No segundo tempo, com a entrada de João Paulo, os ataques da equipe gaúcha se concentraram mais no lado esquerdo, aproveitando a "avenida" deixada por Jean. Pelo segundo tempo, o Inter merecia sair com a vitória.

E o grande Adílson Batista? Oooh seu Adílson, insiste tanto no Carlinhos Paraíba, mas quando o cara tá bem, você vai e tira o cidadão do jogo? Assim fica meio complicado de entender né?

Mas em contrapartida do bom jogo realizado, o resultado de 0 x 0 foi péssimo para ambos. Tricolor paulista já chega à marca de 5 partidas sem vitória, enquanto o Colorado perde a chance de se aproximar mais do G5.

Quem viu e quem jogou tem motivos tanto para ficar satisfeito quanto para ficar decepcionado.

Jogo bom pelo nível técnico, chato pelo resultado.

10 outubro 2011

Técnico ganha jogo

Tudo ia mal para o Flamengo no clássico. O que era esperado, tamanho peso dos desfalques do Rubro-Negro na partida. Enquanto o Flu tem Rafael Moura para suprir a ausência de Fred, o substituto de Ronaldinho no Fla nada mais é que a eterna promessa Diego Maurício, que mais uma vez não fez absolutamente nada. Isso sem contar os desfalques de Willians e Aírton.

O Flu dominou o primeiro tempo por inteiro, mesmo sem chegar com muito perigo à meta rubro-negra. A única excessão está no lance em que Rafael Moura perde um gol de forma inacreditável.

O Flamengo não se encontrava em campo. A zaga batia cabeça, os laterais não avançavam, Deivid estava inoperante como sempre, Diego Maurício não colocava o pé em uma dividida e Vanderlei Luxemburgo ia perdendo a paciência.

Veio o segundo tempo, o Fla mantinha o mesmo futebol mesquinho do primeiro tempo. Depois de tanto insistir, o Tricolor consegue seu gol, em mais uma falha da zaga rubro-negra. Parecia uma vitória certa, um jogo já ganho.

A principal característica que faz de Luxa um dos treinadores mais admirados do Brasil é a ousadia. O técnico vinha sendo cobrado exaustivamente por justamente não ousar, por ter medo de atacar, de pressionar o adversário, o que atrapalhava a equipe rubro-negra.

Hoje, Vanderlei voltou às suas raízes, o que fez da vitória do Fluminense, algo incerto. Logo após o gol tricolor, o comandante sacou a bananesca dupla de ataque para a entrada de Negueba e Jael. Por mais que o futebol da equipe não tivesse melhorado nitidamente, o clima era outro. A disposição dos dois jogadores contagiou os outros. Negueba fez uma das melhores partidas com a camisa do Fla.

Um minuto depois, ainda perdendo, Luxa não quis saber se estava comprometendo a defesa, resolveu jogar para ganhar. Sacou Maldonado para a entrada do contestado Botinelli. Era bola ou búlica, tudo ou nada.

Depois de empatar na base do abafa, o gol sofrido em mais um falha na defesa parecia tirar o Flamengo da briga pelo título. Mas mesmo que fazendo uma partida medíocre, a equipe estava com um espírito diferente. Algo havia mudado.

Era a estrela de Vanderlei Luxemburgo brilhando. Seu pupilo, Botinelli, acerta dois magníficos chutes de longe, acabando com todas as previsões, com a toda a tática e com tudo que parecia certo nesse histórico Fla-Flu.

De desacreditado quanto ao título e quase em crise, o Fla passou a fortíssimo candidato ao caneco em 5 minutos.

Ninguém se importou com a horrenda atuação que a equipe teve. O que importa no momento é o tamanho da importância dessa vitória ao clube da Gávea, a moral que ganhará na competição. Se não deu na técnica, foi na raça, na vontade, até na sorte.

Tudo isso graças ao ímpeto de Luxa, que assim como na vitória contra o São Paulo, jogou sem medo de perder.

Já o Fluminense fez uma boa partida, porém Abel Braga estava muito mais preocupado em reclamar com a arbitragem, ao invés de fazer o Flu resistir à vontade rubro-negra em alguns momentos. Quando o Fla cresceu no jogo, o Tricolor se assustou, tremeu e assistiu o adversário jogar, mesmo não tendo um futebol de primeira qualidade.

O Flamengo, apesar de mostrar muitas deficiências, voltou com todas as forças à briga pelo título. O Fluminense se distanciou e agora vê a conquista como algo improvável.

Na hora dos erros, as críticas chegam sem parar aos treinadores. Mas quando eles acertam, merecem o elogio, o reconhecimento. Luxemburgo mudou a cara do Fla na partida. Afinal, sua função vai além de treinar a equipe durante a semana. Sua participação durante o jogo é essencial.

Quando no 11 contra 11 a coisa estava difícil, um 12º elemento resolveu fazer a diferença. E fez.

Vitória do Flamengo, graças à coragem de seu comandante. Parabéns Luxa.

09 outubro 2011

Bom para quem viu

Em São Januário, Botafogo e Bahia fizeram um excelente jogo. A partida foi equilibrada do início ao fim, com o Botafogo buscando a quase obrigatória vitória em casa contra um Bahia que jogou na essência do estilo Joel de ser, se fechando na defesa, com a busca pelo contra-ataque.
Faz falta. E como!


O Botafogo mostrou estar perdido em alguns momentos do jogo, muito por conta da ausência de Loco Abreu. Sem o uruguaio, a equipe não tem uma liderança dentro de campo.

O que é de extrema importância ao Alvinegro, já que uma banana na área técnica é tão eficiente quanto Caio Júnior. O fraco treinador não conseguir deixar nenhum time que treinou com a sua cara, com o seu estilo de jogo. Aliás, ele possui estilo próprio de jogo?

Não é o que parece. Em 2008, treinando o Flamengo, ele copiava claramente a formação de Vanderlei Luxemburgo, treinador do Palmeiras na época, não conseguindo levar o Rubro-Negro, com um dos melhores elencos do Brasil na época, para para a Libertadores.

Desde que o assumiu o Glorioso, Caio "Milhouse" Júnior não mudou nada em relação a como a equipe jogava na época de Joel Santana. O atual treinador tem a sorte de o Botafogo ter um elenco bom e homogêneo com jogadores em excelente fase como Cortês, Loco Abreu, Elkesson e Jéfferson. Se o elenco alvinegro fosse "mediano", a equipe dificilmente estaria entre os 10 primeiros.

Voltando a falar do jogo, o Bahia mostrou não tremer quando bate de frente com grandes. Mesmo com um a menos durante mais da metade do jogo, o Tricolor de Aço resistiu bravamente e foi buscar o empate logo depois da virada do Bota. Apesar de ainda estar brigando contra o rebaixamento, a distância já é de 7 pontos e o time está "tranquilo" no momento em relação à degola.

O Bahia não merece voltar à segundona. É um clube de massa, com história e tradição no nosso futebol. Aos poucos, o clube vai resgatando a paixão do torcedor, que nunca morreu.

Apesar de "se perder" em alguns momentos, o Bota mostrou um bom futebol, mostrou o porquê de estar na briga pelo título. Mas para que isso seja mais viável, é necessário que a torcida também apoie, compareça. O público de pouco mais de 5.000 pessoas hoje foi vergonhoso para uma equipe em 4º lugar na tabela faltando 11 rodadas.

Mas os poucos que foram, viram um Botafogo indo para cima a todo tempo contra um Bahia fechado, mas não covarde. Resultado: um ótimo jogo, equilibrado em todos os momentos, lances polêmicos e uma bola na trave no último minuto. Sim, deve ter valido a pena para os torcedores. Não muito para as equipes, que permanecem estacionadas em suas posições na tabela.

Quem viu, agradeceu. Quem jogou, nem tanto. Empate justo e injusto ao mesmo tempo. Bom para quem viu.

03 outubro 2011

E a covardia foi derrotada

Morumbi lotado, São Paulo na terceira colocação, estreia de Luís Fabiano. Cenário perfeito para o Tricolor paulista ir para cima do Flamengo. Só faltou avisarem para Adílson Batista.

Com um disfarçado esquema com três volantes, o treinador impediu que a equipe jogasse no primeiro tempo. Contra um Flamengo também com 3 volantes, também covarde, também previsível, o SPFC parecia se contentar em depender dos lampejos de Lucas.

Ao invés de colocar Dagoberto para avançar nas costas de Júnior César, principal arma rubro-negra no jogo, impedindo os avanços do lateral e aumentando as chances de contra ataque para o Tricolor, Adílson preferiu manter um estilo absolutamente igual ao adversário, tendo como referência Luís Fabiano, que estava visivelmente fora de ritmo.

Mesmo assim, a equipe paulista era melhor que a carioca. O Flamengo mostrava um futebol apático, característico das últimas rodadas, e dependia totalmente de Ronaldinho.

Até que o único sujeito do Tricolor que levava perigo, Lucas, foi expulso em duas faltas infantis. A tendência do jogo passava a mudar.

Luxemburgo resolveu ousar, algo que vinha faltando ao Fla. Sacou Aírton e pôs Diego Maurício, avançando o Rubro-Negro. E o que fez Adílson? Sacou Luís Fabiano para a entrada dele...Carlinhos Paraíba!

Com isso, sua equipe passava a jogar com 4 volantes, em casa e precisando da vitória.

 E depois de Rogério Ceni salvar o São Paulo em oitocentas e setenta e duas vezes, o Flamengo, querendo ganhar, conseguiu seu gol.

Foi a hora do juiz mostrar seu lado covarde. Após enxergar o que ninguém mais viu, o árbitro expulsou Willians, que já tinha amarelo, mas mal encostou em Carlinhos Paraíba. Estava "compensada" a expulsão de Lucas.

Com a nova igualdade numérica, Adílson se viu na obrigação quase contratual de avançar. Promoveu a entrada de Henrique e Rivaldo.

O São Paulo achou o empate com Dagoberto, que 2 minutos depois, só não foi expulso porque o árbitro foi covarde. O atacante praticamente chutou a perna de Rafael Galhardo e já tinha cartão amarelo.

Quando o jogo caminhava para o justo empate, o Flamengo achou seu gol com Renato. Por ironia do destino, Carlinhos Paraíba desviou a bola, tirando de Rogério Ceni. A bola pune, meu caro Adílson.

Resultado para instalar a crise no Tricolor Paulista, que não vence a três rodadas e recolocar o Fla na briga pelo título. Por mais que não tenha feito uma partida convincente, esse vitória traz de volta a confiança ao Rubro-Negro carioca na briga pelo título.

Acredito que a vitória seria impossível caso Adílson Batista fosse o técnico rubro-negro. A equipe só venceu por causa dos minutos em que resolveu jogar buscando o resultado. Coincidentemente, os mesmo minutos em que o São Paulo resolveu abdicar da vitória. Não fosse a ousadia de Vanderlei Luxemburgo, o resultado para o Flamengo dificilmente seria positivo.

Para que o futebol feio não seja criticado, é preciso que se tenha resultado. Mas desse jeito fica difícil né Seu Adílson?

O Tricolor foi absolutamente covarde em todo o jogo. O Rubro-Negro, nem tanto. Para não perder para o fraco São Paulo, bastava que o Fla não perdesse para si mesmo. E o time não jogou tão mal a esse ponto.

Jogou para o gasto. Vitória para o gasto. Três pontos preciosos e astral renovado no Campeonato Brasileiro.

25 setembro 2011

Quem é o verdadeiro culpado?

Tudo ia bem na Arena da Baixada na gelada noite deste sábado. O Furacão vencia o Fluminense por 1 x 0, não saía da zona de rebaixamento, mas respirava um pouco mais aliviado com a vitória.

Até que aos 45 minutos da etapa final, Lanzini se atira caradepaumente na área. O árbitro Wagner Reway não hesitou e marcou pênalti. Fred converteu, empatou para o Flu e deu início à revolta na Arena da Baixada.                                               

Parecia que o árbitro era o culpado por toda a campanha medíocre do Atlético Paranaense no campeonato.

Também sou apaixonado por futebol, entendo a "cegueira" que isso causa. Também entendo a revolta, a raiva dos atleticanos. Só não consigo entender o porquê de nunca colarem a culpa nos jogadores. Os culpados sempre são os juízes, os técnicos, os dirigentes e todos que não entram em campo.

Totalmente dispensável a declaração do presidente do conselho deliberativo do clube, que disse que toda rodada é assim, que sempre o Rubro-Negro é prejudicado. É a mesma ladainha de todos os times em mau momento.

O Atlético Paranaense pode não ser um dos gigantes do Brasil, mas não é time pequeno. É acompanhado pela mídia toda rodada, e o que vemos não é a arbitragem prejudicando. Vemos que o Furacão vai tropeçando em suas próprias pernas e chegando cada vez mais próximo do rebaixamento.

E não é azar de campanha ruim em um só ano. Desde o título brasileiro de 2001, excetuando o os Brasileirões de 2004 e 2010, a equipe vem sempre flertando com a zona da degola. Parece que salvação de rebaixamento é motivo de comemoração.

Ou seja, o menos culpado disso tudo é a arbitragem, que também erra, mas não chega a comprometer uma campanha.

O primeiro passo para o Atlético subir de produção é culpar quem merece.

A atitude da torcida ontem foi compreensiva devido ao mau momento, porém muito equivocada. Merece punição sim.

22 setembro 2011

Mesma Rotina

Sem vencer a nove jogos, nada restava ao Flamengo, a não ser buscar a vitória. Abraçado com a zona de rebaixamento, também não restava outra coisa para o Atlético-MG.

Porém, Fla e Galo fizeram uma legítima "pelada" em Sete Lagoas. O Rubro-Negro achou mais uma vez que futebol é jogado apenas 15 minutos. O time mineiro esqueceu que nesses 15 minutos, o adversário joga.

Assim como no jogo contra o Botafogo, o Flamengo jogou 15 minutos de bonde sem freio e 75 parado na esquina. Mais uma vez, a equipe dependeu de lampejos de Ronaldinho Gaúcho para se salvar. Talvez seja essa a razão de a equipe não ter jogado absolutamente nada no primeiro tempo.

O jogo começou com domínio do Atlético. Aproveitando os já conhecidos erros defensivos da equipe carioca, o Alvinegro de Minas foi para cima do adversário. Porém, suas limitações também são conhecidas. O time não criou nenhuma jogada e teve apenas a posse de bola no ataque, sem ameaçar com propriedade.

Ronaldinho, assim como todo o time do Flamengo, estava perdido. Réver o parou na primeira etapa.

O segundo tempo veio e com 5 minutos, o Galo abriu o placar. Na verdade, achou um gol, pois como já disse, o futebol mostrado era de pelada. Depois disso, quem quase não aparecia, sumiu de vez.

O Flamengo começou a ditar o ritmo do jogo, também com futebol de peladeiro. Na base do abafa, conseguiu o empate com gol de Ronaldinho, que parece ter buscado de volta seu futebol no vestiário no intervalo.

Foram 15 minutos de pressão Rubro-Negra, também sem armar jogadas, na base do abafa. Depois, a equipe novamente sumiu, o Galo permaneceu sumido e o jogo permaneceu na rotina que as duas equipes estão vivendo nas últimas rodadas. Futebol fraco, resultados ruins, e torcida impaciente.

Ao Fla, resta pôr na cabeça que futebol se joga durante 90 minutos, não só em 15. Ao Galo, resta pôr na cabeça que futebol simplesmente se joga. A torcida não aguenta mais essa ladainha de elenco bom e conjunto péssimo. É essa a tônica do Galo mineiro nos últimos anos.

O Atlético Mineiro permaneceu na zona, o Flamengo se manteve estacionado na tabela.

Num jogo onde os dois jogaram para não perder, ambos saíram derrotados.

18 setembro 2011

Vitória com cheiro de título

É normal o segundo colocado golear, em casa, uma equipe que foge da zona de rebaixamento. Golear com o estádio lotado, atuação fora do normal do camisa 10, mostrando um brilho fora do comum, nem tanto. O Vasco, com a brilhante e até surpreendente vitória por 4 x 0 diante do Grêmio, mostra sua cara de campeão, algo que anda em falta neste campeonato.  

O primeiro gol aos três minutos já dava a ideia de que esta noite de sábado era vascaína. Porém, do outro lado estava o Grêmio, o imortal Tricolor gaúcho, que não se entrega e não se abate por nada. Ao sofrer o golpe inicial, o Tricolor resolveu correr atrás do prejuízo, impôs à equipe cruzmaltina 10 minutos de pressão em São Januário e por pouco não chegou ao empate.

O Grêmio não foi mal na partida. Foi muito mais uma vitória do Vasco do que uma derrota gremista. O Tricolor fez até além do feijão com arroz para uma equipe que enfrenta um favorito ao título fora de casa. O problema foi ter como adversário o Vasco em seu jogo mais inspirado no ano de 2011.

Vendo o jogo, não consegui notar algo que a equipe tenha feito de errado. Foi uma atuação perfeita técnica e taticamente, perfeita de Fernando Prass até Élton. Diego Souza jogou uma barbaridade, Rômulo mostrou o porquê de ter ido à Seleção, a zaga mostrou a segurança de sempre e Éder Luís reencontrou o futebol que parecia ter esquecido na Copa do Brasil.

Deitado em sua cama no hospital, Ricardo Gomes deve ter se sentido orgulhoso, com o dever cumprido. Caso infelizmente ele abandone a carreira do treinador, ele terá encerrado sua carreira com o melhor trabalho que já fez. Assumiu o Vasco no fundo do poço, mudou o time para melhor em todos os aspectos, deu o título da Copa do Brasil e, caso a equipe tenha atuações parecidas a cada três rodadas, dará também o pentacampeonato brasileiro ao clube da colina.

Hoje, o Vasco mostrou o estava faltando neste Brasileirão. A vontade de chegar ao título. Foi uma vitória para marcar campanha, quem sabe marcar o ano.

Se a vontade de ganhar irá permanecer pelas próximas rodadas, não se sabe. O certo é que hoje o Vasco mostrou um brilho fora do contexto, algo realmente diferente. Algo que possa ser explicado talvez em dezembro, com a taça de campeão exposta na sala de troféus de São Januário.