09 maio 2017

Segue o jogo, a vida, a Chape


Não são os mesmos. Não tem Danilo, Rangel, Kempes, Ananias. Não há mais Caio Júnior, nem aquele time tão arrumado que muito aprontou e nos divertiu enquanto carne e osso.

Tu construías uma história tão linda em 2016, Chapecoense. Independente do resultado daquela final contra os colombianos, seriam tão doces as lembranças, fossem do heroísmo do título ou do esforço resultando num dos vices mais honrosos da história recente.

Você queria, nós queríamos, todos queriam. A vida não quis. E quem somos nós pra contestar desejos e propósitos dela?

É difícil, doloroso, mas a única alternativa que nos resta é aceitar, por mais inadmissível que seja. Segue o jogo, segue ela, a vida. Somos pequenos, minúsculos perante o destino. Somos um mero pedaço de verso registrados em alguma página do interminável livro de orbe.

Nessa mesma proporção, tu, Chape, és gigante perante as adversidades. Já havias provado isso quando de frente aos desafios campais, resumindo-se ao universo do tapete verde. E menos de 6 meses depois de tudo aquilo que passaste, aí estás tu, erguida, imponente, campeã.

Não é o Danilo, é o Arthur. É o Rossi, é o Wellington, o Luís, o Wágner. É a sua camisa, eterna, viva, forte. É a sua história, gradativamente encantadora e acolhedora de simpatia.

Dizer 'Força, Chape' é como pedir gols ao Pelé, cestas ao Jordan, sucesso à Madonna. É o dom de cada um, quando se tem a certeza que verás o que desejou. O seu dom é a força.

A vida continua, você também. Sabe-se lá os motivos para ter aprontado aquilo, mas agora ela quer se desculpar. Sorria, agradeça-a, vista com orgulho essa faixa e chegue a Medellin com mais uma conquista em suas lembranças.

Você permanece campeã, agora bi, dando sequência àquilo alcançado por aqueles anjos. Hoje há baile nos céus, heróis de manto verde e asa branca em festa. 

A aldeia vos nina, a nação vos apadrinha. Condá sorri. Qual seja o plano, há Chape a saudar. 

Qual seja a Chape, há vida a abraçar.

Twitter: @_LeoLealC