30 setembro 2013

Contagem regressiva


Chega.

O Botafogo tinha Bahia e Ponte em casa. O Cruzeiro, Timão e Inter fora. E essa era nossa esperança para um mínimo de emoção na disputa do título.

Ela se foi.

A Raposa, melhor, agora faz questão de expor sua superioridade, escondida pelo Glorioso durante um tempo.

Dessa vez, o Bota a garantiu.

As duas rodadas que acirrariam de novo a briga pela liderança só serviram pra aumentar a diferença.

Se os 7 se transformariam em 1, viraram 11.

Se o Cruzeiro era o favorito, agora é o campeão.

Já?

Já.

Ruim pro campeonato? Claro.

E daí? Ótimo pra eles, e é isso que importa.

Ou você, cruzeirense, vai achar os pontos corridos chatos por ter sido campeão com não sei quantas rodadas de diferença?

Não. Vai rir, se divertir.

O Brasil se pinta de azul. Falta só o acabamento.

A taça é sua, Raposa.

Só resta levantá-la.

@_LeoLealC

26 setembro 2013

Continua...

O Botafogo, nessa repentina fase ruim, era uma incógnita. O Flamengo, vivendo esse surto interminável de horrores, era quase uma certeza de fracasso, ainda mais sem Elias.

Como esse time do Rubro-Negro só funciona na base da porrada, ontem deu liga, dominou o primeiro tempo e surpreendeu todos, principalmente o Bota.

O Alvinegro tem uma equipe melhor, que não deu certo na 1ª etapa por ingenuidade. Com a inteligência de Oswaldo, foi melhor na segunda.

O Fla teve uma atuação satisfatória. Aceitável, no mínimo. Léo Moura, mesmo não sendo o de 5 anos atrás, faz uma diferença enorme, tanto pela experiência, quanto por deixar Luiz Antônio jogar em sua real posição. Somando à primeira atuação lúcida de Carlos Eduardo (devida à lucidez de Jayme ao colocá-lo pela esquerda) e à rara ocasião que foi João Paulo render ofensivamente, foi algo que, enfim, deu certo.

O que com Elias ainda pode melhorar, dá pelo menos uma esperança ao torcedor.

O Bota, que assistiu ao adversário jogar na primeira etapa por "ignorância" e surpresa, voltou significativamente melhor depois do intervalo pelo bom senso de Oswaldo.

Se Seedorf não vem fazendo a diferença como fazia, então recue-o e o deixe apenas distribuindo a bola e iniciando as jogadas, coisa que ele nunca vai desaprender. Se o Flamengo vinha tendo terreno e tempo pra raciocinar, adiante a marcação, diminua o espaço e não o deixe pensar. Sem espaço, o Rubro-Negro é um time desesperado.

Um tempo de cada, jogo igual e ninguém sai no prejuízo.

O flamenguista, que temia uma catástrofe, sai satisfeito com a evolução, a esperança e até com o resultado.

O alvinegro, após o primeiro tempo horrendo, viu que caso seu time pense e ponha a bola no chão, pode voltar a ser o de 3 semanas atrás.

Se o 2º jogo fosse semana que vem, teríamos dois times iguais para o confronto, por mais que os nomes e o padrão tático alvinegro sugiram uma superioridade.

Como um ser, que nem deve assistir futebol, elaborou esse calendário magnífico, com intervalo de um mês entre os dois jogos, não há como prever absolutamente nada.

O Flamengo pode reagir no Brasileiro, ou se afundar de vez entre os últimos. O Botafogo pode se reaproximar do Cruzeiro ou correr risco de sair do G4.

O Bota é melhor, mas o que decide num mata-mata, muitas vezes, são os detalhes.

E isso torna os dois iguais.

A primeira parte nada decidiu.

Fica pra daqui a um mês.

Parabéns, "jênio" da CBF.

@_LeoLealC

23 setembro 2013

Sim, é verdade

A diferença de 7 pontos era mentira. Nilton acertar um chute daqueles, também, assim como Seedorf ter uma atuação horrenda como aquela. 

Quarta-feira, o placar mentiu. O 3 x 0 foi um exagero que surgiu por detalhes. Se o pênalti do holândes entra, a história seria outra. Não entrou e estragou tudo no lado do Botafogo, que é o time que mais depende do lado psicológico no Brasil.

No futebol, porém, uma provável ilusão pode também constatar.

A "mentira" do placar mostrou que o Cruzeiro está mais preparado e merece, sim, essa distância pro Bota.

A "mentira" no gol de Nilton coroa a fase sensacional que vive o volante, um dos melhores da equipe na competição.

A "mentira" na atuação de Seedorf já não existe mais. Há pelo menos 11 jogos, ele vem sendo peça nula no Alvinegro.

Até julho, os holofotes eram todos do Galo. Por incrível que pareça, foi ótimo para a Raposa, que quieta, na dela, montou um time altamente competitivo e bem armado, que hoje colhe os frutos.

Ontem, antes dos jogos, não vi ninguém convicto da vitória alvinegra, que era obrigação, mas vi muitos acreditando na vitória azul, que contra o Corinthians, no Pacaembu, era lucro.

A diferença, que esperavam diminuir pra no minímo 5, subiu pra 8.

E se Éverton Ribeiro, Borges, Goulart, Ceará e Nilton eram dúvidas, hoje são certezas.

Se eram mentiras, agora são verdades.

A superioridade azul, antes posta em xeque, agora é unânime.

O Cruzeiro é melhor, mais preparado e merece.

O Bota tem time pra brigar pelo título, o Cruzeiro, pra ser campeão.

Essa é a real diferença, exposta na tabela e no campo.

E não, não é mentira.

@_LeoLealC

18 setembro 2013

A palavra é sua, Rica


Sou ruim de bola, mas sempre quis viver do futebol de algum jeito e por isso, escolhi o jornalismo esportivo.

Se eu quero ser jornalista pra falar de futebol, é óbvio que não pretendo ser um coxinha de terno que acha que arquibancada é igreja, dá chilique quando ouve ou lê algum palavrão e preza pela leitecomperisse nas opiniões.

E é por isso que eu sou fã desse cara (odiar a Argentina também contribui) e vou em sua palestra.

Palestra não, é um termo muito sério. E como ele diz, "a vida não tem que ser profissional, e sim gostosa".

Eu vou é bater um papo com Rica Perrone. Algo descontraído, com mais algumas pessoas, numa sala pequena onde ele vai mostrar sua visão sobre futebol e jornalismo como um torcedor, enfatizando paixão. Sem números, planilhas ou qualquer coisa que te faça dormir com 30 minutos.

Depois, a galera ainda assistirá a Botafogo x Fluminense com cerveja, refrigerante e petiscos, tudo na conta dele.

Uma ideia da Neo Trip com a Liga Experimental, que já promovem esses encontros em outras áreas e funcionam.

Este, com o Rica, também tem tudo para dar certo.

Se você cursa jornalismo, pensa em cursar ou simplesmente ama futebol, vale a pena fazer como eu e chegar lá em Santa Teresa, no dia 02 de outubro, às 18:30.

Mas corra, as vagas são limitadas.

Para fazer sua inscrição, ligue (21) 3233-0412 ou envie um e-mail para contato@neotripbrasil.com.

O preço é R$ 250,00.

Gostou da ideia? Chega junto!

Só não ligue pra UOL procurando o cara. Ele rasga sua ficha.

@_LeoLealC

13 setembro 2013

Falta de... bom senso

Semana passada, Valdívia sofreu uma das punições mais esdrúxulas da história do futebol. Sua "conduta anti-ética" foi forçar o terceiro amarelo enquanto seu time ganhava, já que na rodada seguinte desfalcaria a equipe por estar em sua seleção.

Punição merecia a CBF por elaborar tão mal um calendário e fazer com que um clube seja "advertido" por ter um atleta selecionável.

Valdívia fez o que muitos fazem e não assumem. Ele assumiu. Então, prato cheio para a mídia leite-com-pera azucrinar e o STJD, que mais parece uma coordenação pedagógica de creche particular, dar seu show de hipocrisia.

Em outras palavras, ele foi punido por ter sido punido (?).

Eles, que nunca jogaram bola na vida e muito mal foram a um estádio na arquibancada, disseram que foi desrespeitoso, anti-ético. Eu digo que é válido, que é apenas uso de uma brecha no regulamento e um ótimo protesto contra esse calendário mal feito.

Ontem, Elias fez o mesmo. Depois do técnico deixar claro que o pouparia do próximo jogo, ele forçou o 3° cartão também fazendo cera. E também como o chileno, disse ter feito o que todos fazem e não falam.

E de novo, vem o papo leitecomperista de punir o rapaz.

O que eles queriam? Seria mais "ético" se os dois levassem o cartão por machucarem alguém?

Por que a maioria das agressões em campo passam batidas no tribunal? É realmente mais grave se aproveitar de uma suspensão?

Os dois tiveram atitudes passíveis de amarelo. O juiz fez seu trabalho e aplicou o cartão. Ponto.

Valdívia e Elias foram cumprir suspensão quando naturalmente desfalcariam suas equipes. E não cabe a um procurador escolher quando eles devem ficar de fora.

Um já foi punido e o outro provavelmente será. Por quê?

Porque os senhores de terno e gravata querem que jogadores de futebol ajam como se estivessem aprovando leis no plenário ou se apresentando num musical da Broadway.

Valdívia não merecia, Elias não merece.

O futebol não merece.

A hipocrisia sai na frente. O bom senso, coitado, é esquecido.

Vencem o terno, o papel, a caneta e a babaquice.

Perde o futebol.

Menos artigos e mais bola, por favor.

@_LeoLealC

12 setembro 2013

Ainda lá em cima?


Começa o campeonato e Fellype Gabriel, um dos mais importantes da equipe, vai embora.

"É, agora complicou. Já era."

Aí vem Vitinho, que em dois tempos evolui de promessa pra realidade.

"Ah não, uma hora vai cair. O elenco é fraco."

Então, Vitinho se vai.

"Viu, não disse? Agora acabou, vamos de vala".

Eis que da Baixada Fluminense surge um menino.

"Hyuri? Oi? Pra quê o H? Quem é? Quem trouxe? Então quer dizer que o substituto do Vitinho vem do AUDAX?"

O menino estreia, pega a bola, dribla o zagueiro, o lateral, o juiz, o gandula e presenteia 6 mil leais torcedores com o gol mais bonito do novo Maraca.

"Não sei, não confio nesse time. Quando tudo estiver ganho, vamos tomar um gol no final e nos decepcionar. O G4 é lucro."

E no final do jogo seguinte, com um voleio improvável, vindo de quem não sustenta técnica pra isso, vem mais uma vitória e a distância pro líder é mantida.

Hoje, 0 x 0, 40 do segundo tempo e o líder a aumentava.

"É, já esperava. Como disse, o G4 é lucro."

44 minutos. O mais contestado do time acerta um passe trigonométrico e o menino, mais uma vez, faz um golaço.

"Bom, vamos embora logo... GOL! GOLAÇO! HYURI! TU JOGA MUITO, MOLEQUE!"

E o Vitinho? E a desconfiança?

"Hã? Quem?"

E o Botafogo?

Esse aí, pergunta pra tabela.

"Mas eu conheço o Fogão. Cavalo Paraguaio, uma hora vai desandar. Já sabemos como é".

Pois bem. Já chegamos à 20ª rodada e o "cavalo paraguaio" resiste. 

Sabemos mesmo como é?

Eu ainda não.

@_LeoLealC

02 setembro 2013

Parabéns, Timão!


Pelo aniversário, pela história, pelo jogo.

No seu centenário, eu tinha apenas 15 anos, não tinha o blog e logo não pude lhe homenagear. O 103° aniversário não tem o mesmo simbolismo, mas hoje cabe a lembrança.

Para comemorar, Pacaembu, de novo, lotado. A Fiel é seu presente de cada dia, Corinthians. Ela não vai pra ver você jogar, e sim para lhe ajudar a ganhar.

Porque para o corintiano não existe mais nada no mundo. Aliás, o mundo dele é você, Timão. 

A Fiel não torce por você, Corinthians, ela vive por você. E por isso, só por isso, ela não te abandonou quando você esteve 22 anos sem dar alegrias e foi a maior média de público no Brasil quando você esteve na Série B.

Sem alegrias, quem disse?

Para ela, alegria é a paixão, é a satisfação em ver 11 sujeitos vestindo aquela camisa branca, é a devoção que criou por São Jorge, mesmo os que não acreditavam em santos.

Alegria pra ela é você, Timão, não precisa mais nada.

Ela te acompanha no céu e no inferno, sempre achando estar no paraíso por estar com você, Corinthians.

Hoje ela foi seu presente, de novo. E com o Pacaembu lotado, aconteceu o natural.

Uma atuação digna da data, e dane-se se foi contra a fragilíssima equipe do Fla. Era dia de festa.

A Fiel correspondeu, de novo, e o Timão retribuiu. O que anos atrás era heroico, mas nos últimos vai virando costume, numa deliciosa troca de favores.

A Fiel merece, o Corinthians merece.

Parabéns, Timão! 103 anos de uma história colossal.

Parabéns, Fiel. Há 103 primaveras você começava a fazer do Corinthians esse gigante que é hoje.

Que é hoje em dia, que foi nesta tarde de domingo.

@_LeoLealC