08 março 2016

Feliz 2016


Num campeonato de extremo baixo nível onde, na primeira fase, 6 dos 8 adversários eram nível Série D para baixo e metade do grupo se classificava, o Fluminense conseguiu o feito de ter uma possibilidade real de eliminação precoce.

Estadual não é parâmetro, ok. Mas perder dois clássicos da forma como aconteceu, terminar atrás do Boavista e correr o risco de ser ultrapassado por Bangu e Cabofriense mostra, no mínimo, que a temporada tricolor ainda não se iniciou. E que, consequentemente, a equipe está atrasada em relação às outras.

Um time com Fred, Cícero, Cavalieri, Wellington Silva, Henrique, Scarpa, Marcos Jr, Diego Souza e Osvaldo, nas mãos de um comandante que saiba o que esteja fazendo, pode brigar até por G4 no Brasileirão. Porém, entregue a um enganador - faço mea-culpa. pois também fui enganado -, passaria mais um ano na lama da mediocridade, dependendo do talento individual para obter surtos de eficiência.

Lembra aquela coisa linda que foi a atuação contra o Cruzeiro? Exceção, como exemplo destes surtos.

Agora chega Levir, alguém de competência comprovada. que não é só uma promessa agraciada por um trabalho em time médio. Para iniciar do zero algo que por pouco não chegou ao negativo e, quem sabe, tornar a eficiência uma rotina.

Não é uma certeza. Se fosse, estaria ali desde janeiro. Mas tem material pra isso.

O Flu não tem time para passar por um início de ano tão constranger. Mas está vivo na Primeira Liga e, aos trancos e barrancos, entra na Taça Guanabara sem qualquer desvantagem em regulamento. Ela existe apenas no trabalho.

A classificação entre os oito do Carioca dependeu de Magno Alves para ser salva. Normal, se estivéssemos em 1999.

Mas se isso acontece em 2016, é porque tem algo de errado.

É melhor mudar, com dois meses, todo um planejamento que claramente daria errado do que mantê-lo passivamente e passar por um ano medíocre.

A pré-temporada tricolor, na verdade, se inicia agora. O que se viu em fevereiro foi uma continuação do sonolento 2015.

E a coletiva de apresentação de Levir Culpi é o Revellión tão esperado.

Aquele que você não tem qualquer certeza de prosperidade, mas pelo menos renova as esperanças.

@_LeoLealC

03 março 2016

Mais uma vez, como nunca. O Corinthians de Tite


Vinte minutos,  primeiro tempo. Giovanni Augusto domina a bola na intermediária de defesa para dar início a um contra-ataque, aproveitando um dos raros momentos em que a defesa do Santa Fé estava exposta. Ele olha para um lado, vira pro outro... Ninguém.

Até que ele para, gira e recua pra Guilherme, que dá em Rodriguinho, que tenta o passe pra Lucca, já com o sistema defensivo adversário recomposto.

Em 2015, essa jogada aconteceria com Elias, Jádson, Renato Augusto e Malcom. E, provavelmente, não haveria como os colombianos voltarem a tempo. Só que hoje, um está machucado até Deus sabe quando e os outros três não vestem mais a mesma camisa.

O Corinthians se fragilizou em peças, bastante. E é isso que valoriza ainda mais a importantíssima vitória desta quarta. Apesar da insuficiência plástica destes 90 minutos e da obrigação de se vencer em casa numa Libertadores, bater o campeão da Sulamericana sendo, apesar de tudo, superior, é algo a se celebrar.

Agora são 6 pontos que dão a tranquilidade necessária para que a equipe não transforme o jogo contra o Cerro em uma decisão. Sabemos como é jogar fora de casa em Libertadores, portanto, entendemos que perder como visitante, principalmente para um adversário tradicional, acontece.

Pode acontecer. Mas com essa gordura adquirida e os 5 pontos de vantagem pro terceiro colocado, a hipotética derrota seria apenas um tropeço, não uma tragédia.

Sou um fã assumido desse tal de Adenor e considero-o como o principal responsável por essa década gloriosa do Timão. Sua capacidade em extrair o melhor do que tem nas mãos deu um Mundial, uma Libertadores, dois Brasileiros e uma Recopa ao clube em 5 anos.

Claro, Tite possuía elencos melhores do que tem agora. Mas quando perdeu meio time no início do Brasileirão passado, difícil era encontrar previsão até de G4 para sua equipe. De um esboço de pedra, ele fez uma mina de ouro e sobrou no campeonato.

O time de hoje, embora não seja ruim, não tem material humano para se garantir, só pelos nomes, favorito no que disputar. Mas na mão de Tite, se torna candidato.

E dele, aprendi a não duvidar.

Mais do que 2011, 2012 e 2015, o Corinthians depende de seu técnico.

Se ele fará milagre, não se sabe. Mas que este time será bastante competitivo, tenho certeza.

E dentro do cenário oferecido, o início do Timão na Libertadores foi perfeito.

@_LeoLealC

Foto: Daniel Augusto Jr./Agência Corinthians