25 setembro 2011

Quem é o verdadeiro culpado?

Tudo ia bem na Arena da Baixada na gelada noite deste sábado. O Furacão vencia o Fluminense por 1 x 0, não saía da zona de rebaixamento, mas respirava um pouco mais aliviado com a vitória.

Até que aos 45 minutos da etapa final, Lanzini se atira caradepaumente na área. O árbitro Wagner Reway não hesitou e marcou pênalti. Fred converteu, empatou para o Flu e deu início à revolta na Arena da Baixada.                                               

Parecia que o árbitro era o culpado por toda a campanha medíocre do Atlético Paranaense no campeonato.

Também sou apaixonado por futebol, entendo a "cegueira" que isso causa. Também entendo a revolta, a raiva dos atleticanos. Só não consigo entender o porquê de nunca colarem a culpa nos jogadores. Os culpados sempre são os juízes, os técnicos, os dirigentes e todos que não entram em campo.

Totalmente dispensável a declaração do presidente do conselho deliberativo do clube, que disse que toda rodada é assim, que sempre o Rubro-Negro é prejudicado. É a mesma ladainha de todos os times em mau momento.

O Atlético Paranaense pode não ser um dos gigantes do Brasil, mas não é time pequeno. É acompanhado pela mídia toda rodada, e o que vemos não é a arbitragem prejudicando. Vemos que o Furacão vai tropeçando em suas próprias pernas e chegando cada vez mais próximo do rebaixamento.

E não é azar de campanha ruim em um só ano. Desde o título brasileiro de 2001, excetuando o os Brasileirões de 2004 e 2010, a equipe vem sempre flertando com a zona da degola. Parece que salvação de rebaixamento é motivo de comemoração.

Ou seja, o menos culpado disso tudo é a arbitragem, que também erra, mas não chega a comprometer uma campanha.

O primeiro passo para o Atlético subir de produção é culpar quem merece.

A atitude da torcida ontem foi compreensiva devido ao mau momento, porém muito equivocada. Merece punição sim.

22 setembro 2011

Mesma Rotina

Sem vencer a nove jogos, nada restava ao Flamengo, a não ser buscar a vitória. Abraçado com a zona de rebaixamento, também não restava outra coisa para o Atlético-MG.

Porém, Fla e Galo fizeram uma legítima "pelada" em Sete Lagoas. O Rubro-Negro achou mais uma vez que futebol é jogado apenas 15 minutos. O time mineiro esqueceu que nesses 15 minutos, o adversário joga.

Assim como no jogo contra o Botafogo, o Flamengo jogou 15 minutos de bonde sem freio e 75 parado na esquina. Mais uma vez, a equipe dependeu de lampejos de Ronaldinho Gaúcho para se salvar. Talvez seja essa a razão de a equipe não ter jogado absolutamente nada no primeiro tempo.

O jogo começou com domínio do Atlético. Aproveitando os já conhecidos erros defensivos da equipe carioca, o Alvinegro de Minas foi para cima do adversário. Porém, suas limitações também são conhecidas. O time não criou nenhuma jogada e teve apenas a posse de bola no ataque, sem ameaçar com propriedade.

Ronaldinho, assim como todo o time do Flamengo, estava perdido. Réver o parou na primeira etapa.

O segundo tempo veio e com 5 minutos, o Galo abriu o placar. Na verdade, achou um gol, pois como já disse, o futebol mostrado era de pelada. Depois disso, quem quase não aparecia, sumiu de vez.

O Flamengo começou a ditar o ritmo do jogo, também com futebol de peladeiro. Na base do abafa, conseguiu o empate com gol de Ronaldinho, que parece ter buscado de volta seu futebol no vestiário no intervalo.

Foram 15 minutos de pressão Rubro-Negra, também sem armar jogadas, na base do abafa. Depois, a equipe novamente sumiu, o Galo permaneceu sumido e o jogo permaneceu na rotina que as duas equipes estão vivendo nas últimas rodadas. Futebol fraco, resultados ruins, e torcida impaciente.

Ao Fla, resta pôr na cabeça que futebol se joga durante 90 minutos, não só em 15. Ao Galo, resta pôr na cabeça que futebol simplesmente se joga. A torcida não aguenta mais essa ladainha de elenco bom e conjunto péssimo. É essa a tônica do Galo mineiro nos últimos anos.

O Atlético Mineiro permaneceu na zona, o Flamengo se manteve estacionado na tabela.

Num jogo onde os dois jogaram para não perder, ambos saíram derrotados.

18 setembro 2011

Vitória com cheiro de título

É normal o segundo colocado golear, em casa, uma equipe que foge da zona de rebaixamento. Golear com o estádio lotado, atuação fora do normal do camisa 10, mostrando um brilho fora do comum, nem tanto. O Vasco, com a brilhante e até surpreendente vitória por 4 x 0 diante do Grêmio, mostra sua cara de campeão, algo que anda em falta neste campeonato.  

O primeiro gol aos três minutos já dava a ideia de que esta noite de sábado era vascaína. Porém, do outro lado estava o Grêmio, o imortal Tricolor gaúcho, que não se entrega e não se abate por nada. Ao sofrer o golpe inicial, o Tricolor resolveu correr atrás do prejuízo, impôs à equipe cruzmaltina 10 minutos de pressão em São Januário e por pouco não chegou ao empate.

O Grêmio não foi mal na partida. Foi muito mais uma vitória do Vasco do que uma derrota gremista. O Tricolor fez até além do feijão com arroz para uma equipe que enfrenta um favorito ao título fora de casa. O problema foi ter como adversário o Vasco em seu jogo mais inspirado no ano de 2011.

Vendo o jogo, não consegui notar algo que a equipe tenha feito de errado. Foi uma atuação perfeita técnica e taticamente, perfeita de Fernando Prass até Élton. Diego Souza jogou uma barbaridade, Rômulo mostrou o porquê de ter ido à Seleção, a zaga mostrou a segurança de sempre e Éder Luís reencontrou o futebol que parecia ter esquecido na Copa do Brasil.

Deitado em sua cama no hospital, Ricardo Gomes deve ter se sentido orgulhoso, com o dever cumprido. Caso infelizmente ele abandone a carreira do treinador, ele terá encerrado sua carreira com o melhor trabalho que já fez. Assumiu o Vasco no fundo do poço, mudou o time para melhor em todos os aspectos, deu o título da Copa do Brasil e, caso a equipe tenha atuações parecidas a cada três rodadas, dará também o pentacampeonato brasileiro ao clube da colina.

Hoje, o Vasco mostrou o estava faltando neste Brasileirão. A vontade de chegar ao título. Foi uma vitória para marcar campanha, quem sabe marcar o ano.

Se a vontade de ganhar irá permanecer pelas próximas rodadas, não se sabe. O certo é que hoje o Vasco mostrou um brilho fora do contexto, algo realmente diferente. Algo que possa ser explicado talvez em dezembro, com a taça de campeão exposta na sala de troféus de São Januário.

17 setembro 2011

Alguém quer ganhar o Brasileirão?

Concordo que o BR-11 está sendo o mais disputado de era dos pontos corridos. Tudo bem, ok. Mas a falta de vontade dos times que estão brigando na parte de cima de vencer o campeonato chegar a enjoar, desanimar, irritar.

O Corinthians vem pedindo, implorando para deixar a liderança. Campanha extremamente irregular nas últimas 10 rodadas. Campanha de quem não quer ser campeão.

Mas quem falou que o São Paulo quer? E o Vasco que finge que vai, mas não vai? E o Botafogo tomando de 5 de um time que faz campanha mediana? E o Flamengo que nem sabe mais o que faz no campeonato?

Até o momento, quem mais vem demonstrando vontade de ser campeão é o Fluminense. É o único que vem vencendo grandes e pequenos, tendo campanha regular ao menos no segundo turno. Regularidade que demorou muito para chegar, atrasando demais o Tricolor, que há 5 rodadas atrás não enxergava nem G4.

Fica a esperança de que a vontade tricolor não acabe. Afinal, é difícil estar com a mesma motivação 38 rodadas sabendo que não há final e cada jogo tem a mesma importância.

É o que acontece com o Flamengo. Depois da liderança, da invencibilidade e do surreal sonho do hepta invicto, o Rubro-Negro chegou a 8 partidas sem vencer, sendo 4 derrotas consecutivas e caiu para a sexta colocação.

Antes do início da competição, todos colocavam Santos e Cruzeiro entre os favoritos. Entretanto, as equipes esqueceram o futebol bonito que apresentavam, dependem única e exclusivamente dos lampejos de Neymar e Montillo, fazem campanha muito aquém do que era esperado e no momento não veem o título como uma coisa possível.

Concordo que, como todos os ícones da mídia, estou sendo chato e implicante em relação ao Brasileirão. Quando vemos os campeonatos europeus tendo no máximo 3 equipes brigando pelo título, criticamos. Mas quando vemos o Campeonato Brasileiro, disputado, emocionante, eletrizante, também reclamamos! Sim, isso é chato.

No entanto, sempre bato na mesma tecla de que não há campeonato mais disputado e equilibrado que o nosos bom e velho Brasileirão. Não estou exijindo emoção, até porque isso nós temos de sobra. Quero apenas motivação, vontade de ganhar.

Quero apenas a valorização que nosso futebol merece, só isso. É muito?

10 setembro 2011

Existe resposta melhor?

"A bola pune"
Todos sabem e todos que viram como começou e terminou o tão esperado confronto entre Corinthians e Flamengo. O Timão massacrou, trucidou, destruiu o Fla. O placar de 2 x 1 não condiz nem de perto com o que foi o jogo. Todos viram que se não fossem as intervenções de Felipe no gol Rubro-Negro, o Corinthians aplicaria uma goleada histórica.

Assim, não perderei meu tempo em falar do jogo. Falarei apenas do destaque negativo da partida, que no final da partida virou positivo.

O Flamengo, jogando um futebol descaradamente ridículo, vencia por 1 x 0 no Pacaembu. Em meados do segundo tempo, o zagueiro Gustavo do Flamengo teve uma desavença com Leandro Castán, na qual Liédson também estava no meio. Cinco minutos depois, Gustavo, covardemente, acerta um soco na barriga do atacante, deixando-o no chão.

Liédson jogou na Europa o tempo suficiente para aprender que chorar não ganha jogo. No final, a única coisa que teria valor seria o placar.

E aprendeu.

Ao invés de revidar o soco, reclamar insistentemente com o juiz e o bandeirinha e perder o foco do jogo, Liédson simplesmente esqueceu o ocorrido e foi jogar bola, que era sua real intenção.

O que era pra ser a intenção de todos, mas não foi a do Flamengo naquela noite de quinta-feira.

Pacaembu lotado, torcida apoiando o tempo todo e o Corinthians buscou a virada, saindo da "crise". Ah, e com dois gols de Liédson.

Jogando como time pequeno, com dois zagueiros de time pequeno, o Flamengo perdeu. Jogando como grande, com um dos melhores centroavantes do futebol brasileiro na atualidade, o Corinthians venceu e respirou.

Liédson fez Gustavo sentir que dois gols sofridos doem mais que qualquer soquinho por aí.

"Ele provocou na violência. Eu respondo no futebol." Palavras do atacante após o jogo.

A covardia do Flamengo foi derrotada. A covardia de Gustavo, também. Vitória do Corinthians, vitória de Liédson, vitória do futebol. 


04 setembro 2011

Time grande é time grande, e vice-versa.

Pelos poderes de Grayskull!
Estádio Raulino de Oliveira, dia 03 de setembro de 2011. O Fluminense, com a irregularidade que lhe é peculiar neste campeonato, enfrentava a embalada equipe do Atlético-GO. Nada mais que um confronto de um time grande contra um time em transição de pequeno para médio.

Porém, a equipe vinha embalada. Cinco vitórias consecutivas, sendo três sobre nada menos que Santos, Flamengo e Grêmio. Enquanto o torcedor tricolor já aprendeu a não se empolgar com o time, tamanha irregularidade na competição. Mesmo vindo de uma grande vitória fora de casa contra um dos favoritos ao título, a torcida estava com um pé atrás. Afinal, o Flu ainda não conseguiu nem três vitórias consecutivas.

A bola rola. E logo no início, o Dragão abre o placar. O Flu não conseguia se encontrar, Souza era vaiado e Ciro sequer sabia o que estava fazendo ali.

Vem o segundo tempo e o Fluminense na base do abafa consegue um pênalti meio que duvidoso. A virada estava chegando.

Não, ainda não.

Rafael Moura isola a bola. Restava ao Flu continuar no jogo de bolas alçadas à área. Já que não estava dando na técnica, vai na raça mesmo.

Mas logo dois minutos depois do pênalti perdido, pênalti para o Atlético. O goleiro Márcio converte a cobrança e joga um balde de água fria nas esperanças tricolores. Os gritos de "time sem vergonha" começavam a ecoar pelo Estádio da Cidadania.

O jogo chegava aos 37 minutos do segundo com o placar de 2 x 0 favorável ao time goiano. O Dragão, por incrível que pareça, depois de estar na zona de rebaixamento, chegava à sexta vitória seguida e começava a sonhar com G4. O Fluminense mostrava mais uma vez que não era nada mais que um time de meiuca da tabela no campeonato.

A essa hora, os hipócritas empolgavam-se com a frase que haviam inventado dizendo que "Camisa não ganha jogo". Realmente, não ganha. Mas ajuda a ganhar. O time do Atlético havia esquecido que do outro lado estava o Fluminense Football Club, tricampeão brasileiro e disposto a mudar isso, mesmo que não houvesse tempo.

Mas havia. Aos 38 minutos, Rafael Sóbis acerta o ângulo do goleiro Márcio diminuindo o placar. Parecia que Gravatinha, lendário personagem do fanático tricolor Nélson Rodrigues, havia mostrado o caminho para que a bola seguisse rumo à rede, assim como fazia nas histórias que protagonizava.

Se a história do jogo fosse ao contrário, com o Flu vencendo e o Atlético diminuindo, creio que não haveria muitas preocupações tricolores além de fechar um pouco mais a defesa. Afinal, o tricolor que é o grande da partida. É ele o que põe medo no adversário.

O Atlético tremeu, voltou às suas origens e se apequenou em campo. Três minutos depois, Rafael Sóbis de novo. O Flu conseguia o empate e via faltar uns 5 minutos no relógio para o fim do jogo. Havia tempo para a virada, que seria inesquecível e poderia embalar de vez o clube das Laranjeiras em sua campanha no Brasileirão.

Seria não, foi inesquecível. Aos 46, Rafael Moura, o He-Man, se redime do pênalti perdido e faz de cabeça o gol da virada, garantindo a vitória tricolor.

Inesquecível, magnífico, sem palavras. Em 8 ou 9 minutos, o Flu tomou noção que faz parte dos grandes clubes do Brasil, aplicou uma virada sensacional e espera embalar de vez no Brasileirão.

Analisando friamente, não foi nada mais que uma vitória em casa, no sufoco, contra um time médio. Analisando emocionalmente, vem aí um novo Fluminense no Campeonato Brasileiro. Anotem.

Grandes são grandes, pequenos são pequenos. A camisa pesa, e muito!



02 setembro 2011

O bonde parou na esquina. Acabou o brilho?

Tudo bem que vivo batendo na tecla de que o Campeonato Brasileiro é o mais disputado do Mundo, que todas as rodadas e todos os jogos são imprevisíveis e que ninguém nos barra em termos de emoção. Entretanto, as vitórias do Flamengo vinham sendo as mais esperadas, tamanho futebol apresentado no andamento da competição.

Ronaldinho sendo até o momento o craque do campeonato, Júnior César resolvendo o problema da lateral esquerda, Alex Silva resolvendo o da zaga, lua de mel com a torcida, vice-liderança. Fatores que colocavam o Rubro-Negro como o time da moda.

E foi aí que começaram a aparecer lesões, suspensões. E foi aí que Léo Moura começou a ter um futebol irreconhecível, que Botinelli mostrou não ter condições de ser titular, que ficou escancarado que não há como uma zaga com Wellinton e Angelim consiga ser bem sucedida. Foi aí que o time tomou noção de que é totalmente dependente de R10.

Para se ter uma ideia, quando o Fla venceu seu último jogo pelo Brasileirão, a Líbia ainda não havia sido dominada pelos rebeldes, o filho de Neymar ainda não havia nascido, a novela Insensato Coração ainda estava no ar, Ronaldinho ainda não sido convocado para a Seleção e a temporada do futebol europeu ainda não havia retornado.

A última vitória foi no dia 06 de agosto, quando Jael entrou para garantir o placar de 1 x 0 sobre o Coritiba no Engenhão. De lá pra cá, um empate contra o Figuereisense num jogo que já estava praticamente ganho, uma derrota pornograficamente humilhante para o Atlético-GO por 4 x 1, um empate contra o Internacional, outro contra o Vasco, num jogo onde o Rubro-Negro passou sufoco nos 90 minutos, e uma derrota para o fraco Avaí, num jogo onde a equipe jogou um futebol medíocre, fazendo lembrar o Flamengo de 2010.

Com a sequência ruim de resultados, o Fla foi ultrapassado por Vasco e Botafogo, que vem jogando o melhor futebol do campeonato, e caiu para a quarta colocação, com um pé fora do G4.

O segundo turno está aí, e não adianta de nada ter um bom começo se o final for vexatório como foi o do primeiro turno.

A lição está aí. Não pode ser Robin Hood. Não adianta roubar dos ricos para dar aos pobres. Não adianta vencer Santos, Cruzeiro, Grêmio, Fluminense e São Paulo e perder pontos para Atlético-GO, Avaí, Ceará, Bahia e Figueirense. É necessário que se tenha regularidade, o que é essencial para uma boa campanha.

Ainda tem muito campeonato pela frente. Tempo de sobra para o Flamengo se recuperar da má sequência. Para isso, é necessário que saiba jogar sem Ronaldinho, que pare de perder pontos para times e menores e principalmente que aproveite o fator campo, pois a campanha fora de casa ainda é impecável.