29 abril 2013

Onde tudo começa

(Foto: nifc.com.br)
Neste fim de semana foram disputadas as semifinais da Taça Rio de juniores no Giulite Coutinho, estádio do  América. O Nova Iguaçu, que jogava pelo empate, ficou no 1 x 1 com o Fluminense no sábado e vai enfrentar na final o Flamengo, que eliminou o Madureira vencendo por 2 x 1.

Você, provavelmente, só está sabendo disso agora. Normal, a cobertura da imprensa é fraquíssima nos estaduais das categorias de base, que são, para quem está envolvido, mais importantes e determinantes que os do profissional.

Do Lance!, não vi ninguém, tanto sábado como domingo. Da Globo apenas um, Raphael Bózeo, réporter do Globoesporte.com, solitário mas muito eficiente. Uma grande pessoa que tive o prazer de conhecer.

(Foto: Raphael Bózeo)
Bom trabalho também do site FutRio, com Lívia Ribeiro. Junto com estes, a ótima cobertura da rádio RPC, transmitindo as duas partidas via Internet, inclusive com repórter no campo. Um admirável esforço para fazer com que familiarizemos com o futebol sub-20.

Na área jornalística, o interesse foi mínimo, mas nem Fla, nem Flu podem reclamar do apoio que tiveram da arquibancada.

O público do jogo do Tricolor, para um sábado às 10 da manhã, com só metade da capacidade do estádio liberada, não deixou a desejar.

Eduardo bandeira de mello presidente flamengo sub-20 taça rio (Foto: Raphael Bózeo)
(Foto: Raphael Bózeo)
Domingo, na mesma situação, a torcida rubro-negra foi em um número satisfatório, contando com a ilustre presença do presidente Eduardo Bandeira de Melo, outro ótimo sujeito, que tive a satisfação de trocar uma ideia por 2 minutos, tempo suficiente para que ele deixasse no ar, involuntariamente, que o acerto com Marcelo Moreno está bem encaminhado.

Também nas arquibancadas estava Donizete, o Pantera, para prestigiar seu filho Renan, que entrou faltando 5 minutos para o fim.

Do lado do Nova Iguaçu, no sábado, me chamaram a atenção o camisa 10 Wellington, autor do gol e o lateral esquerdo Luiz Filipe, camisa 6. No Flu, destaque para o camisa 10 Biro-Biro, moleque rápido, habilidoso, bom de bola que mandou uma trave aos 40 do segundo tempo. O gol daria a classificação ao Tricolor.

No Flamengo, gostei do zagueiro Samir, ótimo nas bolas aéreas, e Douglas Baggio, centroavante que domina, olha pro gol e chuta, sem enrolação. Destaque também para Thomás, autor do segundo gol, que voltou à base pra ganhar ritmo de jogo.

Mas o cidadão que mais me chamou a atenção pelo futebol apresentado foi o camisa 17 da equipe do Madureira, Juninho, autor do gol suburbano. Que jogador! Estava no banco sabe-se lá por quê, entrou e fez o time crescer muito dentro de campo. Além do gol, deu uma caneta pornográfica em Fernandinho, camisa 17 do Fla, que já jogou pelos profissionais.

Se os olheiros do Fla forem espertos, levam o garoto. Percebi umas conversas prolongadas dele com alguns elementos do Rubro-Negro, mas nada posso garantir. Talvez já se conheciam e aquilo tenha sido apenas um papo de colegas.

Jogos de base são um ótimo passatempo para apaixonados por futebol e uma boa oportunidade a quem quer adquirir conhecimento sobre como tudo funciona nos bastidores e saber quem pode dar liga em seu time, no futuro. Só precisam de mais apoio, tanto de patrocinadores como da imprensa. Quem cobre, faz muito bem, mas precisa de companhia, ainda é pouco.

Porque se sem apelo, a torcida comparece, imagine convocando-a.

Sábado, às 15h, no Moça Bonita, Flamengo x Nova Iguaçu decidem na Taça Rio uma vaga na final do Carioca para enfrentar o Fluminense, campeão da Guanabara.

A presença da torcida de novo deve ser boa. A minha, é quase certa.

E a sua?

@_LeoLealC

18 abril 2013

Tremei-vos!

A última rodada da fase de grupos é o último jogo na Liberta onde a tal da lógica ainda pode aparecer. E o lógico seria o Galo, com o melhor futebol do país, eliminar o São Paulo.

O lógico seria o Tricolor, sem Jádson e Luís Fabiano, com seu futebol que não passa confiança alguma, não ganhar e dar adeus.


Mesmo ganhando, o lógico seria o The Strongest não perder na Argentina.


O lógico seria o Ganso passar despercebido e ser vaiado.


O lógico seria Rogério falhar e ouvir mais uma vez que tá na hora de parar.


O lógico seria o Atlético terminar a fase invicto.


A lógica teve sua chance de aparecer, e não apareceu.


Agora ela vai embora e o Galo não é mais favorito. E por que não, já que tem mais time, joga melhor e foi o melhor da primeira fase?


Porque essa camisa branca aí, quando se junta ao Morumbi lotado, num mata-mata internacional, faz do SPFC tudo, menos azarão.


A partir de agora, dos classificados, melhor, pior, 2º, 3º, 4º são para méritos de estatística.


Pois agora qual a desvantagem do Tricolor, pior dos classificados?


Jádson de volta, Ganso com moral e essa declaração de Rogério Ceni, oportunista claro, que vai motivar todos a correrem por ele.


O Galo teve sua melhor chance ontem. Brincou, né Ronaldinho?


Pois é, o jogo tinha, pra vocês, importância parecida à que tinha pro Tricolor. E é nas oitavas que vocês saberão do que estou falando.


O Atlético é melhor e não há dúvidas sobre isso. Mas o São Paulo...


Ah, é o São Paulo!


Deixaram o time da fé ter fé.


Agora segura!


@_LeoLealC

14 abril 2013

Sudestão

Defendi os estaduais por muito tempo. Sem eles, Assis não seria O Carrasco, Loco não seria tão idolatrado pelos alvinegros e Pet não seria o segundo maior ídolo de uma geração dos rubro-negros. 

Sem eles, corintianos não teriam pra contar a esplendorosa história de 77. Os cruzeirenses sequer mencionam a importância curricular do torneio ao lembrar dos 5 x 0 de 2008 e 2009 sobre o Galo.

Hoje, porém, com eles o futebol sofre. Clássicos vazios, crise por vitória mínima contra o Bangu, estádio da Copa com 3 mil pessoas e você, torcedor, entediado.

O botafoguense não está feliz pela boa campanha no Carioca, e sim pelo o que o time apresenta. É o único que convence contra grandes e goleia os pequenos. 

E enquanto começo a escrever, o Fogão faz o quarto no Nova Iguaçu, num jogo de inútil próposito ao Alvinegro. Vitinho. 

O São Paulo é líder do Paulista. E daí? Vai mal na Libertadores e a crise não acaba.

Não é mais parâmetro, não interessa mais. Até para os romantistas, o estadual já se foi. 

Assim sendo, por que não dar chance a um regional? O Nordeste deu, e foi um sucesso. Estádios lotados, valorização da rivalidade entre vizinhos e nada de jogar com Chã Grande, Galícia e Horizonte por 4 meses.

E se criassem uma Copa Sudeste, tendo assim como o Nordestão, 16 clubes?

Os 10 grandes da região teriam vaga garantida. os 2 melhores no último Brasileirão que não façam parte dos 10, também. As outras 4 vagas seriam para o campeão capixaba e o melhor, fora os 12 garantidos, de cada um dos outros 3 estaduais, que continuariam a existir, mas reduzidos.

Por exemplo, neste ano teríamos Fla, Flu, Bota, Vasco, Timão, SPFC, Palmeiras, Santos, Cruzeiro, Galo, Ponte, Lusa, Guarani, Resende, América-MG e Aracruz. 16 times, sendo 10 grandes, 4 médios e 2 pequenos.

Quatro grupos de quatro times, jogos em turno e returno. Passam os dois primeiros de cada, que fazem quartas, semis e final em jogos de ida e volta. 

Dinâmico! Apenas 12 datas e, jogando quarta e domingo, menos de 2 meses. Dos 4 grupos, 2 teriam obrigatoriamente 3 grandes. Atrativo, com bom nível técnico, tradição dos clubes, emoção e, para as diretorias, lucrativo.

Pois Fla x Cruzeiro, Flu x Peixe e Corinthians x Galo levariam, no mínimo, 20 mil pro estádio.

Começando no fim de janeiro, terminaria na metade de março e sobrariam dois meses antes do Brasileirão. Nesse período, seriam disputados os estaduais, com no máximo, 10 clubes. Enxutos, dinâmicos e mais interessantes. 

Os que ficassem de fora do Sudestão, disputariam uma seletiva para figurar entre os 10 de seus respectivos estaduais.

A Copa Sudeste é uma ideia para exemplo. O Sul também poderia criar algo nos mesmos moldes.

E se ninguém mais aguenta ver Vasco x Quissamã, Grêmio x Veranópolis e São Paulo x Mogi Mirim, por que não tentar algo novo, que na teoria, seria melhor para todos?

Os regionais seriam um progresso em nosso calendário e possivelmente a salvação dos estaduais.

E enquanto vou terminando meu texto, Hernane abre o placar num Fla-Flu para cumprir tabela.

Empolgante, não?

@_LeoLealC

11 abril 2013

Pontos de vista

No cenário que tinha o jogo, antes da bola rolar, o torcedor do Flu não achava ruim empatar com o Grêmio na Arena tendo 8 desfalques, entre eles, seus 2 principais nomes. Manter a liderança pra jogar por um empate na última rodada contra um time fraco, em casa estaria de bom tamanho.

O gremista, com a chance de assumir a liderança, tendo feito 3 x 0 no adversário fora de casa, só pensava na vitória.

Mas o jogo começa e o futebol que cada um apresenta faz o panorama mudar. O elenco do Fluminense mais uma vez mostra sua homogeneidade determinante para o recente sucesso da equipe, enquanto o do Grêmio, que não deve muito ao do Tricolor carioca em nomes, mostra que ainda precisa de entrosamento e que o Campeonato Gaúcho, que serviria para isso, não está sendo bem aproveitado.

O Grêmio já não criava com 11 em campo. Com um a menos, o interesse em vencer passou de vez para o outro lado.

Achei exagerada a expulsão, mas o Cris foi imprudente. É lance de interpretação, diferente do impedimento do Rhayner. Ali sim, erro grave. Portanto, se alguém pode reclamar do apito, são os cariocas.

O Flu foi melhor antes e depois da expulsão, procurou o gol e achou. Não valeu, e isso não é sua culpa.

O Grêmio fez um jogo monótono, o que pode ser aceitável quando se tem 10 em campo, mas não quando se tem 11.

No fim, não ficou ruim pra ninguém. Os dois precisam de um empate na última rodada e o Flu depende apenas de si para ser líder.

Mas poderia ser melhor, Flu.

E comemore, gremista, pois com esse resultado seu time precisará exatamente do que precisaria no Chile se vencesse.

Pela expectativa, resultado bom para o Tricolor carioca.

Pela partida, bom para o gaúcho.

@_LeoLealC

04 abril 2013

Começo do fim...

O Vasco é um time de comum pra ruim. O Bota, sem Seedorf, é um bom time, mas que não chama a atenção, ainda mais para um jogo onde apenas cumpre tabela.

Dois times comuns, num estádio comum, sem nada a disputar, tinham tudo para fazer um jogo nada mais que comum. E fizeram, o que é pra se lamentar.

Sim, lamente que um 3 x 0 não acrescente nada ao vencedor, não piore a situação de quem perdeu e que um clássico movimentado, com dois times abertos, gol de quem há pouco estava em jejum, expulsão e protesto da torcida seja lembrado apenas como mais um jogo.

Os estaduais estão acabando, e a culpa não é dos clubes. O do Rio perdeu metade da emoção em 2008, quando adotou este formato esdrúxulo de 16 clubes.

Agora, é um campeonato onde os grandes estão para cumprir obrigação. Se vence os pequenos, como vem fazendo o Botafogo, nada muda. Se perde, como tem feito o Vasco, começam os problemas.

E na Colina, uma vitória ontem não resolveria a turbulência, só a camuflaria e atrasaria o projeto de revitalização. Mas perdeu, e tudo continua exatamente igual.

Para o Fogão, sem seu craque, uma derrota para um grande nada abalaria sua lua-de-mel com a torcida. Mas ganhou, o que também nada lhe agregou.

O Bota fez 3 x 0 no Vasco, o que para um clássico é goleada e completou 3 vitórias seguidas sobre o rival. Mas quem irá se lembrar daqui a um mês?

O estadual então, diminuiu a importância de mais um clássico.

E se for para manter este formato, atrapalhar os grandes e nos cobrar 40 reais para ver Fluminense x Friburguense, é melhor que pelo menos o do Rio acabe.

O que acho que não demora mais 3 anos pra acontecer...

@_LeoLealC