05 janeiro 2012

Eterno

Infelizmente, o adeus se tornou inevitável. Em 4 de janeiro de 2012, numa coletiva de César Sampaio na sala de imprensa do Palmeiras, chega ao fim a carreira de uma lenda do futebol brasileiro. Um ser que nunca sairá da memória dos torcedores, sejam eles palmeirenses ou não.

Após 20 anos de uma brilhante e vitoriosa carreira, Marcos não aguenta mais as dores que sente em seu joelho e decidiu pendurar as chuteiras e as luvas, abandonando o futebol. Uma despedida que, mesmo que esperada, nos entristece.

Sim, o sentimento é de tristeza. Não veremos mais esse ícone em ação nos nossos estádios, orgulhando não só adeptos do Porco, mas todos nós brasileiros, amantes do futebol.

Um cidadão que fez sua idolatria ultrapassar as barreiras da rivalidade, lhe tornando adorado e, acima de tudo, respeitado por qualquer outra torcida no Brasil.

A admiração conquistada pelo goleiro não é restrita apenas às suas memoráveis atuações debaixo das traves. Seu jeito simples, seu caráter e sua personalidade também foram sua marca nessas duas décadas defendendo as cores da equipe do Palestra Itália. Um ídolo não apenas nas quatro linhas.

São Marcos foi um dos poucos jogadores a poder, sem sentimento de culpa, beijar o escudo da equipe defendida. Sua paixão pela Sociedade Esportiva Palmeiras era notória, sempre explícita em suas atitudes.

Como em 2003. Em sua maior prova de amor ao Porco, o arqueiro recusou uma oferta de 45 milhões de reais do Arsenal, o time a ser batido no Campeonato Inglês na época, para continuar defendendo seu adorado Verdão, mesmo que na Série B. Paixão admirável, que deixava de lado a tentação dos cifrões na Europa.

Sua demonstração de caráter ao reconhecer suas falhas era digna de aplausos. Esse mito de nosso futebol nos fez observar que para se ter o papel de ídolo, é preciso ser craque não só enquanto pisa no gramado. Sua sinceridade em não se preocupar com sua imagem em suas declarações a fez sempre ser vista de forma positiva.

Um exemplo a ser seguido, uma história inesquecível, um legado a ser deixado no futebol brasileiro. Vinte anos de carreira, quatorze títulos e infinitos elogios a serem recebidos. Reconhecimento indimensionável, agradecimentos inacabáveis.

Ídolo. Essa é a palavra mais próxima da descrição dessa bela passagem de Marcos pelo planeta da bola.

Passagem que, lamentavelmente, chegou ao fim.

Dizem que jogador de futebol morre duas vezes. E, em sua primeira morte, deixo aqui meus pêsames à família futebol por essa perda inestimável.

E, a ti São Marcos, deixo, principalmente, minha gratidão pela sua história, por você ter ajudado a escrever diversos capítulos inesquecíveis do futebol em nosso país.

Sua carreira terminou, mas suas lembranças serão eternas.

Idolatria sem fim.

@_LeoLealC

Um comentário:

  1. Leonardo, você escreve muito bem. Será um puta jornalista esportivo!
    Abraços,
    João Pedro Soares

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