10 dezembro 2013

Consequências



Antes de mais nada, adianto aqui que falarei de futebol. Nada de julgamento ou papelada, apenas futebol. Preparei tudo que vocês lerão abaixo antes de saber de qualquer problema com jogador da Lusa.

E sinceramente, o STJD que se dane.

Pois bem, vamos lá...

Abel tinha um elenco sensacional pra comandar. Mesmo com um padrão de jogo não muito bonito de se ver, os talentos individuais poderiam chamar pra si e resolver a qualquer momento.

Eles resolveram. Fluminense campeão brasileiro de 2012.

Abelão incontestável, continuou. Nada contra ele, mas Fred, Welligton Nem, Thiago Neves, Deco e Jean, com excessão do Thiago todos em fases primorosas, fariam até de Adilson Batista um bom técnico.

Até que o que dava liga passou a não funcionar. Para piorar, Nem e Thiago Neves foram embora.

A bola parou de entrar e a culpa passou a ser de Abel. Então ele foi demitido e todos defenderam que era a melhor coisa a se fazer.

Desolado, Sóbis olha para o bando de reservas: Fluminense rebaixado Foto: Marcelo Carnaval / Agência O GloboChegou Luxa pra arrumar o barraco. Arrumou, por pouco tempo, mesmo com a lesão de Fred e a aposentadoria de Deco. Mas sem eles, somando também às perdas de Bruno e Carlinhos, uma hora a casa ia cair.

Caiu. E o cara que deu ao agora fraco time do Flu o único advento de bom futebol na temporada foi o culpado da vez.

Aí chegou a hora dos mesmos que pediam a saída do Abel no início, de repente concordarem que demitir o técnico campeão foi o maior erro do Flu.

Tão fácil mudar a opinião quando é evidente que tudo está errado, né?

Abel foi prejudicado, sim, com perda de peças e um time relaxado que depois da eliminação na Libertadores não tinha vontade de buscar mais nada. Ponto.

Mas e se Fred não se contundisse, Deco não fosse pego no dopping e pelo menos um dos laterais também não se lesionasse? Luxemburgo, talvez, daria certo e sua contratação, então, seria elogiada como a "coisa certa".

Na base do achismo, não houve solução.

O incêndio nunca é culpa do bombeiro. Ele está lá para, da forma que puder, tentar apagá-lo.

Dorival não podia. Com copinhos d'água, sem extintores, impossível. 

O problema não foi Dorival, Luxa, Abel, nem sua demissão. Talvez tenha sido o planejamento, mas quando nada dá certo, isto se torna óbvio, sem contar o clichê em mencioná-lo toda vez que um grande é rebaixado. Existem coisas mais complexas por trás de tudo.

O Fluminense ganhou praticamente tudo entre 2010 e 2012. Faltava a Libertadores. E numa pane em 45 minutos no Paraguai, ela foi por água abaixo. Ali, o ano havia acabado.

Restava o Brasileirão, que o campeão de duas das três edições anteriores não entraria talvez com a motivação necessária. Eles relaxaram, pois sabiam que neste ano bastava não passar vergonha.

Aí sim, chegamos ao maior erro.

Eles tiveram a certeza que cair era impossível. Em 12º, falavam em G4. Acharam que quando se aproximassem do perigo, sairiam quando "fizessem força".

Mas o risco chegou, quando não havia mais força. E quando se deram conta, precisavam de um milagre, que desta vez, não tiveram.

Faltou consciência. Se o Flu a tivesse, ninguém falaria em Luxa, Abel ou planejamento.

O pecado foi um erro bobo, que acharam que não daria em nada, mas que no final saiu muito caro.

Acontece.

Desta vez, aconteceu com o Flu, que se buscar a tal consciência, cumpre tranquilamente sua obrigação e volta pra Série A com o pé nas costas.

Até 2015, Fluzão. Volte logo.

Ah, e sem tapetão!

@_LeoLealC

Nenhum comentário:

Postar um comentário