24 fevereiro 2015

Ao menos, um vencedor


É oficial: chegamos ao cume do caos. Neste glorioso caminho, passamos pela infanto-orgulhosa "Lei da Mordaça", já exterminada - aplausos -  por algum sujeito por ora iluminado com um leve raio de bom-senso e fomos obrigados a aceitar o roubo - desculpe, não há denominação mais leve - nas rendas, vendo os clubes pagarem pra jogar um campeonato no qual 2 meses são de amistosos.

Domingo, tivemos o primeiro clássico. Ele seria disputado no Maracanã, o único palco digno e preparado para recebê-lo na cidade. Porém,, em mais uma de suas ideias geniais, a FERJ transferiu a partida para um estádio em obra. Por quê? Porque a federação não teve pulso firme para tomar uma posição nessa taça-bolinhante briga de egos traduzida como "lado direito".

Em tempo: embora eu ache esta briga uma tremenda futilidade política e concorde que este lugar deveria ser da torcida do Vasco, o Fluminense tem o direito por contrato. Portanto, enquanto não me provarem judicialmente o contrário, não há razões legais para tirar os tricolores dali.

Então, ou a FERJ mudaria o local, ou bateria o pé deixando o jogo no Maraca com a torcida do Flu no lado direito, podendo assim criar um atrito com Eurico.

Dentre as duas opções, ela, como esperado, escolheu a mais covarde.

Resultado: clima de guerra nos arredores apertados do Niltão e de velório dentro do estádio, que teve um público menor que Botafogo x Nova Iguaçu, disputado no sábado.

Ao invés de deixar a partida no Maracanã, cujo entorno mais largo e de fácil acesso evitaria que os animais "organizados" colocassem em risco aqueles que fossem apenas para torcer, ela quase causou uma tragédia.

Deixa pra lá. Estou falando demais. Vai que a Lei da Mordaça volta e eu sou multado... Melhor falar do jogo mesmo.

Só vi um time em campo. O outro, parece que pensou que o jogo seria mesmo no Maraca e não apareceu no Niltão.

O pênalti marcado é contestável, assim como o não-marcado no primeiro tempo. Da mesma forma que cabe discussão na expulsão de Rafinha, mas também há na não-expulsão do Cavalieri.

Há dúvidas com relação a quase tudo na partida, principalmente na legitimidade do diploma do oftamologista do árbitro.

Incontestável, ali, apenas a vitória do Vasco.

Tamanha superioridade da equipe já diz muito, mas ainda não esclarece tudo. Fica a dúvida sobre o quanto falta para poder dizer que está pronto. A certeza é de que o caminho, que ainda é grande, já é menor do que parecia.

Ainda é cedo, e um amistoso no Charuton's League não vai ditar o que acontecerá daqui pra frente. Mas agora, as dúvidas quanto ao Vasco dão esperanças. As interrogações, para o Flu, ligam o alerta.

Em mais um dia onde retrocedemos tiranossauricamente no futebol carioca, pelo menos alguém foi dormir com saldo positivo.

E no meio da federação que amarela, dos marginais que arruinaram a estação ferroviária, do estádio em obra, do público vergonhoso e do Fluminense perdido em campo, o Vasco foi o único que olhou pra frente.

Leia-se: os 11 em campo, apenas.

@_LeoLealC

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