03 maio 2012

Hora errada

Óbvio. O Vasco poderia ter saído de São Januário com uma vantagem muito mais agradável. Teve tudo para isso.

Agora, já foi. Em parte, escapou. Não só pelos seus dedos, não só dentro de campo. O Lanús possui uma equipe que, em certos momentos, incomoda. A atitude da torcida, quando o momento, que era brilhante, se tornou adverso, foi deplorável, digna de lamentações.

Cristóvão teve sua parcela de culpa? Sim, mas depois do gol argentino. Antes, a vontade da massa, de ter Felipe e Juninho juntos, estava sendo feita, o Cruzmaltino trucidava o rival. O Gigante da Colina vivia um momento ao melhor estilo 2011.

O gol de Regueiro, seguido da saída de Felipe, fez chegar aquela hora na qual paixão e razão dão um nó na cabeça de cada cidadão fanático a alucinado, na arquibancada, com a primeira levando vantagem e se saindo vitoriosa em 101% dos casos, ocasionando reações de certa involuntariedade, atitudes irracionais.

Hoje, essas atitudes prejudicaram a equipe. Depois disso, foi notável o desespero e a ansiedade dos atletas em campo. Um banho de baixo-astral e falta de confiança em quem havia esquecido tais termos do pensamento.

Os jogadores, que já mostraram a todos os sujeitos homens que são, fizeram de tudo para blindar o comandante, corretamente, e demonstraram uma índole e uma maturidade rara.

Ao menos, um bom sinal. O ambiente no grupo não se desgasta.

A vantagem ainda é vascaína. Há motivos para preocupações, mas não para desespero. Em 80% do tempo, foi amplamente perceptível o domínio cruzmaltino.

Porém, nos outros 20, tudo teimou em não dar certo. O Lanús, que é medíocre, mas não bobo, aproveitou.

O que já era para estar decidido, está em aberto. O passo, que tinha o Vasco, à frente dos argentinos, em questões técnicas, foi, de volta, recuado pela torcida. O emocional mal tratado custa caro.

O Vasco teve seus erros. Porém, os cruzmaltinos, em São Janu, que seriam seus aliados, se tornaram vilões, jogando contra, de forma inexplicável. Um curto espaço de tempo, em um jogo que parecia resolvido, que, agora, pode complicar o seguimento do clube na Liberta.

Foi o dia em que o filho exemplar resolveu fazer mal-criação.

Foi o dia no qual a Lua de Mel se tornou ameaça de inferno astral.

Agora, a pressão psicológica nos jogadores, na volta, será exagerada, além do necessário.

À toa.

Precisava mesmo?

@_LeoLealC

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