14 abril 2013

Sudestão

Defendi os estaduais por muito tempo. Sem eles, Assis não seria O Carrasco, Loco não seria tão idolatrado pelos alvinegros e Pet não seria o segundo maior ídolo de uma geração dos rubro-negros. 

Sem eles, corintianos não teriam pra contar a esplendorosa história de 77. Os cruzeirenses sequer mencionam a importância curricular do torneio ao lembrar dos 5 x 0 de 2008 e 2009 sobre o Galo.

Hoje, porém, com eles o futebol sofre. Clássicos vazios, crise por vitória mínima contra o Bangu, estádio da Copa com 3 mil pessoas e você, torcedor, entediado.

O botafoguense não está feliz pela boa campanha no Carioca, e sim pelo o que o time apresenta. É o único que convence contra grandes e goleia os pequenos. 

E enquanto começo a escrever, o Fogão faz o quarto no Nova Iguaçu, num jogo de inútil próposito ao Alvinegro. Vitinho. 

O São Paulo é líder do Paulista. E daí? Vai mal na Libertadores e a crise não acaba.

Não é mais parâmetro, não interessa mais. Até para os romantistas, o estadual já se foi. 

Assim sendo, por que não dar chance a um regional? O Nordeste deu, e foi um sucesso. Estádios lotados, valorização da rivalidade entre vizinhos e nada de jogar com Chã Grande, Galícia e Horizonte por 4 meses.

E se criassem uma Copa Sudeste, tendo assim como o Nordestão, 16 clubes?

Os 10 grandes da região teriam vaga garantida. os 2 melhores no último Brasileirão que não façam parte dos 10, também. As outras 4 vagas seriam para o campeão capixaba e o melhor, fora os 12 garantidos, de cada um dos outros 3 estaduais, que continuariam a existir, mas reduzidos.

Por exemplo, neste ano teríamos Fla, Flu, Bota, Vasco, Timão, SPFC, Palmeiras, Santos, Cruzeiro, Galo, Ponte, Lusa, Guarani, Resende, América-MG e Aracruz. 16 times, sendo 10 grandes, 4 médios e 2 pequenos.

Quatro grupos de quatro times, jogos em turno e returno. Passam os dois primeiros de cada, que fazem quartas, semis e final em jogos de ida e volta. 

Dinâmico! Apenas 12 datas e, jogando quarta e domingo, menos de 2 meses. Dos 4 grupos, 2 teriam obrigatoriamente 3 grandes. Atrativo, com bom nível técnico, tradição dos clubes, emoção e, para as diretorias, lucrativo.

Pois Fla x Cruzeiro, Flu x Peixe e Corinthians x Galo levariam, no mínimo, 20 mil pro estádio.

Começando no fim de janeiro, terminaria na metade de março e sobrariam dois meses antes do Brasileirão. Nesse período, seriam disputados os estaduais, com no máximo, 10 clubes. Enxutos, dinâmicos e mais interessantes. 

Os que ficassem de fora do Sudestão, disputariam uma seletiva para figurar entre os 10 de seus respectivos estaduais.

A Copa Sudeste é uma ideia para exemplo. O Sul também poderia criar algo nos mesmos moldes.

E se ninguém mais aguenta ver Vasco x Quissamã, Grêmio x Veranópolis e São Paulo x Mogi Mirim, por que não tentar algo novo, que na teoria, seria melhor para todos?

Os regionais seriam um progresso em nosso calendário e possivelmente a salvação dos estaduais.

E enquanto vou terminando meu texto, Hernane abre o placar num Fla-Flu para cumprir tabela.

Empolgante, não?

@_LeoLealC

2 comentários:

  1. Boa Tarde Leonardo,

    Li sua proposta e achei interessante. Também lancei uma no blog e no face do Projeto Elite Futebol Brasileiro, que é um pouco diferente da proposta que você fez. Mas independente concordo com você que os estaduais tem que ser menores e temos que ter uma competição que de mais visibilidade para os clubes do que simplesmente os estaduais. Independente do que aconteça do jeito que tá não dá mais para ficar.

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  2. Apesar das inúmeras propostas de uma mudança na gestão do futebol, a situação ficou ainda pior. Quatro dias de pré temporada para os clubes e nenhuma mudança. Os times vão jogar quarta e domingo o ano todo, só parando na copa. Se o seu time estiver mal no Campeonato Brasileiro, infelizmente é azar do time, da torcida, do técnico e dos jogadores. Bem a seguir vamos ver de quem é a má sorte. Não tem treino nem tática é no vamo que vamos. Os preparadores físicos, fisiologistas e médicos que de um jeito para preparar os jogadores. Os jogadores que se virem e estejam em Campo. Os treinadores que de um jeito e coloquem seu time em campo com um bom esquema tático. Agora as perguntas, porque nada é feito? Porque reclamam mas não fazem nada para mudar? Quantas vezes você ve times em má fase e os treinadores e até jogadores colocam a culpa no calendário? Será que a Globo é a única culpada? E a CBF? E os Dirigente de Clubes e federações? Será que faz diferença para dirigentes, clubes, treinadores e jogadores alguma mudança? Bem, os treinadores que não tem tempo se forem demitidos, amanhã estarão em outro clube, os jogadores caso tenham uma lesão é só fazer o tratamento porque seus salários continuam intactos, e aos torcedores restam o sofrimento de ver seu time na parte de baixo da tabela e sem chance de recuperação, salvo exceções.

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