23 novembro 2014

É pouco. Muito pouco


Eles foram. No calor do pré-verão, quatro da tarde, esperando salvar 12 desalentadores meses em 90 minutos de uma festa programada.

O Vasco, então, estava perdoado.

Se ele precisava de apoio, não pôde resmungar neste sábado.

Era obrigação do time que a penúltima rodada não valesse mais nada e que ele já estivesse até com o título garantido. Mas sua inércia durante 36 jogos fez com que valesse, para o desprazer dessa gente.

Eles chegaram ao Maraca buscando acabar de vez com um sofrimento desnecessário, procurando uma alegria que essa fase vivida insiste em esconder.

Eu também estive lá. Mas posso dizer que testemunhei um verdadeiro crime.

Eu vi um Vasco satisfeito com um empate contra o Icasa, diante de sua torcida. Um Vasco realmente com medo de perder o acesso e demorando para cobrar laterais e tiros de meta nos minutos finais.

O apito final antes iniciaria a festa do alívio, mas foi a partida de uma reação tumultuada pelos sons graves nas vozes de quem se sentia constrangido em ver aquilo.

É triste subir ouvindo "time sem vergonha" de quem o ama. Pior do que isso é saber que eles estão certos.

Na saída do estádio, semblantes cabisbaixos e inconformados calavam apenas com o olhar qualquer manifestação de euforia, pois não havia como aceitar alguém comemorando tão pouco de quem pode tanto.

Não havia um festejo, um alívio, uma expectativa. Não se via uma esperança de um 2015 bom.

Havia apenas a desolação de saber que o principal objetivo do dia mais uma vez não foi alcançado: a honra.

Se existisse algum resquício de subjetividade na Justiça Comum, o torcedor que entrasse com uma ação teria o legítimo direito de ser ressarcido com o valor do ingresso.

Mas ele não quer de volta o dinheiro, e sim o Vasco da Gama.

Não esse, que voltou à Série A, e sim o que lhe dá algum motivo além da paixão para pegar o trem e ir vê-lo de perto na esperança de ser recompensado.

O Vasco, no mínimo, desrespeitou o vascaíno.

Eu não farei o mesmo. Por isso não irei enaltecer uma "conquista" com um fim tão melancólico que fez lembrar o rebaixamento.

Assim, a única forma de resumir minhas palavras de forma nem tão negativa é transformá-las num modesto "bem vindo de volta".

Pois o Vasco da Gama faz muita falta à Série A e ao futebol.

Mas sua versão deste ano não deixará saudade alguma.

Até 2015, Vasco.

E mesmo que ele ainda não chegue, 2014 já pode ir embora e nunca mais voltar.

Muito menos em lembranças.

@_LeoLealC

2 comentários:

  1. Pois é, o Vasco foi muito mal, mas não apenas fruto de um desrespeito coletivo do time que visivelmente existiu nessa Série B, mas foi montado um TIME RUIM, um time de nível muito pouco superior (se é que era) em relação aos seus rivais, o time tinha alguns poucos bons jogadores, mas longe do auge, e o desinteresse, o desrespeito ajudou no insucesso, afinal a obrigação era o título, muita coisa precisa mudar no Vasco, e EuVirus não sei se tem o equilíbrio e a visão para mudar para melhor.

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  2. "pois o Vasco da Gama faz falta na sérieA"
    kkkk
    eterno vice

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